29. Família (Parte 2)

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Pedro acordou no dia seguinte ao ouvir o chamado da governanta da casa, provavelmente seus pais o chamado para o café da manhã, ele tinha se jogado na cama no fim da tarde e dormido até agora de manha.

Ele se levantou sem qualquer energia pra avisar que já desceria, ele não cogitaria se não estivesse morto de fome.

Chegou a demorar mais um pouco pra descer, na esperança de seus pais terminarem o café e irem para o trabalho sem que ele precisasse encontrá-los.

Mas a fome apertou de vez e ele desceu.

Ana: — Bom dia, Pedro, finalmente apareceu.

Rodrigo: — Bom dia, filho.

Pedro: — Bom dia pra quem? — Ele resmungou se sentando para tomar café.

Um silêncio incomodo se insaturou no ambiente.

Ana: — Filho, se você quiser voltar para o colégio hoje a tarde, você pode.

Pedro: — Como é que é? — Ele se espanta. — Isso é sério?

Rodrigo: — Sim, se quiser, com uma única condição. — Completou. — Você almoçar com a gente hoje, pode ser?

Pedro: — Tudo bem! — Pedro abriu um sorriso enorme.

Rodrigo: — É engraçado o quanto você passou a se apegar ao colégio com o passar dos anos, quando você era pequeno você odiava esse colégio, todos os fins de semana você chorava pedindo pra ficar em casa.

Pedro: — É... isso faz tempo.

Ana: — É muito bom que você seja estudioso assim, Pedro. — Ela suspira. — Mas quando foi que nossa casa se tornou um ambiente tão desconfortável que você prefere ficar na escola até aos fins de semana?

Pedro: — Acho que quando eu cresci. — Ele responde simplesmente.

Ana: — Filho, você não quer falar com a gente, o que aconteceu?

Pedro: — Como se vocês se importassem.

Rodrigo: — Somos seus pais, Pedro.

Pedro se manteve calado e logo que acabou seu café da manhã, voltou para o seu quarto.

Ele não queria admitir, mas sentia falta de poder falar de tudo com seus pais como antes.

Eles vão ao hospital ainda pela manhã, mas não se demoram muito por lá, pois a avó de Pedro ainda precisava ficar em repouso, logo que voltam o almoço é servido. Pedro almoça mais uma vez em total silêncio.

Ele sobe para o quarto pra arrumar suas coisas, mas mal começa e já ouve batidas na porta, seguidos de um chamado da governanta.

Pedro: — Bom dia, Sônia. — Ele abre a porta do quarto.

Sônia: — Seus pais mandaram te chamar. — Pedro abre a boca pra dizer que não vai descer, mas ela continua. — Tem uma vista pra você.

Pedro: — Uma visita? — Ele estranha. — Tudo bem, já vou descer. — Ele sorri e em seguida fecha a porta. — Talvez o Bruno esteja na cidade, tomara que seja ele, vou pedir pra dormir na casa dele. — Resmunga vestindo uma camisa qualquer e descendo do quarto.

Quando vai até a sala, porem, tem uma surpresa.

Pedro: — Jão? — Ele sorri inacreditado correndo até ele.

 Jão: — Oi, Peu... — Ele dá um sorriso tímido.

Pedro: — O que...? 

Ana: — Bom, eu preciso ir para o trabalho, vou deixar vocês a vontade. — Ela sorri e se retira. — Espero vocês para o café da tarde, rapazes, bom conhecer você, João.

Sangue, Amor & Outros Traumas - PejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora