𝐌𝐀𝐘𝐀 𝐍𝐔𝐍𝐂𝐀 𝐄𝐒𝐐𝐔𝐄𝐂𝐄𝐔 o dia que sua vida mudou completamente. O dia em que foi prometida ao herdeiro do clã Omatikaya, destinada a se tornar a próxima Tsahìk. Tudo o que ela conhecia e queria para si um dia foi apagado, para então tri...
MAYA COLOCOU SEU ARCO nas costas, enquanto andava entre as folhas grandes da floresta. Mas ainda sim, mantinha uma mão sob a faca, caso precisasse se defender de qualquer perigo. Houve uma época em que as florestas de Pandora era um caminho sem perigo. Hoje, não se podia dizer os mesmo.
Agora, onde estava aquela menina?
Maya não pôde tirar os olhos dela por um segundo, que ela já tinha sumido. E ela sabia muito bem que estava entre as árvores da floresta.
Conforme mais ela adentrava a mata, mais alta ficava o som da água escoando, esta que vinha do córrego próximo ao clã cuja nascente rodeava quase toda a vegetação em volta do mesmo. Era um dos lugares preferidos de Maya em toda a floresta.
Antes que ela pudesse voltar a olhar em sua volta, ela conseguiu ver uma cauda dançante que espreitava entre as folhas. A fez respirar fundo, se aproximando em passos cautelosos.
Ergueu o olhar um pouco sob as plantas, e sua preocupação cessou um pouco quando viu a garotinha de cabelos longos, olhos grandes e amarelos, e uma linda flor azul presa na orelha esquerda. A criança parecia muito com ela mesma. Tinha um arco em mãos, e apontava para o córrego a sua frente com toda a atenção do mundo, como se quisesse pescar alvo. Os olhos e orelhas estavam atentos a qualquer movimento ou som.
Mas, enquanto a admirava, Maya cambaleou e acabou pisando em falso. Por pouco não foi ao chão. Ela colocou a mão na cabeça, sentindo uma leve tontura seguida de uma ligeira dor de cabeça. O sol estava muito forte, era de tontear qualquer um que ficasse embaixo dele.
Quando voltou a olhar para a menina, viu que agora ela apontava o arco em sua direção, com seus olhos corajosos mas ao mesmo tempo medrosos. Maya levantou as mãos em reflexo, mas sorriu levemente logo em seguida. A menina soltou o ar que prendia nos pulmões.
—me assustou!—ela exclamou, franzindo o cenho. Abaixou o arco, parecendo mais tranquila.—pensei que eram os militares.
—e ainda sim você saiu sozinha, e sem a minha permissão.—Maya respondeu, agora se aproximando e cruzando os braços. As orelhas da menina se abaixaram, com certa culpa. Seus cinco dedos se fecharam com firmeza ao redor do arco.
