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Não devo mentir, estava atormentada pelo o que havia visto, aquela maldita cena não saia da minha cabeça por mais que eu tentasse.

— Arabella!— Georg diz abrindo a porta e se deparando comigo sentada no canto do meu quarto.

Ele olha com raiva para Morgana que estava sentada na ponta da minha cama e caminha até mim.

— Que porra você fez?— pergunta à ela e coloca a mão em minha testa— Ela está queimando em febre.

– Só fizemos o que era necessário!— afirma e se levanta.

— Vamos, Bella!— me puxa para cima e eu sinto meu corpo doer, os dois me deitam na cama.

Georg pega um travesseiro e deita meu braço ferido nele, tira o antigo curativo e a situação estava feia.

Assim que minhas costas encostam no travesseiro e eu deito levemente para o lado grito de dor. Os dois me olham assustado e levantam meu tronco da cama.

Saio da cama e caminho em direção ao espelho, eles me seguem e ficam atrás de mim, levanto minha blusa e em minha costela estava escrito "hilfe" Morgana me olha atenta.

— Ajuda— eu e meu melhor amigo a olhamos sem entender— Está escrito "ajuda" em alemão.

A visão que havia tido com o homem começa vir átona em minha memória, lembro do inglês mais ríspido dele, do sotaque alemão.

— Ele é alemão!— afirmo— E ele me disse, "continue desenhando, eu estarei do outro lado da rua" e "eu sou o passado".

— Como ele era?— Morgana pergunta e Georg pega o kit de primeiros socorros.

— Cabelos lisos e pretos, com algumas mechas descoloridas, roupa preta e cheia de adereços, maquiagem preta, parecia emo.

Ela fica alguns segundos quieta, bate as unhas em sua pele levemente.

— Você já sabe quem é, você viu como ele era no passado, creio que não esteja tão diferente hoje em dia. Sabemos que ele tem cabelo descolorido.

— Mas antes de voltar para essa investigação maluca, precisa se cuidar!— afirma meu melhor amigo enquanto aplicava soro fisiológico no arranhão.

— O que você viu lá?

— Não quero falar sobre isso!— flashbacks surgem em minhas memórias, aperto os olhos e balanço a cabeça na tentativa falha de me livrar deles.

Georg termina de me enfaixar e eu me deito cansada na cama, tinha gastado muita energia indo para aquela maldita realidade. Meu corpo estava exausto, minha mente só queria se desligar por apenas uma hora.

Fecho meus olhos e escuto os dois saindo do quarto, alguns minutos se passam e passos voltam a entrar em meu quarto.

Morgana começa a dizer algumas palavras e acende um incenso de Aloe Vera, em uma tentava de curar meu espírito e meu corpo.

Sentia que estava perdendo tempo que aquele homem não tinha, mas eu tinha noção que se meu corpo e espírito não estivesse em harmonia e bem, não teria muito o que eu fazer.

— Fica tranquila, Helena!— afirmo olhando o tarot.

— Sério, Bella?— me pergunta feliz e eu concordo com a cabeça.

— O que é seu, ninguém tira, absolutamente ninguém pode com o que te protege!

Vejo a felicidade em seus olhos.

𝗜𝗡 𝗧𝗛𝗘 𝗢𝗧𝗛𝗘𝗥 𝗪𝗢𝗥𝗗 𝖡𝗂𝗅𝗅 𝖪𝖺𝗎𝗅𝗂𝗍𝗓Onde histórias criam vida. Descubra agora