A VERDADE

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No turbulento ano de 2703, a tensão acumulada entre Costa del Sud e Korlon finalmente rompeu-se em um conflito declarado. As trombetas da guerra ecoaram por toda a terra, anunciando o início da primeira batalha dinástica. Os exércitos elfos, com sua graça e habilidade, enfrentaram os implacáveis soldados do exército vermelho de Korlon, em uma luta que marcaria o fim da Era de Paz que havia reinado por tanto tempo.

Contudo, não foram apenas os guerreiros mortais que se envolveram nesse conflito sangrento. Os magos, com seus poderes arcanos e conhecimentos ancestrais, entraram em cena na segunda batalha dinástica, também conhecida como a batalha Meridional. Suas varinhas e grimórios foram erguidos como armas, lançando feitiços e conjurações mortíferas nos campos de batalha. A magia, antes utilizada para o bem-estar do reino, agora se tornava uma ferramenta destrutiva nas mãos dos que buscavam dominar e reinar sobre terras e povos.

Com cada batalha travada, a guerra se intensificava, abrindo feridas profundas no tecido da sociedade. Os reinos antes unidos agora se dilaceravam em um conflito fratricida, onde lealdades eram testadas e traições se tornavam cada vez mais frequentes. O destino dos dois jovens herdeiros, Denail Lockart e Tártarus Katrine, estava entrelaçado nesse emaranhado de caos e violência, sem que eles soubessem da verdadeira natureza de sua ligação.

Enquanto a guerra rugia, as forças ocultas teciam suas teias de intriga e manipulação nos bastidores, aproveitando-se do caos para buscar seus próprios interesses. A Guerra Dinástica havia mergulhado o mundo em uma escuridão sem precedentes, e apenas o desfecho dessa terrível disputa revelaria qual dinastia emergiria triunfante e qual legado seria deixado para trás nas páginas da história.

No fatídico ano de 2705, os nômades do deserto, cansados de serem meros joguetes nas mãos dos reinos em conflito, decidiram tomar a defesa de suas terras de forma independente. Conhecendo cada areia e cada rocha, eles se tornaram uma força imparável, vencendo todas as batalhas travadas contra as forças das dinastias em guerra. Esse período ficou marcado nos anais da história como a Guerra do Deserto, ou a terceira batalha dinástica.

Mas o caos não parou por aí. Em 2706, o reino de Luanda, até então neutro, entrou na guerra, lançando-se no turbilhão de violência e desespero que consumia as nações. A guerra se espalhou como um incêndio descontrolado, escapando do controle de todos os envolvidos. A carnificina se multiplicava, deixando um rastro de dor e morte por onde passava. As batalhas eram travadas em campos, florestas, cidades e planícies, transformando o cenário outrora pacífico em um teatro sangrento e cruel.

Os exércitos, antes disciplinados e orgulhosos, agora eram uma massa indistinguível de homens e mulheres famintos por vitória. As linhas entre o certo e o errado, o bem e o mal, foram borradas, substituídas pelo instinto selvagem de sobrevivência e vingança. A guerra se tornou uma entidade viva, uma força descomunal que devorava os sonhos, as esperanças e as vidas de todos que se encontravam em seu caminho.

Enquanto o mundo mergulhava no abismo da destruição, os líderes e estrategistas das dinastias lutavam para manter suas próprias ambições vivas, cientes de que a guerra generalizada havia escapado de seu controle. Nas mentes e nos corações dos soldados, porém, restavam apenas a fadiga e o desespero, com a consciência de que cada batalha era apenas mais um degrau na escada sangrenta para um destino incerto.

A Guerra Dinástica se transformara em uma tempestade incontrolável, um furacão de morte e desesperança que arrastava consigo todos os reinos e povos envolvidos. E enquanto o mundo assistia horrorizado àquela orgia de violência, o destino aguardava pacientemente a sua vez de revelar o desfecho dessa sangrenta e implacável saga.

No sombrio ano de 2707, a situação alcançou seu ápice de trevas. As alianças comerciais foram quebradas, e os celeiros se esvaziaram de provisões. O comércio fenecia, o progresso estagnava. O labor, o estudo e a diversão se extinguiram, enquanto os temores aprisionavam cada um em suas moradas. A guerra consumia todos os cantos, transformando a terra em um campo de batalha. Os polos diagonais se estabeleceram: Tartarus Katrine, unindo as terras de Korlon e Westen, e Denail Lockart, estreitando os laços entre Costa del Sud e Luanda. Os quatro reinos engajaram-se em conflito, espalhando a violência como uma praga. Nesse caos, os bruxos aproveitaram o cenário de terror para difundir sua cultura opressiva. Denail Lockart e Tártarus Katrine, inflamados pelo ódio mútuo, fizeram juras de morte, tornando-se inimigos mortais.

Os Desejos de LuciaOnde histórias criam vida. Descubra agora