Capítulo 39

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Ponto de Vista KAI

Third permanece imóvel, eu o encaro esperando sua resposta e tento me aproximar um pouco mais dele, mas não tenho mais forças.

— Você pode esperar? Eu... eu pego a moto. Charlie caiu em algum lugar próximo, este no prédio da escola de medicina.

— Kai, já chega.

Não consigo ver seu rosto com olhos confusos, só consigo sentir suas mãos quentes apertando meus braços.

— Não vá com ele.

— Você deve ir para o hospital, imediatamente, imediatamente, P'An me ajude.

— Não, estou bem, Third, por favor.

Eu tento esfregar minhas mãos trêmulas em minhas calças. Se eu limpar o sangue das minhas mãos, ele provavelmente não vai pensar que estou gravemente ferido.

Eu pensei que talvez fosse a maneira como eu agi (sendo um mulherengo) que fez todos os seus sentimentos desaparecerem.

Nunca chorei por amor, nunca me senti triste por amor, e nunca pensei em dar amor. Eu parecia imune a esses sentimentos, mas no final o Third quebrou todas as minhas forças.

Minha perna esquerda parece que foi cortada lado a lado com uma faca, como se estivesse prestes a quebrar em 100.000 pedaços. No fundo do meu coração, tenho um medo secreto de não conseguir cumprir minha promessa de levá-lo para casa hoje, mas a ideia de ele ir embora com outra pessoa me deixa...

— Kai, você está me ouvindo? Espere um minuto... Espere um minuto... P'An!!!

Sua voz soa preocupada e eu tento dar alguns passos para trazer Charlie de volta para não ter que esperar muito.

— Vou pegar a moto.

— Mas você não pode ir agora. Droga, você está me ouvindo? Você não pode ir!

— Sim eu te entendo.

Depois de muito tempo, finalmente tive forças para respondê-lo.

Talvez seja porque tentei chegar até aqui, minha resistência chegou ao limite e lentamente minhas pálpebras se fecharam...

Estou muito feliz que a última frase que ouvi seja de Third. Estou muito feliz por pelo menos ter tentado, mesmo que a resposta final não seja a que eu esperava.

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— P'An, você pode diminuir um pouco o ar condicionado? Kai está tremendo.

O zumbido em meus ouvidos me faz tentar abrir os olhos, mas o sangue em minhas pálpebras é um maldito obstáculo e não consigo.

Não sei onde estou, não sei há quanto tempo estou dormindo, mas o calor das pessoas ao meu redor me faz perceber que posso me sentir à vontade.

Minha cabeça descansa em sua perna e sua palma acaricia suavemente meu rosto.

— Você não me odeia, não é?

— Kai, você está acordado?

Sua voz está cheia de preocupação, uma voz suave que não ouço desde o dia da reunião.

— ...

Eu tentei responder a ele. Estou acordado, mas não tenho forças para abrir a boca.

— Espere, logo estaremos no hospital.

Bem, eu vou esperar, fique ao meu lado. Obrigado, obrigado por não me odiar, hoje... podemos voltar a ficar juntos...

[Flashback]

Teoria do Amor - Novel - Pt/BROnde histórias criam vida. Descubra agora