Acordo sentindo um peso sobre o meu corpo.
Quando abro os olhos, vejo o rosto do Suna acima do meu.
Ele estava deitado nas minhas costas com a cabeça apoiada na minha.
Um tanto quanto pesado.
Lembro da noite anterior.
Tentei convencer o Suna a ir pro quarto dele, mas ele dizia estar muito cansado.
Não o julgo depois das incontáveis vezes que a gente...
Tentei levar ele para o quarto dele, mas o seu corpo estava tão relaxado e pesado que eu duvido que qualquer outra pessoa conseguiria.
Então resolvi deixá-lo aqui e ainda me dei o trabalho de vesti-lo.
Ele dormia feito um gatinho.
Tento retirá-lo de cima de mim, mas sem sucesso.
Chamo o seu nome uma vez e ele nem sequer reage, então eu grito.
Ele acorda assustado e sai e cima de mim ao perceber onde estava.
Logo ele resmunga.
– Porra... a minha cabeça dói. – Ele diz, colocando a mão na testa e esfregando os olhos.
– Bom dia. – Digo mal-humorada.
– O que você tá fazendo no meu quarto? – Ele pergunta sonolento.
– Tem certeza de que é o seu? – Pergunto, e os seus olhos antes retraídos por causa da luz solar agora se abrem tão rápido quanto um trovão.
Ele olha para os lados confuso.
– O que eu tô fazendo aqui?
– Você não lembra?
– Eu tava chapado pra caralho.
Sinto uma leve pontada de tristeza. Talvez decepção.
– Do que você lembra?
– Eu fumei um pouco... não tão pouco. Depois eu... – Os seus olhos que antes me encaravam se desviam – Bem, não importa. Me senti sozinho e quis vir aqui. Me lembro de ter deitado na sua cama e, depois disso, mais nada.
Por algum motivo o meu coração se despedaça. Isso deveria acontecer? Por que me sinto tão triste por ele não se lembrar de uma coisa que eu não gostaria de me lembrar também?
– Você dormiu.
– O que? – Ele pergunta desacreditado.
– Você tava todo mole e estranho, então se deitou na minha cama e dormiu. Não consegui te levar pro seu quarto e te deixei aqui.
– Certeza?
– Tenho. Você tava muito estranho.
– Acabei me drogando demais. – Ele diz, bocejando.
– Faz mal pra saúde. O seu pai sabe disso?
Ele me olha e sorri – Se preocupa comigo?
– Não. Só não quero problemas pra mim caso eu esteja encobrindo algo que não deveria.
– Ele sabe. Deixa de ser chata. – Ele se levanta da minha cama.
– A chata aqui te recebeu no quarto dela.
– Eu sei. – Ele para na porta – Obrigado. – E sai.
Sinto o meu rosto queimar. "Obrigado"? Ele está me agradecendo?
Nunca achei que fosse receber algum tipo de gratidão vindo dele.
Talvez no fundo Suna seja como o seu pai disse... Amável.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Filho do Meu Padrasto - Rintarō Suna
FanfictionS/N tinha uma família complicada. O seu pai morreu e deixou dívidas quase impossíveis de se pagar nas costas da sua mãe. Em uma atitude de desespero, a mãe dela se casou com o primeiro homem rico que conseguiu encontrar, homem esse que tinha um filh...