O começo

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Eram 9 horas e eu já estava na cama. Tinha discutido com a minha mãe e quando isso acontece vou sempre para a cama mais cedo. Decidi ouvir musica porque isso sempre me ajuda a esquecer os problemas. Passado algum tempo adormeci. Quando acordei já era bastante tarde, por isso não me levantei para tomar o pequeno almoço. Por volta das 14:00 horas levantei-me para almoçar mas apercebi-me que a minha mãe não estava em casa. Como tinha discutido com ela decidi nao lhe ligar e comer qualquer coisa para empatar a fome. Voltei para o meu quarto e comecei a estudar porque tinha testes na terça-feira.

Quando dei por mim já eram 17:00 horas, a minha mãe ainda não tinha voltado e por isso comecei a ficar preocupada porque ela nunca fica tanto tempo fora de casa sem me dizer nada.

De repente comecei a ouvir gritos na rua , espreitei pela janela e vi uma pessoa a fugir de outra. Pensei que pudesse ter sido uma briga , e para além de achar  aquilo um bocado estranho, não dei muita importância.

Pus o orgulho de lado e decidi ligar à minha mãe porque estava mesmo a ficar preocupada com aquilo tudo, mas ela não atendeu. Voltei a ligar-lhe e nada.

Ouvi gritos outra vez, mas desta vez eram mais altos e intensos, de desespero.

Quando espreitei pela janela pela segunda vez fiquei petrificada.

A pessoa que vira à bocado a fugir estava agora a ser devorada por outra pessoa. Foi então que percebi. Não era uma pessoa. Era um zombie.

Tentei não entrar em pânico. A primeira coisa que me lembrei de fazer foi trancar as portas e fechar as janelas. De seguida sentei- me e liguei para a primeira pessoa que me veio à cabeça: Inês.

Ela atendeu ao segundo toque e quando lhe perguntei se tinha sido mordida ou se estava acompanhada por alguém, apercebi-me de que ela nem sequer se tinha apercebido do que se estava a passar.

Quando lhe contei tudo , ela não parecia nada assustada , pensando que eu estivesse a fazer algum tipo de brincadeira. Mandei-a olhar pela janela e por cerca de 30 segundos ela permaneceu sem dizer uma única palavra. Agora sim, ela estava com medo.

Pedi- lhe para se acalmar e disse-lhe que íamos conseguir sobreviver mas para isso, ela tinha de fazer exatamente aquilo lhe eu lhe ia dizer:

- Arranja mochilas grandes onde possas colocar muita coisa. Pega em toda a comida que tenhas em casa que não seja necessário ser cozinhada e toda a água que conseguires. Tenta encontrar uma lanterna, pilhas, isqueiros ou fósforos, um cobertor e qualquer tipo de arma que te pareça fácil de usar , como facas, um martelo, etc.

Ela pareceu entender bem o que lhe pedi, por isso deixei a chamada ligada e fiz o mesmo que lhe pedi para fazer.

De seguida liguei para a Ana e depois para a Maria. Elas não atenderam por isso deduzi que já estivessem mortas.

Quando, tanto eu como a Inês, tínhamos tudo preparado decidimos que nos devíamos encontrar, por isso eu peguei nas minhas coisas e desci até à garagem. Entrei no carro mas debati-me com um problema: não sabia conduzir.

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