Capítulo 4

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Jimin recorreu ao seu porto seguro, Jeon havia sido bastante rude consigo, dito palavras nas quais o deixaram triste, dito coisas para ele sentir-se insignificante, mas ele não concordou com nenhuma delas. Jimin nunca se achou insignificante.

— Jin Hyung. – Ficou manhoso, entrando na ala do ômega lúpus.

Sim, seu porto seguro, seu melhor amigo. Jin estava de costas sentado para a penteadeira de sua ala, estava tagarelando com o celular prensado na bochecha e apoiado no ombro, enquanto lixava as unhas, ria malvado com a pessoa do outro lado da linha, possivelmente fofocando sobre as desgraças alheias com alguém.

Jimin suspirou e sentou-se em um balanço de couro quietinho esperando o mesmo terminar sua ligação, mas não demorou muito.

O olfato do mais velho conseguia ser invejável. Parou de falar farejando lágrimas, odiava esse cheiro, contudo ainda mais vindo de alguém no qual ele conhecia muito bem.

Virou-se para trás vendo seu amigo todo murcho e com os ombros encolhidos, o rostinho de bebê todo vermelho.

— Depois a gente termina, vagabundo. – Desligou o celular levantando-se e indo em direção ao ômega loiro, fez uma carinha de dó para ele. Jimin quis chorar ainda mais.

— Ô, quem machucou meu alecrim dourado que nasceu no campo sem ser semeado? – Jin fez uma vozinha de bebê e Jimin afetou-se tremendo os lábios voltando a chorar, assim foi abraçado pelo maior.

— ÔÔÔ... Jimin é só um neném, quem bigou' com ele? fala pro' Jin. – Afastou-se apenas para secar as lágrimas do mesmo, foi nesse momento que Jimin abriu o berreiro entre soluços, Jin o mimava tanto, parecia que qualquer coisa que o fizesse chorar, era a pior coisa do mundo.

— Jinie. – disse trêmulo.

— Ôôô... – fez carinho na cabecinha de fios loiros do menor. — Pode chora, o Hyung está aqui. – Jimin assoou o nariz de catarro na blusa do maior na parte do ombro. — Ah! Jimin não empolga, eca! – O mais velho gritou.

— Jinie Hyung, o Jeon me odeia.

— Nós já conversamos sobre isso, Jiminie, ele não te odeia, ele...

— Ele me odeia! – aumentou a voz quase falha. — Ele disse coisas horríveis, não me deixou falar nada, e eu fiquei com tanta raiva que peguei de volta a comida que fiz para ele.

— Jimin deixasse a comida pelo...

Foi interrompido pelo outro novamente.

— Até parece que o grande Jeon Jungkook iria realmente aceitar essa mixuruca vindo de alguém tão pobre, como ele mesmo disse. – Soluçou e terminou de contar. No mesmo instante algo acendeu dentro do lúpus, uma chama enorme de raiva e ódio.

Seus olhos tomaram-se um azul extremamente claro quase cinza, seu lobo rosnava com tanto rancor. Ah, mas o outro lúpus iria ver consigo, podiam xingá-lo, ameaçá-lo, mas ninguém ofendia seu Jimin.

Rapidamente Jin desfez a carranca colocando uma máscara falsa no qual era especialista, um sorriso meigo e doce. Encarou Jimin, como se estivesse vendo um bebê recém-nascido, todo frágil e vermelho com cara de joelho.

— O Hyung vai conversar com ele, tá bom meu bem? – Apertou segurou o rosto do loiro com uma mão embaixo de seu queixo fazendo o mesmo ter um biquinho de peixinho nos lábios. — Aposto que foi só um mal-entendido, sabe como é, né, Deus deu aos alfas um pau maior, mas tirou os neurônios funcionais. – Deu um beijinho na testa do mesmo e saiu, deixando-o confuso com a reação de Jin.

— Vamos resolver isso de lúpus para lúpus. – Após sair pela porta, Seokjin, foi-se despindo rapidamente deixando uma trilha de roupas pelo caminho, seu sangue fervia em êxtase. Fechou os olhos, e farejou fundo localizando o outro lúpus que estava no jardim da escola ao lado da estufa. Ao abrir os olhos novamente, a cor azulada insana tomou conta de sua íris.

Senhores do Olimpo. 📚Onde histórias criam vida. Descubra agora