TENSÃO

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MELISSA GOMES

Abro a geladeira e pego alguns legumes para fazer.

Ando me sentindo mal, estou perdendo muita coisa na faculdade e nada desse problema resolver.

A dois dias eu quase, quase não consegui resisti ao Giovanni, ele é intenso, misterioso, sexy, mas não sei nada dele.

Fica apenas aquela tensão no ar que me deixa confusa.

Depois do dia que acordamos juntos ele não dormiu no quarto, o vejo dormindo apenas nesse sofá duro, onde a beleza prevalece mais que o conforto.

Parei para analisar essa manhã já que foi o primeiro dia que fiquei só depois que me instalei aqui.

Ele teve que sair e aproveitei para colocar em mente tudo o que aconteceu e analisar de forma mais calma.

Uma coisa eu percebi, que eu também não estava vendo o lado dele, ele foi baleado, quase morto, está aqui por conta da sua segurança e quis de certa forma me proteger já que optei por livre e espontânea vontade o ajudar.

E eu só venho sendo uma pedra no sapato difícil de lidar.

Corto os olhos legumes com uma expressão cansada, gostaria muito de estar agora acompanhando uma cirurgia, ou suturando algum ferimento.

- que merda - suspiro e sem querer corto um pouco meu dedo. - porra - xingo enquanto pego um pano e enrolo em minha mão.

Bem na hora que vou olhar o corte escuto um barulho na porta e ela se abrindo, passando Giovanni com uma expressão de poucos amigos.

Ele entra estressado e joga o casaco sobre a poltrona e seu olhar bem direto a mim que preciono meu machucado.

Sua expressão muda automaticamente de estressado para preocupado e só posso vê-lo se aproximando rápido para mim.

- o que Aconteceu? - pergunta preocupado - você está bem ? - Pergunta segurando minha mão para analisar melhor o corte.

- eu, eu estou bem - digo desconcertada pela forma com que ele está segurando meu pulso, não é algo Bruto, mais sim uma maneira diferente.

- certeza - pergunta querendo tirar o pano - se quiser eu te levo para o hospital...

- certeza - falo o encarando nós olhos e o seu olhar fixa no meu.

Sinto seu aperto aumentar, mas não de uma forma dolorida mais sim excitante.

Meus olhos não conseguem afastar dos seus, é como se algo nos ligasse e não deixássemos nós afastar.

Sinto sua respiração bem próxima a minha, seu nariz está quase encostando no meu, meu coração acelera e minha boca fica seca.

Nossos olhos permanece conectados até eu fechar lentamente os olhos, tentando me controlar.

Posso sentir sua outra mãos ir a minha cintura e apertar como se lutasse contra algo.

Sinto ele respirar meu cheiro, passando o nariz lentamente pela minha pele, do queixo até o seios.

Suspiro emitindo um som, qual nem eu sei, mas no momento minha pele fica em chama, torcendo para que ele faça algo.

Sinto o aperto afrouxar e ele então se afastar.

Abro os olhos novamente e ele está ofegante, desconcertado assim como eu.

Ele dá uns passos para trás e permaneço no mesmo local o encarando.

- eu - ele começa a falar e vai se afastando - acho que vou tomar um banho - diz me olhando.

- ok - é a única coisa que sai da minha boca.

- melhoras - fala um pouco baixo e segue em direção da porta do quarto a fechando um pouco forte em seguida.

Tiro o pano de minha mão observando o pequeno corte.

Vou até o armário pegando um curativo colocando logo em seguida e olhando no espelho que tem nas portas dos armários.

- eu estou ferrada - digo me.observando e vendo o quanto fodida estou.

GIOVANNI FONTANA

- como assim nada ? - falo com meu pai do outro lado da ligação - pai eu sou um capo, não posso ficar o tempo todo recluso em casa - digo verdadeiramente, com uma pitada de vontade de não ficar o tempo todo próximo a Melissa.

- estamos resolvendo isso Giovanni - diz firme - não quero que se arrisque por nada - fala mais baixo - eu e sua mãe sempre vamos te proteger filho ...

- eu não sou mais uma criança pai - digo o cortando - sou adulto e um lider

- mas antes de tudo isso é meu filho - fala e fico quieto. - e se quer comandar algo é necessário que esteja vivo antes.

Bufo vendo que ainda irei ficar confinado aqui.

- se quiser pode vir para cá...

- não - eu o corto mais rápido que pensei - vou aproveitar esse tempo e colocar a cabeça no lugar - digo disfarçando - para voltar mais centrado do que antes - digo torcendo para que acredite e não bata aqui, seria difícil explicar sobre o porque omiti sobre minha hóspede.

- isso mesmo meu filho - diz mais leve - isso era o que eu queria ouvir - fala e suspiro aliviado - em breve espero chegar com boas notícias - diz confiante.

- eu também pai - digo de verdade.

- vou ter que desligar correria aqui no galpão- diz e me sinto inútil por não estar lá - até mais meu filho.

- até mais pai - digo e desligo o telefone, abro o notebook e acesso novamente as gravações do meu atentado.

Consigo ver um rosto, mas não o reconheço de nenhum lugar.

Me levanto pegando a garrafa de whisky na lateral da sala e encaro aquela tela do notebook.

Coloco um pouco em meu copo e me sento novamente em minha cadeira e relaxo voltando minha atenção a mesa.

Olho fixamente para aquela imagem pausada, e a encaro enquanto bebo meu whisky em pequenos goles.

- eu vou te achar - falo olhando fixamente a imagem, e apertando forte minha mão livre - eu vou te achar!.

LIGADA AO MAFIOSO - 2° Geração ( HERDEIROS FONTANA) - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora