|DARK ROMANCE|
Hestia se vê no epicentro de um turbilhão de emoções quando de maneira forçada se muda para à Rússia. O reencontro com seu tio e seu grupo de delinquentes, agora soldados do exército, desencadeia uma série de eventos sombrios. Porém...
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Eles iriam vir!
Merda, sentia as minhas mãos suarem dentro do moletom de time que Trevor me deu. Os pés dentro do coturno surrado pareciam inquietos quando chacoalhavam para cima e para baixo, batendo os cadarços desamarrados no piso. A ansiedade me tomava enquanto observava o corredor do colégio entre o fio da porta entre-aberta.
O livro aberto em qualquer página - Frankenstein de Mary Shelley - enquanto meus pensamentos vagavam. Nem mesmo um clássico da literatura podia me prender essa semana.
Eu aguardava o momento em que eles apareceriam na sala de detenção para buscar os dois garotos do time. Era semana das bruxas.
Mesmo após passar a semana toda pedindo e implorando a Trevor, eu ainda tinha minhas dúvidas de que ele me levaria para a caça às bruxas desse ano. Sabia que carregar um peso morto na garupa de sua moto não era a melhor opção para uma noitada, ele preferia ter a mãe de algum amigo agarrada à sua cintura.
Sim, Trevor tinha uma queda por mulheres mais velhas, mas não qualquer uma. Ele era apaixonado pelas mamães que usavam roupas de academia, não gostava das que fumavam, preferia as que pintavam o cabelo e as unhas regularmente, e dava preferência às que não tinham marido.
Eu tentei ameaçá-lo, dizendo que contaria para Dmitry, que o capitão do time-Trevor Vitéri-deixou sua mãe lhe agradar com uma garganta profunda no verão passado, logo após o divórcio. No entanto, ele facilmente me persuadiu, dizendo que, se eu fizesse isso, ele definitivamente não me levaria.
Era a semana mais esperada do ano e, droga, eu não fazia parte disso.
Na segunda-feira, eles não apareceram na escola. Porém, fiquei por dentro das notícias de alguns corredores pelo centro da cidade.
Na terça-feira também não vieram, mas no horário da saída, surgiram com capacetes e latas de tinta spray. Rabiscaram desenhos e palavras depravadas por todos os lugares e, à noite, uma festa aconteceu em um galpão abandonado, resultando em um grande incêndio de madrugada. Não fui.
Na quarta-feira, o mesmo. Eles também não apareceram, até o momento em que todas as salas se reuniram para uma palestra na sala de vídeo. A energia acabou e, quando voltou, um vídeo adulto apareceu na tela. Estranhamente, era a nossa professora de espanhol com seu aluno nerd favorito.
Malditos! Eu os procurei durante toda a tarde, mas eles estavam me ignorando. À noite, ocorreu outra festa, desta vez na mansão do Yuji. Aquele japa sabia como fazer uma festa. Não fui!
— Prestem atenção nos livros! — o professor pediu, olhando por cima dos óculos redondos.
Nenhum dos alunos parecia interessado na leitura, mas ele estava imerso nos contos ingleses que havia escolhido.
O Sr.Orlov, com seus cinquenta e poucos anos, havia passado metade de sua vida nessa escola, certificando-se de que os alunos não desperdiçassem tempo na detenção. Mas foi só quando os quatro chegaram à escola que ele desenvolveu um ódio por esse feriado. Eu não o julgo, os quatro eram impossíveis.
