"Minha camisa preferida"
Quando se é pirata se aprende a decifrar o mar, Dante lia as ondas como se fossem livros.
Aquele navio nunca foi silêncioso e nesse dia não foi diferente, estavam todos acordados fazendo seus devidos afazeres, menos Arthur, o doutor estava em seu sono produto já que não tinha uma função decretada porém não ficaria assim por muito tempo.
O capitão estava entediado até demais então deu o controle do timão para Gabriel e foi fazer seu novo passatempo preferido, implicar com doutor Arthur Viser.
O homem de pele morena tinha um sorriso maligno e um olhar orgulhoso, além de um pequeno copo com água. Sua ação foi virar gentilmente o copo no rosto do médico, que acordou assustado.
Ver a reação assustada do homem loiro foi o suficiente para fazer Dante ter falta de ar de tanto rir, ele estava vermelho se apoiando em tudo que pode apenas pra se manter em pé enquanto Arthur protestava:— Seu desgraçado! Não dava pra simplesmente me acordar igual alguém normal? — O garoto de cabelos bagunçados coloca seus óculos olhando para o capitão que ainda tinha um riso desesperado.
— Puta merda doutor...! Você precisava ver a sua cara — O moreno dizia recuperando o fôlego e limpando algumas lágrimas que caíram.
— Isso não tem graça! Coisa idiota de se fazer — O doutor disse totalmente irritado, seu cabelo estava molhado e parte das suas roupas também, o quarto em que estava era simplesmente cama e um armário pequeno, nesse pequeno armário tinha uma pequena taça de vinho doce que havia sido deixada lá na noite anterior, ele não sabia quem deixou mas iria agradecer depois — Molhou toda a minha roupa, pirata desgraçado.
— Assim o doutor me ofende, é só aguinha — Dante riu vendo o garoto que estava molhado, o pirata teve um choque de realidade quando aquele maldito copo de vinho foi direcionado a sua camisa branca, sua surpresa foi impagável.
— Mas que porr-? — O capitão tinha uma mistura de raiva e choque em seu rosto, ninguém nunca havia feito algo de tamanha falta de respeito com ele, irritantemente interessante.
— Que foi capitão? É só um vinho — A coragem ou ignorância de Arthur eram coisas de se invejar, como ele foi tão corajosamente idiota ao ponto de atacar diretamente um homem que poderia facilmente parti-lo em dois.
— Cara eu tô com uma seria dúvida agora...! Se eu te acho horrivelmente burro e te mato agora mesmo ou se admiro a sua coragem e apenas te faço lavar a camisa com a sua língua — Dante tinha um olhar confuso no rosto, ele realmente achou um tanto quanto impressionante a idiotice do garoto mas se sentia totalmente irritado pela perca da blusa — Viser... você não tem noção do tanto que eu quero te socar agora, mas eu não posso fazer isso... então eu apenas irei dar a minha camisa para você e o senhor irá garantir que não sobrará uma mancha se quer..! — O jovem de cabelos escuros agora estava sério, vendo se o médico teria alguma reação.
Antes que o médico respondesse Dante já estava desabotoando suas vestes, fazendo o movimento de jogar na cara de Arthur, que foi atingido de maneira certeira.
— Desgraçado! Pirata de merda, te odeio muito — O doutor loiro disse totalmente irritado enquanto tirava a camisa de seu rosto, seu cabelo claro estava manchado de vinho e o rosto tinha uma gota escorrendo — Você é muito desprezível! Não tem noção da vontade que eu tenho de tacar gasolina em você e tacar fogo.
— Tá putinho tá? Ui! — O capitão debocha do médico que estava visivelmente irritado.
— Por que você não vai embora e me deixa limpar isso? — Arthur dizia visivelmente chateado por ter que fazer serviços para aquele homem chucro sem escrúpulos.
— E perder essa cena? Jamais! — O pirata disse sorrindo e dava para ver o quanto isso estava sendo divertido para ele ver o médico tão irritado — Estou brincando doutorzinho, mas é sério, se você não sumir com essa mancha eu te dou de comida para os tubarões — Agora sua voz era sinistra e intimidadora enquanto ele deixava o cômodo.
Arthur tinha amor a sua vida e acreditava fielmente que os piratas poderiam mata-lo se quisessem, mas eles pareciam mais focados em seus próprios afazeres, até Dante que Arthur jurava ser vagabundo, estava trabalhando.
Ele parecia totalmente perdido, aonde deveria lavar a roupa? Com o que eles lavam a roupa? Quem geralmente lava a roupa?
Seu primeiro pensamento foi perguntar a Noemi porém ela estava claramente ocupada observando os arredores.
Antes de ficar mais frustrado do que ele já estava Arthur sentiu um toque em seu ombro, por algum motivo ele acaba se assustando ao olhar porém era apenas o jovem de cabelos loiros que tinha um olhar compadecido pela confusão do pobre doutor.— O capitão já foi te incomodar doutor?E que roupa é essa? — O jovem de cabelos loiros e olhos azuis disse de uma maneira um tanto quanto decepcionada pela conduta que ele conhecia de seu capitão — Vinho? Espera...você...você não faria isso não é? — Ele se referiu ao ato de jogar o vinho nas vestes.
— Se você estiver pensando que eu joguei vinho nele...pensou certo por que eu joguei mesmo! — Arthur dizia isso sem medo algum, os olhos do menino estavam arregalados como se ninguém nunca tivesse feito isso.
— Doutor...você tá realmente vivo? Eu tô vendo coisas? — O pobre menino estava coçando os olhos cogitando seriamente estar vendo coisas.
— Poderia me dizer seu nome,garoto? — O doutor diz genuinamente.
— Gabriel, meu nome é Gabriel — Ele diz ainda desconfiado de Arthur ser uma alma penada.
— Então lindinho...eu tô vivo 'pra' contar a história — Foi uma resposta cheia de ironia porém uma ironia gentil, ele sabia que não havia nenhuma maldade na fala de Gabriel.
— Cacete doutor...tu é foda! — O menino de cabelos loiros disse dando uns tapas de orgulho — Cola em mim doutor, vou te levar 'pra' lavar isso — Arthur foi puxado por Gabriel até um espaço com um pequeno tanque onde tinha alguns produtos de limpeza bem improvisados — Desculpa não ser o que você deve estar acostumado mas é o que tem — Ele disse mostrando as coisas para o jovem médico.
Enquanto isso do lado de fora do espaço, todos estavam trabalhando quando um corvo vem em direção ao navio com um panfleto de Olinda, era da 58° edição do campeonato quebra-ossos.
Todos conheciam esse campeonato por ser exemplo de brutalidade e injustiça onde candidatos são escolhidos aleatoriamente para lutar entre si, aquele panfleto fez um sorriso nascer no rosto de Rick.— Noemi! O quebra-ossos voltou! — O homem parecia uma criança feliz com um papel na mão, o que chamou a atenção de Dante, ambos os homens tinham esse fascínio, a luta.
— Nem me venham com esses olhinhos brilhantes, vocês não iram participar — Noemi diz firmemente olhando para os homens que estavam com sorrisos animados no rosto, quando as palavras foram ouvidas, os sorrisos brilhantes morreram.
— Por que mama? A gente promete que não vai se machucar — Dante disse com uma carinha de cachorro abandonado.
— É Corazón, a gente promete — O homem alto dizia com um sotaque espanhol bonito, ele sabia que aquele apelido fazia o coração da moça derreter.
— ....Se vocês voltarem com um arranhão se quer, eu juro que acabo com vocês! — Outro sorriso nasceu naqueles rostinhos bonitos.
Eles foram comemorar a vitória enquanto Arthur e Gabriel tentavam limpar aquela mancha, vinho era horrível de tirar.
A lavagem foi interrompida por um grito vindo de Noemi.— Terra a vista!
"Campeonato quebra-ossos.."
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𝑴𝒂𝒓𝒊𝒎𝒐𝒔- 𝒄𝒖𝒓𝒂 𝒅𝒐 𝒔𝒐𝒍
Random~ 𝐃𝐞𝐬𝐝𝐞 𝐨 𝐢𝐧𝐢𝐜𝐢𝐨 𝐝𝐞 𝐭𝐮𝐝𝐨,𝐚𝐬 𝐢𝐥𝐡𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐦𝐚𝐫𝐜𝐨𝐫𝐞𝐚𝐥 𝐬𝐞𝐦𝐩𝐫𝐞 𝐟𝐨𝐫𝐚𝐦 𝐝𝐨𝐦𝐢𝐧𝐚𝐝𝐚𝐬 𝐩𝐞𝐥𝐚 𝐜𝐫𝐮𝐞𝐥𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐞 𝐚𝐭𝐞 𝐪𝐮𝐞 𝐯𝐢𝐞𝐬𝐬𝐞 𝐚𝐥𝐠𝐮𝐞𝐦 𝐪𝐮𝐞 𝐟𝐢𝐳𝐞𝐬𝐬𝐞 𝐚𝐥𝐠𝐨 𝐚 𝐫𝐞𝐬𝐩𝐞𝐢𝐭𝐨...