9 - Conversa

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Desde que aqueles homens foram embora e o Suna fez aquilo comigo, eu não saí do meu quarto.

Não tenho coragem de olhar pra cara do Suna, não ainda.

O meu padrasto e a minha mãe não estavam em casa naquela hora. Me pergunto se isso tem a ver com aqueles caras.

Mas eles chegaram um pouco depois de mim e do Suna.

Aproveitei pra falar com a minha mãe no sofá da sala.

– Pra onde vocês foram? – Pergunto a ela.

– Você nem imagina. Ele me levou em um restaurante chiquérrimo e comemos comida italiana. Além desse anel que ele me deu lá. – Ela me estende a mão e eu vejo um anel brilhante em seu dedo.

Tão brilhante que meus olhos doem. Ele parece ser caro e se assemelha a um diamante, se não for um de verdade.

– Ele te pediu em noivado?

– Não, mas estou quase fisgando ele, por isso continue se comportando.

Suspiro em frustração.

Nós mal conhecemos esse cara e ela já quer casar. Vai saber quem é ele.

Se o Suna ao menos me dissesse alguma coisa ao invés de ficar com aquela cara de peixe morto...

– O que foi? – Minha mãe percebe a minha expressão frustrada.

– O que você sabe sobre o pai do Suna?

– Bom... – Ela pensa – sei que ele um dos homens mais ricos do país e tem muitas impresas bem sucedidas.

– Só isso?

– E o que mais eu deveria saber?

– O Suna foi estranho hoje. Ele queria muito que eu assistisse o jogo de vôlei dele.

– E isso é ruim? Talvez ele queira ser seu amigo. Você também não é muito fácil com ele.

Reviro os olhos – O problema é que eu voltei pra casa um pouco antes do jogo terminar e tinham uns homens aqui.

Os olhos dela se arregalam levemente.

– Fizeram alguma coisa com você?

– Não, quer dizer, mais ou menos. Eles me agarraram, pareciam tentar esconder alguma coisa, mas quando o Suna chegou eles me largaram.

– E você perguntou pro Suna?

– Perguntei. Ele disse que eram uns caras que trabalham pro pai dele, mas foi tão estranho. Eles não pareciam alguém que trabalha pra um cara rico desse jeito, além de terem sido agressivos comigo.

– Se o Suna disse, então acredite nele.

– Mãe, você não tá entendendo. O Suna foi super estranho me pedindo pra assistir o jogo e o pai dele te levou pra almoçar sem mais nem menos, e enquanto a casa tava vazia dois caras entraram aqui. Você não acha estranho?

– Não seja tola. Eles estavam trabalhando, não tem porque se preocupar.

– E eles precisavam da casa vazia pra isso?

– S/N, chega dessa birra. Eu sei que você não gosta daqui e veio contra a sua vontade, mas ficar criando especulações assim já é demais. – Ela se levanta do sofá, falando firme.

– Mas- – Antes que eu pudesse começar a dizer alguma coisa, ela saiu da sala, me deixando sozinha.

Que droga.

[•°●]

O jantar foi estranho e silencioso.

Surpreendentemente a minha mãe e o meu padrasto não conversaram.

O Filho do Meu Padrasto - Rintarō SunaOnde histórias criam vida. Descubra agora