BRASIL

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GIOVANNI FONTANA

Depois de uma semana do anúncio da gestação de Melissa para a família, buscamos segurar essa notícia máximo possível a sete Chaves, querendo evitar que muitos saibam, pois traria risco a Melissa e ao bebê, e para manter isso devidamente seguro,pedimos que ninguém em nosso âmbito familiar falasse, isso inclui fazer Eduardo ou melhor Luiz que tem sérios problemas em guarda informações não dizer a ninguém.

Chegamos no Brasil a exatamente duas horas, nossa parada foi em Cuiabá, cidade onde os pais de Melissa vivem desde quando ela nasceu.

Afrouxo um pouco os botão abrindo o terno, me arrependi imensamente de vir com o traje que já estou acostumado em um local que tem a temperatura de quase 50 graus celsius.

Limpo o suor em minha testa e olha para minha noiva de lado que está totalmente animada vendo sua cidade Natal.

Saímos do aeroporto e avistamos um casal mais velho, bem semelhantes a minha noiva, mas com expressões mais simples.

Tem uma jovem, que podemos dizer quase o clone de Melissa, parada no lado deles com fones de ouvido e uma cara entendiada, até ver a irma e seu sorriso se alargar.

Seguimos em direção dos pais de Melissa, será a primeira vez que irei conhecê-los oficialmente.

Me aproximo e vejo o afeto que os pais delas tem, os meus são carinhosos, e me amam muito, mas o amor que vejo aqui é algo surreal.

Vejo seu pai a abraçando como se a qualquer momento a colocasse em um pote e deixasse ali segura para sempre, sua mãe a olha e sorri como se esse momento fosse único e memorável.

E sua irmã a olha como se estivesse preste a falecer de saudades.

- cadê meu presente-  a irmã de Melissa se aproxima falando e a mesma revira os olhos.

- pode fingir que estava com um pouquinho de saudades - ela diz rindo e abraçando a irma.

- isso é muito difícil, terei que receber por isso depois - fala e ambas riem.

- pestinha - ela sussurra.

- bom você deve ser o tal Giovanni - escuto uma voz grossa e me viro vendo o pai de Melissa na minha frente, tento me manter sério e firme, mas o olhar que ele está me dando é tenebroso.

- sim e o senhor deve ser o pai dela, Paulo - falo firme e ele acena pegando na minha mão e dando um aperto forte, bem forte, forte até demais.

- finalmente conheci o noivo de minha filha - fala sério - bom que teremos muito tempo para conversar - fala e eu aceno em confirmação.

Antes que nossa conversa acabe prolongando minha cunhada se aproxima e estende a mão para mim.

- Louise - diz estendendo a mão - mais todos próximos me chamam de lolo - fala sorrindo e sorrio para ela - mas no seu caso como está sendo avaliado pode me chamar de Louise - diz e meu sorrisos diminui um pouco.

- não liga para ela - minha sogra chega cortando a piadinha da filha mais nova - me chame de Fátima - fala e estendo a mão desse vez para ela.

- um prazer conhecer a senhora - digo e ela sorri.

- não sabia que falava português tão bem, assim que Melissa me disse que estava em um relacionamento com um italiano, achei que ela iria traduzir todas as conversas.

Ela diz e sorrio com isso, pensaram que um gringo bobo iria vir para cá.

- eu falo vários idiomas fluentes - digo - inglês, francês, espanhol, português e árabe - falo e eles me olham impressionados - meio que minha família tem que saber, pelos nossos negócios.

- e você faz o que ? - o pai dela pergunta e ela muda rapidamente o rumo da conversa.

- pai vamos para casa, Giovanni e eu estamos cansados e tenho muita coisa para contar - ela diz e o seu pai concorda contra vontade.

Seguimos em um carro mais simples dos que eu estou acostumado, em direção a casa dos pais dela.

Pouco menos de uma hora chegamos finalmente no local.

A casa é bonita simples, para os padrões que estou costumado a viver, mas tem sua essência e características únicas que as encantam.

Caminhamos para dentro e vejo uma cachorrinha vir em direção da Melissa totalmente entregue.

- filhaaaa - Melissa a abraça e enche de beijos, percebo então que esse cachorrinha não é um simples animal, mas sim ela considera como um filho. - amor essa aqui é a Lola - ela fala em italiano para mim e sorrio alisando a cabeça da cachorrinha com receio, após ela parar de abanar o rabinho assim que me viu.

A cachorra começa a rosnar e eu tiro a mão rapidamente de sua cabeça, ela então pula do colo de Melissa e parte em minha direção.

Começo a correr de terno entre cadeiras e mesas desviando dos móveis e das presas dessa bola peluda que parece não ter gostado muito de mim.

- Lola - Melissa grita correndo atrás da cachorrinha, sendo ajudada por sua irmã, e mãe.

Seu pai por sua vez começa a rir e fica com os braços cruzados observando a cena.

- me lembra de dar um petisco para ela depois amor - ele grita para sua esposa que o repreende.

Nem consigo pensar em nada até chegar perto da mesa da área de lazer e subir encima tendo ela embaixo latindo eufórica.

- bola de pelo - falo em italiano para a cachorrinha e Melissa se aproxima pegando ela no colo, e segurando o risos junto com os demais.

- desculpa amor ela é meio ciumenta - fala e tento soltar um riso meio contra minha vontade.

Desço da mesa depois de verificar que a carrapatenta está no colo de sua dona.

Arrumo meu terno tentando voltar um pingo de minha dignidade depois dessa cena.

Menos de 10 minutos na casa de meus sogros passo uma vergonha dessa.

- bem vindo ao Brasil - meu sogro fala e sorrio sem graça, será que vou conseguir resistir aqui nessa semana!

LIGADA AO MAFIOSO - 2° Geração ( HERDEIROS FONTANA) - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora