19. Fim de semana (2)

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Anoiteceu naquela sexta-feira e joão se aprontou para dormir, ele sentiu um pouco de falta da presença de Pedro no quarto, mas ignorou seu incômodo. Era normal, ele estava acostumado a conversar com ele antes de dormir todas as noites.

No dia seguinte, porem, ele teve que tomar café da manha sozinho, ele tomou também o costumeiro copo de sangue, apesar de Pedro não estar perto, ele sabia importância disso para ele agora. Ele sorriu só de imaginar que Pedro estaria orgulhoso dele.

E em seguida se repreendeu, estava pensando em Pedro de novo.

Achou estranho que ele estivesse sentindo tanta falta de Pedro, ele tinha o visto no dia anterior.

Costumeiramente, passou na enfermaria, e dessa vez se demorou por lá conversando com os funcionários, não queria voltar para o quarto e ficar sozinho e continuar pensando nele.

Já no fim da tarde, ele se distraiu um pouco com o violão e sentiu vontade de voltar a escrever. Foi o que ele fez.

João se pegou pensando em Pedro mais vezes do que gostaria de admitir, ele temeu estar gostando dele mais do que como um amigo.

Jão: — Não, João, você não está gostando do Pedro dessa forma. — Ele repreendeu a si mesmo. — Você só esta se sentindo um pouco sozinho, não misture as coisas.

Nesse conflito interior, ele decidiu ir para cama mais cedo, tentando não pensar que tudo que ele tentava escrever, acabava sendo sobre o Pedro.

Costumeiramente ele dormiria até mais tarde no domingo, mas acabou perdendo o sono logo no início da manhã. Porem, ele lembrou que Pedro estaria de volta naquela noite e sentiu uma estranha euforia só de pensar.

Logo depois do almoço, Pedro estava de volta no colégio, ele se sentiu mais leve só de estar de volta, e dizia a si mesmo que era por isso que estava correndo pelos corredores, querendo chegar logo no seu quarto.

Não tinha qualquer relação com a vontade de rever seu colega de quarto.

Pedro: — Boa tarde! — Pedro cumprimentou, tentando não transparecer que estava ansioso para voltar.

Jão: — Oi, Peu, como foi o fim de semana? — Perguntou, sorrindo, também tentando esconder que estava feliz em revê-lo.

Pedro: — Bem... complicado. — Ele suspira se jogando na própria cama. — Mas eu achei que ia ser pior.

 Jão: — Nossa, que bom, então. — Ele riu do tom.

Pedro: — Mas, sabe, foi bom, o Bruno sabe organizar uma boa festa, uma pena que você não pode ficar muitas horas fora do colégio, você teria gostado, eu acho.

Jão: — É?

Pedro: — Sim, ele por algum motivo decidiu colocar umas músicas antigas, tocou umas duas do Cazuza, lembrei de você.

Jão sorriu com a fala dele.

Jão: — Que legal, que bom que você conseguiu se divertir. — Disse se sentando na própria cama, ficando de frente para Pedro. — E... ah... e eu... eu senti um pouco de falta de você nesse fim de semana... — Jão confessa, levemente envergonhado.

Pedro: — Serio? — Pedro sorri. — Eu também senti sua falta, foi pouco tempo, mas acho que já tô acostumado em dividir uma rotina com você.

Jão: — Eu também, esse quarto é tão silencioso que chega a ser incomodo, não sei como você aguentou todos esses meses dormindo sozinho.

Pedro: — Posso te confessar uma coisa? — Ele ergue o corpo se sentando na cama tambem.

 Jão: — Claro.

Pedro: — Sabe, João, eu acho que como eu passei quase o ano todo dormindo sozinho nesse quarto, eu acabei me acostumando com o completo silêncio, eu não reparava o quanto era ruim dormir sem ninguém pra conversar antes, bem, sei lá, tô feliz que você tá aqui.

Jão desviou o olhar do de Pedro, levemente sem jeito, Pedro sorriu internamente, no fundo, tinha gostado de desarmar o garoto.

Jão: — Fico feliz que goste da minha companhia, Peu. — Ele diz voltando a mirar os olhos do vampiro. — Sabe, você é a única coisa boa que me aconteceu desde que eu vim parar desse lado da fronteira.

Dessa vez, Pedro que se sentiu desarmado e desviou o olhar.

Devido o silêncio de seu colega de quarto, Jão voltou a falar, desviando o assunto.

Jão: — Mas, me conta mais sobre seu fim de semana, as partes boas, no caso. Tirou algumas fotos. — Jão voltou o assunto, lembrando que Pedro adorava filma e tirar fotos.

Pedro: — Ah, sim, vou te mostrar. — Ele pega o celular, empolgado por ter alguém pra mostrar as fotos que tirava.

E aquele domingo acabou como muitos acabaram e muitos outros ainda acabariam, os dois lado a lado assistindo a algum filme e dividindo algum doce.

Sangue, Amor & Outros Traumas - PejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora