♤!¿Sob Notas e Poemas...?¡♤ • KazuFuyu

Capítulo VIII..

|*A parte inicial do capítulo pode desencadear gatílios com crises de ansiedade/pânico, se for sensível a esses tipos de leitura peço que pule.

<¡Iori POV✨️

Assim que saio do quarto de Ichiro vejo apenas a solitária a escuridão, essa conversa foi um tanto cansativa, ao me ver sozinho naquele frio abraço da solidão que me escondia do resto do mundo permito que uma lágrima escorra pelo meu rosto. Apenas corro até o meu quarto, que era uma das portas mais próximas, apesar que, naquele momento, pareceu ser uma jornada muito mais longa e tortuosa que o comum. Meus olhos percorreram todo aquele cômodo procurando pelos calmantes e antidepressivos guardados por ali e, assim que encontrei a caixa onde os guardava, fui até ela abrindo um dos potes de medicamentos e engoli três de uma vez, logo depois, abrindo outro pote, engoli cinco deles. Graças aos três primeiros a crise que estava tendo parou rapidamente e, dessa vez por mérito dos outros cinco, meu corpo começou a pesar até encontrar a maravilhosa sensação de não existir.

Finalmente pude dormir.

(Autora: acho que eu nem preciso dizer que em nenhuma hipótese deve-se reproduzir o que o Iori fez, não é? Mas mesmo assim faço questão de reforçar: NÃO faça isso!!)

Mas nunca disse que havia sido um sono pacífico ou calmo ou mesmo prazeroso, o sentimento da não existência sumiu assim que percebi estar em um carro, meu pai dirigia com uma cara nada boa, olhei pelo retrovisor para trás e vi Chifuyu e Midori no banco de trás.

Eu estava ali mais uma vez...

-Papai, o que está acontecendo? Por quê estamos indo no caminho do hospital? - o ainda moreno -- Chifuyu -- perguntou enquanto observava a janela.

-Vovô falou que o Ichiro-nii, a mamãe e o Shigeru-san não estavam bem, aconteceu alguma coisa, papai? - Midori perguntou enquanto balançava as pequenas pernas em uma pequena ansiedade que começava a se formar.

-Crianças, o papai vai precisar que vocês fiquem calmos, eu também não tenho muitos detalhes do que aconteceu, mas parece que foi bem ruim... - o mais velho falou, virando uma esquina, eu suspirei, olhando para a cidade que passava diante de meus olhos.

-Mas vai ficar tudo bem, não vai? - Chifuyu perguntou, visivelmente preocupado como já era de costume, e toda essa preocupação só iria piorar com o passar dos anos...

-Claro que vai, idiota! Mamãe sempre fala que vai ficar tudo bem, e sempre fica, então ela vai falar e vai ficar tudo bem de novo! - Midori afirmou gesticulando como costumava fazer na época. Era reconfortante e desesperador ao mesmo tempo, ela era tão otimista, mas grande parte de seu brilho se perderia em alguns minutos.

O resto do caminho foi um silêncio torturante, naquele dia eu simplesmente fiquei calado, não tive força para falar algo o dia todo, me odeio até hoje por isso.

Minutos passaram e a pior notícia que havia recebido na vida chegou em meus ouvidos: eles haviam sofrido um acidente de carro. Congelei assim que ouvi isso, as lágrimas escorreram pelo meu rosto completamente inexpressivo, vazio, naquele momento eu perdi o chão.

Mesmo vendo meus irmãos mais novos praticamente gritando em desespero, mesmo vendo a forte crise de pânico de Chifuyu que o manteve no hospital por dois dias, mesmo vendo Midori chorar como nunca antes eu simplesmente não conseguia falar ou fazer nada, eu também estava em choque.

Acordei ofegante com a imagem de Ichiro com aquele curativo enorme no pescoço, desacordado naquele cômodo branco, com o som de bip perturbando minhas lembranças. Me sentei na cama sentindo meu rosto molhado, ainda faltavam duas horas para dar o horário em que eu deveria acordar.