Dépaysement {LCF ×MDZ} {tradução pt}

Capitulo 8 - ⌈O Pintor que segurava o Pincel⌋

"Ele e um ser humano tão interessante."

Cale apenas olha apaticamente para o Deus da Morte que estava ocupado rabiscando algo em sua pilha de papeis.

"Eu quis dizer Wei Ying."

Cale franzi a testa com o nome simples que ouviu.

"O que você fez agora?"

Como se culpado, o Deus da Morte encolheu os ombros no minuto em que Cale fez sua pergunta: "Eu apenas conversei com ele, nada demais."
A ruiva apenas suspira, aparentemente acostumada com qualquer bobagem que Deus estava fazendo.

"...Como eles estão?" Cale pergunta com relutância.

O arranhar de uma caneta de pena parou, um par de olhos escuro olhando lentamente para ele com um olhar ilegível.

"Eles estão... indo bem."

Um pequeno sorriso surgiu nos lábios da ruiva.

"Eu vejo."

O Deus da Morte vê o olhar de saudades no rosto de Cale mais uma vez.

"Você quer vê-los?"

Era uma pergunta inofensiva, mas mesmo assim Cale se encolheu antes de balançar a cabeça.

"Prefiro não. Se eles estão bem, então não estou em posição de vê-los."

Foi porque Cale pode quebrar se vir sua família vivendo suas vidas sem ele.

A culpa continua a se acumular, um olhar melancólico evidente no rosto de Deus.

"Você era como um pequeno ponto  em uma tela branca, cheio de oportunidades para se tornar uma obra-prima com as pinceladas certas."

Cale olha para Deus, outro suspiro saindo dele mais uma vez.

"Sinto muito por ter sido eu quem segurou o cabo e pitou seu destino."

A ruiva apenas bufa antes de olhar para o chão como se fosse a coisa mais interessante no escritório do Deus da Morte.

"Então foi você quem me contou essas falas."

E a vez de Deus bufar: não, foi apenas uma imitação do original. Em vez disso, foi você quem disse isso para alguém da sua família."

"O que?"

O Deus cantarola enquanto começa a escrever novamente.

"Foi apenas um vislumbre, mas ouvir sua voz claramente dizer essas palavras para alguém." 

O Deus não disse como aquela voz rouca, como se estivesse preste a gritar o que ele havia engarrafado dentro de si durante os anos que viveu.

As palavras que Cale havia proferido naquela época eram muito mais duras.

"Me desculpe, fui eu quem dito a você como viver sua vida. Me desculpe, eu arrumei a vida que você deveria ter tido sem mim nela."

Era doloroso ouvir, mesmo para um Deus como ele.

"Entendo... deve esta ligado ao motivo pelo qual não consigo me lembrar de como morri."

O Deus apertou a mandíbula enquanto olhava para a criança ruiva na frente  dele mais uma vez.

"Não seria mais seguro se você não se lembrasse de nada? Talvez houvesse uma razão para você ter esquecido sua morte, mesmo eu, como o Deus que governa o descanso eterno, não tenho nenhum registro de sua morte."

Cale olha.

"Eu acho..."

Cale cantarola, mas o Deus tem certeza de que a ruiva não vai dar ouvidos a ele.