klaroline_lobo

capitulo 90

Klaus está pensando em raiva.

Isso é o que o está movendo agora. O que o está impulsionando para frente, fazendo suas pernas reagirem, seus músculos ficarem tensos, um zumbido correndo sob sua pele. Raiva . Ela dispara através dele como eletricidade, instala-se profundamente em seus ossos, pulsando em seus ouvidos como um bumbo. Todas as suas outras necessidades, todos os seus outros desejos, são pulverizados na esteira da raiva que o domina. Klaus está no limite de sua inteligência, e tudo o que será necessário para ele mergulhar nas profundezas do caos é um único empurrão. Ele incendiaria o mundo inteiro, desencadearia todos os horrores existentes, devastaria toda esta cidade, apenas para fazê-los pagar, com juros. Qualquer um. Todos. Ele não se importa mais. Deixe todos eles morrerem.

Eles a tiraram dele. A única coisa que ele ousou amar em quase mil anos de uma existência miserável e miserável. Caroline era a pulsação de seu mundo, de sua própria alma. Sem ela, tudo ficou quieto. Morto. Sem significado. Eles a levaram embora, e o vazio deixado por sua ausência foi preenchido com uma raiva incontrolável que queima o mundo. O tipo de raiva que vai devorá-lo, corromper cada parte de seu ser, tornar-se brutal, selvagem, desumano. Ele vai destruir tudo o que toca, e nunca, nunca vai parar. Não colher todas as almas em Nova Orleans será suficiente para saciar sua sede - para compensar o que ele perdeu.

Eles não sabem o tipo de violência que ele é capaz. Eles não o conhecem. Eles viram a versão dele que foi domada por ela, que iria parar antes que ele cruzasse uma linha que ela nunca aceitaria. Agora a parte mais sombria de sua fúria se descontrolou. Eles o conhecerão agora, o verdadeiro Klaus Mikaelson. O monstro que habitou os pesadelos de gerações ao longo da história, que destruiu aldeias e reinos, destruiu famílias inteiras, perseguiu seus inimigos até enlouquecer de paranóia, com medo de suas próprias sombras, das vozes em suas próprias cabeças. A calma no centro de sua tempestade tinha um nome lindo e melódico e um sorriso brilhante que poderia parar a guerra furiosa dentro dele. Com ela morta, uma tempestade é tudo o que ele é. A guerra é tudo o que ele deseja. E ele vai dar a eles, liberá-lo sobre eles.

Klaus sente gosto de cinzas na boca, não vê nada além de vermelho. Ele não pode se permitir pensar em mais nada além da raiva, caso contrário, sucumbirá à dor. Ele mal conseguia se mexer quando Elias entrou na igreja, nem sabia se ainda tinha voz. Ele usou tudo isso para gritar a plenos pulmões quando cortaram a garganta dela bem diante de seus olhos, lutando para se livrar das amarras invisíveis que o impediam de ir até ela. E quando parecia que ele estava prestes a fazer isso, eles torceram seu pescoço e o deixaram morto no chão, a centímetros de onde Caroline sangrou até a morte.

Sua crueldade será devidamente recompensada. E isso é tudo o que há para ele agora, porque ele precisa salvar sua filha e não acha que pode fazer isso se deixar que ele tenha perdido a mãe dela. Ele não é pai sem Caroline, não sabe ser. Ela é a única razão pela qual ele se esforçou para se tornar um, por que ele ousou acreditar que era possível para ele lutar com os traumas de seu passado e os erros que cometeu com Marcel e criar seu próprio filho.

Por causa dela. Foi tudo por causa dela.

Ele pensou que o último resquício de esperança que tinha foi destruído por Mikael em 1919 e, por quase cem anos, Klaus Mikaelson não passou de vileza e destruição. Ele se tornou a abominação que foi feito para ser. Mas Caroline viu algo nele. Ela acreditava que ele poderia ser melhor do que era, que no meio de toda aquela monstruosidade e depravação, havia o bem. Algo que vale a pena salvar. Vale a pena amar, talvez. Ela acreditava em algo melhor para todos eles. E por causa dela, ele também.

Agora ela se foi e levou consigo toda a esperança dele. Toda a sua bondade. Ele prometeu que não faria com a filha o que fizeram com ele, o que o pai de Caroline fez com ela. Mas como ele poderia ser um pai assim? Que tipo de pai ele será?