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GIOVANNI FONTANA

Respiro fundo encosta na parede que liga um mercadinho a uma farmácia.

Perdi a conta de quantos eu já tirei a vida nesse espaço de 30 metros quadrados.

Olho atrás de uma lata de lixo a luz escassa da rua, ninguém nesse momento está tentando atravessar ainda mais depois que o número de corpos espalhados teve um aumento significativo nessas últimas horas.

Olho para o seu ainda está escuro, olho meu relógio e tenho quarentena minutos antes do por do sol.

Passo a mão sobre meu ombro que está doendo muito após ter sido atropelado e lutado com vários assassinos de aluguel e ladrões.

Quando finalmente eu consigo me estabilizar para voltar, e dou impulso para levantar, escuto uma arma destravando atrás de mim.

Olho de lado e vejo uma garota, nova muito nova, na faixa de uns quinze anos.

Ela está vestida com roupas velhas e retalhada e posso ver um olhar diferente, como de alguém que já passou muita coisa.

- não mexe - ela fala e encosta a arma mais na minha cabeça me fazendo a inclina um pouco para frente - nem adianta tentar tirar a arma de mim, sei bem me defender - diz e arruma a alça lateral da blusa que está caindo, devido sua roupa ser uns dois números a mais do que de fato deveria usar.

- não vou me mexer, mais você está cometendo um ...

Nem termino de falar e ela me corta.

- está cometendo um erro - diz fazendo voz fina, de certa forma debochando de mim. - não ligo que estou cometendo um erro, aliais acho que fiz um grande acerto - fala querendo parecer independente mas é só uma garota.

- e qual acerto seria apontando essa arma para mim ?- pergunto frustado por estar nessa posição nessas horas, assassinei tanta gente perigosa e estou sendo mantido como refém de uma garota mais nova que meu irmão.

- eu vi você lutando - ela diz mais baixo - eu preciso muito do dinheiro - ela continua - e pelo que vi pelas suas roupas você não precisa - fala e eu me viro lentamente para que ela não atire a observando com cuidado.

- é perceptível que precisa do dinheiro - falo irritado e me arrependo quando ela percebe que falei isso pelas suas roupas - ela encolhe o ombro mais não abaixa o cuidado comigo em nenhum momento.

- podemos nos ajudar - ela fala e eu a encaro mais sério.

- como me ajudaria - falo Bruto e ela me olha com uma expressão mais séria ainda.

- primeiro ajudaria não atirando em você - ela fala e eu bufo - e segundo abaixa a bola e escuta o que eu tenho que te fala - diz e suspiro finalmente cedendo.

- diga - falo autoritário.

- sei onde ele tá - ela fala e dou um passo em sua direção por impulso - hein calma aí - diz recuando - se não quiser que eu atire - fala seria e paro - continuando - diz pausadamente olhando para os lados - eu sei onde ele tá, e sei que só não consigo matar ele - ela continua - meu plano é o seguinte - fala e me encara nos olhos - te levo até ele e você faz tudo o que planeja - ela diz e da uma pausa e eu a encaro entendendo o que ela quer - mas...

- mas ? - pergunto.

- mas, o último ataque, o que acabará com sua vida, eu que darei - ela diz e me encara - assim você tem sua vinhaça ou informações que acho que é isso que queira, porque visualmente dinheiro você não precisa - ela diz e cruzo os braços essa garota é muito esperta.

- como pode ter certeza que eu não preciso - digo e ela me encara.

- senhor eu posso ser qualquer coisa, menos idiota - fala e solto um sorriso, talvez não seja tão idiota, porque já foi o suficiente para apontar a arma para o capô de umas das maiores máfias do mundo.

- então você me mostra onde é e eu te deixo ficar com o dinheiro - pergunto e vejo pela primeira vez um sorriso brotar em seu rosto.

- sim - fala e eu a olho, ela está suja, roupas rasgadas mas ela sabe dele, então seria uma ladra, porque todos no mundo do crime estão ligados a Onix de forma voluntária ou involuntária.

Suspiro não sabendo como escapar dela, ela está totalmente decidida e se eu não aceitar provavelmente atiraria em mim.

- okey - falo e ela me encara como se não acreditasse.

- okey ? - pergunta e eu aceno em confirmação com a cabeça.

- isso okey - falo e ela me mostra sua mão em sinal de aperto .

- jura, por sua morte, que não vai me trair, da sua palavra - ela pergunta sério e sorrio, mas ela tocou em um ponto pessoal meu, minha palavra vale mais que inúmeros documentos.

- juro - falo e seguro em sua mãos livre sem a arma rapidamente.

Ela sorri e solta um ar aliviada.

- bom então vamos - fala e eu a encaro parado ainda.

- não me dará sua arma, vai que atira em mim quando eu ter acabado com ele.

Ela então da um sorriso sem graça e me entrega a arma.

- ela não tem balas - ela diz e desarmo a arma para verificar.

- você aprontou algo que não tinha serventia nenhuma contra mim - pergunto indignado.

- funcionou não funcionou - pergunta dando os ombros e eu me xingo mentalmente por ter sindo enganado por ela.

Respiro fundo e entao a olho novamente.

- vamos - digo - tenho apenas meia hora agora - falo e ela acena a cabeça.

- okey vamos por ali - ela fala.e entra em um beco que parece conhecer bem, bem até demais , como se estivesse ali todos os dias.

LIGADA AO MAFIOSO - 2° Geração ( HERDEIROS FONTANA) - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora