Capítulo 64

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Ponto de vista THIRD

— Third, por favor... Não me deixe...

— ...

— Não me deixe, por favor?

— Nós deveríamos ser apenas amigos, Kai.

Mesmo que minhas lágrimas ainda estejam fluindo, ainda tenho que aceitar essa realidade.

Não seria tão ruim voltar aos velhos tempos, quando Kai era livre para fazer o que quisesse, independentemente de como eu me sentia ou se estava satisfeito. Se um amor é desconfortável no começo, um dia ele vai acabar.

— Não, eu não quero que você seja meu amigo. Eu não vou deixar você ir.

Suas duas mãos me apertam com mais força e eu não consigo nem respirar.

Talvez porque eu chorei muito, minha cabeça está girando, então tive que ser segurado por ele sem ter forças para me defender.

— Kai, leve o Third para casa.

Estou prestes a me virar para olhar para Bone quando o cara na minha frente coloca a mão no meu ombro e diz:

— Claro que eu vou. Vou resolver as coisas com você mais tarde.

— Bem, eu vou esperar por você. Liga quando quiser.

— Você beijou meu namorado.

— Seu namorado é meu amigo, seu filho da puta.

— Ai, o que você está fazendo aqui?

Reconheço a voz de Two, mas Kai não me dá chance de olhar para cima. Seu braço me envolve e sua mão pressiona minha cabeça.

O menino que acaba de entrar em cena fica em silêncio por um momento, depois pergunta com voz grave:

— Kai, o que você fez com o Third?

— Eu vou cuidar disso sozinho.

— Eu perguntei o que você fez com o Third!

— Não é da sua conta.

— Deixe o Third ir, eu disse para você deixar ir!

Dois caras me puxam com violência, mas no final não consigo me livrar daquele desgraçado.

— Eu quero falar com o Third. Quero esclarecer as coisas com ele.

— Você o fez chorar.

— Droga, Two! Deixe que eles mesmos cuidem disso. A prioridade agora é me levar para o hospital, estou morrendo pra caralho!

Ouvi meu amigo gemer, mas ao mesmo tempo soluçar nos braços do homem alto, e sei que ele está com um humor que não consigo dizer nada direito.

— Eu não quero falar com você. Eu quero ir para casa.

Finalmente falei o que queria, e foi bom que todos fossem embora o mais rápido possível.

— Então vamos juntos.

Kai agarra meu pulso e entra no bar sem me dar chance de responder.

As luzes piscando me deixam tonto. Quanto mais perto chego de sua mesa, pior me sinto. Meu rosto deveria estar vermelho como meu corpo. Eu parei.

— Eu não vou entrar.

A mulher ainda está lá e as imagens de seus beijos continuam voltando para mim.

Eu já tive o suficiente. Já sofri o suficiente.

— Vou pegar minha carteira e as chaves do carro, você pode esperar aqui? Não vá.

Teoria do Amor - Novel - Pt/BROnde histórias criam vida. Descubra agora