22. Fuga

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No dia seguinte, Jão e Pedro acordaram lado a lado de novo.

Eles se arrumaram pra ir para a aula, mas dessa vez não chegaram atrasados para o café da manhã.

No intervalo, porem, os dois conseguiram dar uma desculpa pra voltar para o quarto, não que Malu e Renan não tenham achado estranho.

Eles deitaram na cama de Jão e ficaram aos beijos, parando apenas quando ouvem o sinal do fim do intervalo.

Pedro: — De novo... — Murmura sem afastar completamente seus lábios dos de Jão.

Jão: — Esse sinal vai sempre interromper a gente?

Pedro: — Acho que se você inventar de me beijar quando estamos com horários marcados, sim. — Ele ri.

Jão: EU inventar? — Jão dá risada, incrédulo.

Pedro ri e cola os lábios deles mais uma vez.

Pedro: — Temos que ir...

Jão: — Temos mesmo? Estamos quase em novembro, é praticamente final do ano, não é como se fossemos perder muita coisa... — Jão tenta, deixando um selinho nos lábios dele.

Pedro: — Hum... quer dar uma fuga então... — Pedro sorri de canto.

Jão: — Tipo, do colégio, — Pedro assente. — E tem jeito?

Pedro: — Da pra fazer. — Ele encolhe os ombros, rindo.

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Pedro decidiu levar Jão até uma praça, que ficava meio afastada, com ruas pouco movimentadas.

Jão: — Por que estamos em um lugar tão isolado?

Pedro: — Jão, você não se esqueceu de algo? — Ele aponta para o pulso de Jão, onde tinha seu pequeno bracelete, semelhante a um relógio, que lhe fora dado logo que se mudou para o lado dos vampiros.

Jão: — Ah, isso, colocaram no meu braço logo que atravessei a fronteira, disseram que não poderia sair sem isso.

Pedro: — E não te explicaram tudo que isso aí faz?

Jão: — Sim, mas eu tava muito abalado pra prestar atenção.

Pedro: — Vale a pena pesquisar depois, mas enfim, essa pulseira indica que você é um vampiro transformado, e também te rastreia se você ameaçar atravessar a fronteira, por isso estamos tão longe, quanto mais perto da fronteira, mais eles conseguem saber sua localização, não é muito preciso, mas poderiam saber que você não está no colégio em pleno horário de aula se fossemos pra outra direção.

Jão: — Ah, nossa, você pensa em tudo.

Pedro: — Vantagens de já ter namorado um vampiro transformado. — Ele dá de ombros. — E ela tem um botão de alarme caso você precisar.

Jão: — Lembro dessa parte, disseram que caso eu me sinta ameaçado era só puxar essa travinha, não sei se eu entendo bem porque tudo isso, não quero parecer desrespeitoso, mas não sei pra que tanta preocupação comigo.

Pedro: — Jão, acho que você não sabe disso, mas o governo vampiro é obrigado a te manter seguro, porque você foi vítima de um vampiro, não que seja igualitário, se um vampiro transforma um humano ele é morto, mas se um humano matar um vampiro o máximo que a família consegue do governo humano é uma indenização. — Ele suspira após a última parte. 

Sangue, Amor & Outros Traumas - PejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora