LIGADA AO MAFIOSO - 2° Geração ( HERDEIROS FONTANA) - Livro 1

PAIS

MELISSA GOMES

- Como eu tava te falando la na Itália Médicos ganham muito bem !

Escuto meu pai falando todo orgulhoso para meu tio.

- mas aqui no Brasil também - meu tio diz sorridente.

Independente da classe social uma boa forma de comemorar algo aqui no Brasil é aquele bom churrasco repleto de familiares.

Estou chegando perto da área de churrasco, da nossa simples casa, onde meu pai fala todo orgulhoso aos meus parentes a vantagem de ter um diploma Europeu.

Assim que disse que consegui entrar na faculdade em Sicília meus pais quase soltaram fogos, da mesma forma que ficaram quando disse que passei em Medicina.

Seria a primeira Médica da Família.

- Esse é o nosso orgulho - vem meu tio Dario me abraçar e levar para a roda.

- quando você vai mesmo meu anjo- diz minha tia Leticia sentando ao lado de minha mãe.

- ah ela vai daqui 1 semana - minha mãe responde por mim, transbordando de orgulho - já conseguimos organizar tudo para ela, Graças a Deus - diz minha mãe emocionada na minha frente - alugamos uma kitnet perto da faculdade, e eu e o Paulo vamos fazer uns bicos a mais para mandar um dinheiro extra para ela ficar bem lá! - diz orgulhosa.

- Mãe vocês já estão gastando demais, vão mandar além do que podem, não precisa se esforçar mais - digo sentida lembrando do esforço que os dois sempre fizeram para me manter enquanto estudo- lá eu consigo uns bico, sabe la ganha melhor - sorrio mostrando confiança, mas na verdade nunca tive tanto medo, de estar em um lugar onde não conheço ninguém.

- que isso bebê, nos vamos dar um jeito - diz meu pai todo carinhoso me abraçando e usando meu apelido de sempre - logo teremos a nossa médica aqui novamente - diz dando um beijo em minha testa.

O dia seguiu maravilhoso todos festando felizes e orgulhosos, só quero que todo esse esforço seja o suficiente para recompensa - los por tudo que fizeram por mim.

Já no final da tarde caminho pelo meu quarto pegando alguns pertences que terei que levar.

Escuto batidas na porta e olho em sua direção.

- Mel - minha irmã diz e sorrio - posso entrar - ela pergunta e eu confirmo a vendo entrar logo em seguida.

- qual milagre a trás aqui - digo rindo e ela vem se aproximando até sentar em meu lado na cama.

- só quero aproveitar você um pouco antes de ir - diz toda dengosa e eu a abraço de lado.

- ficarei com saudades de você - digo sorrindo e ela ri tbm com uma expressão triste.

- eu também - ela fala baixo.

- tá vamos tirar esse clima chato - falo fazendo cosquinha nela e ela ri alto.

- o que acha de sairmos? - diz recuperando a respiração depois de rir tanto.

- tenho que arrumar minha mala ainda ! - digo a encarando.

- tem ainda 6 dias para isso vamos por favor! - diz de um jeito que nao sei dizer não.

Apesar de ter 25 anos e ela ser 8 anos mais nova nos damos muito bem.

Paro a encarando e ela faz biquinho, suspiro e volto a olhar firme.

- tabom - falo e ela pula animada encima de mim.

Chegamos em uma sorveteria no centro e sentamos até nossos milk shake estarem prontos.

- acho que esse milk shake nunca demorou tanto - falo suspirando e minha irmã segura o rosto com as duas mãos, enquanto os cotovelos está encostado na mesa.

- nem me fala - ela fala resmungando e depois regala os olhos para a porta.

- mel eu acho melhor você não olhar...

ela nem termina de falar e eu com minha curiosidade enorme olho para o lado.

Infelizmente para minha infelicidade eu vejo quem menos queria ver no momento, nitidamente alguém que eu não gostaria de ver, meu ex, Thiago.

- Oi Melissa - ele diz se aproximando com as mãos no bolso me encarando -  Oi Lolo tudo bem com vocês? - continua falando mas seus olhos não saem de minha direção nenhum minuto.

- Oi Thiago , tudo bem! - minha irmã diz com uma expressão neutra.

- Oi tudo e você? - digo me mantendo tranquila, apenas para não deixar um clima chato.

- estou bem melhor agora - diz sorrindo se sentando em nossa mesa, para ser mais clara ao meu lado. - fiquei sabendo que conseguiu sua bolsa! E vai para Itália como sempre sonhamos, quer dizer você sempre sonhou - fala sorrindo e eu continuo parada da mesma maneira - Parabéns você merece demais - diz sorrindo da forma que sempre me manipulou.

- obrigada! - sorrio fraco e ele aumenta a intensidade de seu olhar para mim.

- sempre disse que você conseguiria- completou

- e como está a delegacia ? - falo o cortando e ele por um instante volta a ficar normal.

- ótimo, nao tenho o que reclamar - fala contente - estou me dando muito bem como delegado, agora é focar em minha vida pessoal, sabe constituir família - diz relando sua mão sobre a minha que está sobre a mesa e puxo minha mão rapidamente.

-  ah, que bom! - digo sem graça, com as mãos sobre o colo.

A quase cinco minutos os milk shake chegaram em nossa mesa, e estavamos tentando continuar nosso momento de irmãs sem a presença dele.

Penso que em algum momento ele vai embora, até ele fazer o seu pedido, nem dando sinal que vai sair Dalí.

Lembro de nosso namoro, foram 10 anos juntos, ele era bom na maioria das vezes mais, na outra parte me fazia sentir mal, incapaz.

Eramos aquele famoso casal que todos queriam juntos, perfeitos aos olhos de todos, menos ao nossos.

Olho de lado para minha irma, ja faz alguns minutos, estamos quase terminando, e ele nem faz menção de sair, sem assunto, sem clima só dividindo o mesmo ambiente.

- aah, putz mana lembrei agora, temos que ir na kelly, nossa prima pediu pra passar lá a exatamente - ela para de falar e olho para o relógio no pulso - 35 minutos atrás, afs ela vai nos matar. - diz levantando e jogando o copo vazio no lixo.

- eu tinha me esquecido - digo levantando e ele segura meu pulso me olhando - mais entao a gente se vê outro dia! - digo puxando meu braço e ele sorri para mim.

- sim, antes de você ir, vou te ver e me despedir. - diz levantando e ficando na minha frente.

- ok so me fala - falo querendo sair o mais rápido possível.

- tabom - ele puxa e me abraça apertado - vou sentir sua falta - diz sussurrando em meu ouvido.

- também - digo sussurrando enquanto me solto de seu abraço e vou em direção da minha irmã.

Alcanço ela e abro a porta do carro entrando no banco do motorista.

- obrigada - digo sorrindo enquanto coloco o sinto.

- obrigada o caramba - diz rindo - isso vai sair caro para você - sorri ao dizer.

- nossa - sorrio - achei que estava me ajudando.

- querida irmã, ja vou pensando o que eu quero da Itália.

Ligo o carro rindo dessa pequena chantagista e vou em direção de casa, conhecendo bem ela, quando chegar ela vai pegar um caderno e listar tudo que tem na Itália que ela pode querer.

Deus me ajude.