Capítulo 31

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Ponto de Vista KAI

— É meio-dia. Estou com fome. É meio-dia.

— Pare de reclamar, é chato.

— Em dois minutos meu estômago vai começar a roncar como um louco. Se o professor não terminar a aula a tempo, eu fujo primeiro.

— Você tem insetos, não consegue suportá-los?

Repreenda-me o quanto quiser, porque agora não me importo com nada.

Só sei que estou tão ansioso quanto uma formiga em uma panela quente. Eu olho para a professora e quero que ela desligue os slides. A professora também é chata porque é sempre pontual e só sai da sala às 12 horas.

— Alunos, hoje vou arrastar um pouco a aula, faltam poucos pontos e quero terminar.

— OK.

Não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não! Eu não quero isso!

Tem outra página na apostila, tem quatro slides, deve ter muito mais imagens, e o que isso quer dizer? Isso significa que temos que esperar mais meio dia. O pior é que esqueci de levar comida comigo.

— Posso pedir a professora para me deixar sair mais cedo? — Perguntei a Bone ansiosamente.

— Se você sair agora, vai perder a lição: sente-se um pouco!

— Pequeno babaca!

— Third, você trouxe alguma comida? Kai reclama de novo.

Third, que está ouvindo atentamente, vira-se para olhar para Two, que está falando.

Quando eu estava com fome, Third sempre tirava lanches de sua mochila para mim, então eu sempre esquecia deliberadamente de trazer comida comigo, porque só quero comer o que ele me dá.

— Não tenho certeza, deixe-me ver.

Com isso, ele pegou a mochila e deu algo para Two, Two deu para Bone, que me deu em segundos.

Estou emocionado, inesperadamente há bolinhos de arroz japoneses para comer.

Eu sabia que Third ainda estava preocupado comigo, mas para evitar que ele se sentisse tímido, decidi não dizer nada e comer em silêncio com a cabeça baixa.

Mas com apenas uma mordida, um cheiro indescritível flutua pela minha boca.

— Que marca é esta bola de arroz? Por que é pegajoso? — Eu gemo enquanto como, mas como um homem de aço não paro e imediatamente como o segundo e o terceiro.

— Arroz japonês é assim. É um pouco pegajoso.

— Realmente?

Apesar do gosto ser muito ruim, a ponto de nem um cachorro comê-los, consegui acabar com todos. Quando percebi que estava segurando um saco transparente na mão, meu corpo inteiro ficou dormente.

— Third, quando você comprou?

— Não sei. Está na mochila há uma semana.

Que porra!!!

— Está vencido, droga! — Eu grito, a professora se vira para me olhar e eu tenho que pedir desculpas a ela. Ao mesmo tempo, Third me pede desculpas, mas nem olha para mim.

— Me desculpe, eu não sabia que tinha expirado.

Sinto que, embora a Third esteja tentando manter nossa amizade, seus esforços são opostos, porque aos poucos estamos nos distanciando muito.

Por mais que eu tente me aproximar dele, ele se afasta cada vez mais.

É uma sensação terrível. Mas não posso dizer nada, é tudo culpa minha.

Teoria do Amor - Novel - Pt/BROnde histórias criam vida. Descubra agora