6 - O problema da Yoko

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Acordo sentindo um peso sobre o meu corpo.

Quando abro os olhos, vejo o rosto do Suna acima do meu.

Ele estava deitado nas minhas costas com a cabeça apoiada na minha.

Um tanto quanto pesado.

Lembro da noite anterior.

Tentei convencer o Suna a ir pro quarto dele, mas ele dizia estar muito cansado.

Não o julgo depois das incontáveis vezes que a gente...

Tentei levar ele para o quarto dele, mas o seu corpo estava tão relaxado e pesado que eu duvido que qualquer outra pessoa conseguiria.

Então resolvi deixá-lo aqui e ainda me dei o trabalho de vesti-lo.

Ele dormia feito um gatinho.

Tento retirá-lo de cima de mim, mas sem sucesso.

Chamo o seu nome uma vez e ele nem sequer reage, então eu grito.

Ele acorda assustado e sai e cima de mim ao perceber onde estava.

Logo ele resmunga.

– Porra... a minha cabeça dói. – Ele diz, colocando a mão na testa e esfregando os olhos.

– Bom dia. – Digo mal-humorada.

– O que você tá fazendo no meu quarto? – Ele pergunta sonolento.

– Tem certeza de que é o seu? – Pergunto, e os seus olhos antes retraídos por causa da luz solar agora se abrem tão rápido quanto um trovão.

Ele olha para os lados confuso.

– O que eu tô fazendo aqui?

– Você não lembra?

– Eu tava chapado pra caralho.

Sinto uma leve pontada de tristeza. Talvez decepção.

– Do que você lembra?

– Eu fumei um pouco... não tão pouco. Depois eu... – Os seus olhos que antes me encaravam se desviam – Bem, não importa. Me senti sozinho e quis vir aqui. Me lembro de ter deitado na sua cama e, depois disso, mais nada.

Por algum motivo o meu coração se despedaça. Isso deveria acontecer? Por que me sinto tão triste por ele não se lembrar de uma coisa que eu não gostaria de me lembrar também?

– Você dormiu.

– O que? – Ele pergunta desacreditado.

– Você tava todo mole e estranho, então se deitou na minha cama e dormiu. Não consegui te levar pro seu quarto e te deixei aqui.

– Certeza?

– Tenho. Você tava muito estranho.

– Acabei me drogando demais. – Ele diz, bocejando.

– Faz mal pra saúde. O seu pai sabe disso?

Ele me olha e sorri – Se preocupa comigo?

– Não. Só não quero problemas pra mim caso eu esteja encobrindo algo que não deveria.

– Ele sabe. Deixa de ser chata. – Ele se levanta da minha cama.

– A chata aqui te recebeu no quarto dela.

– Eu sei. – Ele para na porta – Obrigado. – E sai.

Sinto o meu rosto queimar. "Obrigado"? Ele está me agradecendo?

Nunca achei que fosse receber algum tipo de gratidão vindo dele.

Talvez no fundo Suna seja como o seu pai disse... Amável.

O Filho do Meu Padrasto - Rintarō SunaOnde histórias criam vida. Descubra agora