Sobreviventes

Tornamo-nos mais fortes

Hoje acordei bastante cedo, mais cedo do que todos os outros. Tentei levantar-me e sair da tenda sem acordar ninguém e decidi sentar-me no chão para apanhar um bocado de ar fresco, relaxar um bocado. A cada dia que passa estamos a tornar-nos mais fortes, mais tolerantes. Não temos necessidade das coisas que tinhamos antes. Já não precisamos de ouvir música, de mandar mensagens, de jogar no telemovel, de passear, de ver filmes e de nos divertirmos. A única coisa que temos necessidade, que queremos a todo o custo, é sobreviver. Já passamos por tanta coisa que nunca ninguém merece passar, mas aqui estamos nós, vivos.

Quando quase toda a gente acordou, o Filipe chamou-nos e explicou:

- Como todos sabem, temos poucos mantimentos. A água e a comida não devem ser suficientes para mais do que 2 dias, também não nos resta muito combustivel e este sitio onde nos encontramos não é muito seguro. Hoje vocês terão um pequena aula de tiro e de seguida iremos partir.

O Filipe já tinha preparado o "campo de treino" : pequenas garrafas vazias estavam posicionadas a uma distancia razoavelmente grande e algumas armas estavam pousadas no chão, prontas para serem utilizadas por nós.

- André, dispara para a garrafa mais à esquerda.- ordenou Filipe.

- João, dispara para a garrafa à tua frente.

O André parecia já ter alguma pratica e acertou no alvo, assim como o seu irmão, João.
A Inês falhou 4 vezes mas depois conseguiu acertar em quase todos os alvos que lhe foram pedidos. Eu falhei mais uma ou duas vezes antes de conseguir acertar no primeiro mas a partir daí até me saí bem.
Depois de fazermos este pequeno treino e de estarmos menos mal preparados entramos no carro e dirigimo-nos para oeste, mais uma vez sem destino algum em concreto.

Durante 3 dias andamos pela estrada pois conseguimos retirar combustivel de dois carros que encontramos no caminho mas já não nos sobrava comida nenhuma...
Precisavamos de encontrar uma loja com alimentos rápidamente mas só conseguimos encontrar uma ao amanhecer perto da estrada onde estavamos e parámos o carro. A Inês e o André ficaram no carro para vigiar as nossas coisas e ver se os zombies se aproximavam, enquanto que eu, a Carol, o Filipe e o João entramos lá.

Trouxemos algumas mochilas e colocamos o maximo de comida enlatada que pudemos dentro delas. Eu encontrei uma secçao onde se encontravam lanternas e como achei que pudessem ser uteis tentei trazer algumas. Não sei o que eu fiz de errado mas a prateleira caiu e eu fiquei com a perna presa debaixo dela.