Capítulo 02

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Ele tomou toda a dose do copo que antes estava apenas bebericando de uma só vez, enlaçou minha cintura com os braços e inalou o cheiro do meu pescoço chegando bem próximo da minha orelha me deixando ainda mais inebriada quando sussurrou no meu ouvido.

— Garanto que não vai se arrepender.

Pegou minha mão e saiu dali praticamente me arrastando  e abrindo caminho pelo local cheio de gente.

— Não pagamos a conta — Lembrei.

— Não se preocupe com isso.

Quando entramos em um local mais reservado, minhas costas bateram na parede mais próxima, aquele corpo cheio de músculos se chocou ao meu e sua língua invadiu minha boca sem pedir permissão, me agarrei a ele com uma fome quase voraz, e senti-lo tão perto foi consumindo minha sanidade por completo, e aquela chama quase apagada dentro de mim tomou força  incendiando todo meu corpo.

— Sua boca é mais gostosa do que imaginei — falou com a voz rouca.

— Então não pare de me beijar agora. — Minha fala soou como uma ordem.

Ele apertou forte minha cintura e desceu as mãos pela lateral do meu corpo até meus quadris, senti a ponta de seus dedos roçando a pele nua da minha coxa,  até que levantou um pouco a barra do meu vestido e discretamente foi subindo a mão até encontrar a beirada da minha calcinha, e com o pouco de juízo que me restava o alertei e o impedi que avançasse.

— Se avançar mais, vai ter que aguentar as “consequências” aqui mesmo.

— Porra mulher, vai me deixar louco.

— Não se puder te conter. — Dei um duplo sentido para a frase.

Estava totalmente fora de mim e com o tesão ultrapassando qualquer limite, então soltei forte a respiração em sua orelha e com a língua fiz um pequeno caminho por ela o fazendo se retorcer, me afastei e na outra orelha fiz de novo ele me encarou firme e com a respiração entrecortada segurou minha mão e sem ligar se alguém ia ver aquilo ou não a colocou sob seu membro que estava total rígido dentro da calça, o volume fez minha boca salivar.

E em um ato quase furioso ele me tirou dali sem dizer uma palavra para onde iriamos.

— Até mais, senhor Walker.  — Falou um dos seguranças assim que passamos pela saída privativa.

Droga, não era para sabermos os nomes, porém o jogo não estava perdido, no fim das contas era um sobrenome comum e na adrenalina daquela completa loucura me joguei de cabeça e ia pagar pra ver qualquer que fosse o preço.

O curto caminho feito apressadamente até o estacionamento, deixava as coisas mais intensas e a expectativa lá em cima, em nenhum momento ele largou minha mão, possessivo, uma pessoa que exalava poder e sensualidade, a luxúria em forma masculina e ao meu dispor.
Nos aproximamos mais de um Ranger Rover grafite, estacionado não muito longe da entrada da boate, ele delicadamente soltou minha mão para pegar as chaves no bolso e destravar o carro, aproveitei para tirar o anel que pesava em meu dedo anelar e guardá-lo no mesmo momento que puxei o aparelho celular da pequena bolsa pendurada na lateral do meu corpo, ele percebeu quando diminui os passos enquanto digitava uma mensagem avisando à Janaína que estava saindo da boate e principalmente, me pedindo cobertura pela escapulida sem planejamento que agora eu me empenhava em concluir.

— Vamos? — Disse muito próximo ao meu rosto, enlaçando minha cintura.

— E para onde? Se bem me lembro você não disse onde pretendia me levar.

— Detalhes baby, apenas. Iremos para onde se sentir confortável.

A voz mansa próximo ao meu ouvido dificultava a níveis extremos meu raciocínio, iria onde ele quisesse, e ali naquele estacionamento eu tinha mais do que assinado minha sentença, porém, entregue a um desejo intenso que jamais havia sentido na vida, foi quando sem perceber a proposta se concretizou.

— Um motel, algo informal onde nós dois possamos aproveitar sem preocupações, é apenas uma noite e só. — Sussurrei próximo ao seu ouvido, mas fui incisiva na decisão e deixar as coisas bem claras logo de início iria facilitar muita coisa.

Ainda querendo entender a origem da coragem para propor algo desse feitio balancei a cabeça expulsando qualquer pensando que pudesse me bloquear, a flecha já havia sido lançada e não tinha mais volta, era algo tão intenso que dominava meus instintos, que gritava para que eu estivesse nos braços daquele desconhecido, mas a voz da razão lá no fundo, bem no fundo sabia bem que eu precisava sair dali.

O peso do anel de noivado dobrou no pequeno compartimento da bolsa, ele representava o nível do meu compromisso, mas o desejo falava mais alto e eu aguentaria quais forem as consequências.

— Vamos então? — falei olhando em seus olhos, outro erro que só percebi quando já havia feito.

— Primeiro as damas.

Ele tomou minha mão ao me direcionar para a porta do lado carona do carro, enquanto ele deu a volta para assumir o lado do motorista respirei fundo tentando conter a ansiedade que se acumulava em meu peito, preferia encarar o caminho como algo libertador, sempre fui uma pessoa que seguia as regras, tudo muito certo e sempre nos trilhos, apenas uma vez na vida eu iria fazer algo que de fato eu queria, sem olhares repressores ou julgamentos.

Um pequeno segredo, uma manchinha de nada em um histórico de vida impecável, hoje eu não seria a Sofia perfeita, seria quem eu desejasse ser e naquele momento eu queria tudo que ele pudesse me oferecer.

Mesmo perdida nos pensamentos de rebeldia, notei quando o carro foi posto em movimento, observei ele dirigir, no rádio tocava uma música suave, focado no caminho consegui observar melhor seus traços marcantes, a boca carnuda, o sorriso malicioso quando me fitou e me pegou o observando.

— Gosta do que vê?

— Convencido e presunçoso, porém sim, gosto do que estou vendo.

— A língua pelo jeito é sempre afiada.

— Não, apenas uma observadora bem treinada.

O jeito como ele passava a língua no canto dos lábios o deixava ainda mais sexy, a camisa preta mostrava discretamente cada detalhe do corpo malhado, os ombros largos, os braços com algumas veias saltadas, a calça de sarja justa e os sapatos de grife caríssimos. O sorrisinho de canto, aquele de quem sabe que está sendo observado não saia do seu rosto e eu não fazia questão nenhuma de disfarçar.

Fogo no parquinhoooooooo
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