Prólogo

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                          Elizabeth

Três anos atrás...

Enquanto minha família conversava animadamente na sala de jantar com o pastor e sua esposa, eu segui Henry pelo jardim sem conseguir controlar a ansiedade que tomava conta de mim.

Ele segurava a minha mão com firmeza, me puxando para um lugar mais reservado e tal gesto foi o suficiente para fazer meu coração acelerar feito um louco.

— Aqui está bom. — disse olhando para os fundos da casa por onde saímos e soltando minha mão.

— Deve ser uma coisa importante pra você estar tão nervoso assim. — comentei retorcendo minhas mãos na frente do corpo.

— É muito importante. — ele me encarou seriamente e deu um passo à frente — Eu estou apaixonado, Lizzy.

Meus olhos se arregalaram com tal revelação e senti um frio na barriga de tão nervosa que fiquei.

— P-por quem?

Prendi minha respiração em expectativa pela resposta e mesmo que eu fizesse de tudo para não criar falsas esperanças, ainda assim torcia para que fosse eu.

— A Olivia. — ele sorriu com aquele lindo sorriso que tanto gostava e meu coração se apertou.

Por um momento fiquei sem palavras, apenas sentindo minhas esperanças e ilusões sendo destruídas lentamente, mas então me dei conta de que ele estava esperando a minha reação e na mesma hora me forcei a sorrir.

— Q-que legal! Estou... muito feliz em saber disso. — disse tentando parecer sincera e ele sorriu ainda mais.

— É muito bom ouvir isso de você, Lizzy, afinal, você é a minha melhor amiga. — ele piscou para mim.

Senti mais uma pontada e ficava cada vez mais difícil manter as aparências.

— Mas também preciso que me ajude a me declarar para ela. — disse soltando um suspiro — Não quero fazer besteira e acabar com qualquer chance que eu tenha, entende?

— Claro. — enguli em seco — Só não sei como posso te ajudar.

— Ela é sua amiga! Você conhece ela melhor do que ninguém, vai saber me dizer do que ela gosta e escolher a melhor forma de dizer à ela como me sinto. — Não respondi de imediato e sentindo minha hesitação ele segurou minhas mãos entre as suas — Por favor, me ajuda...

Seus olhos encararam os meus em um claro tom de súplica e eu não consegui resistir a isso.

— Eu vou te ajudar no que eu puder. — respondi desviando o olhar de seu rosto.

— Muito obrigado, Lizzy! Sabia que podia contar com você. — Henry soltou as minhas mãos e se afastou. — Bom, nós podemos decidir os detalhes depois, é melhor voltarmos antes que venham nos procurar.

— Você pode ir na frente, eu já vou.

— Tudo bem.

Ele voltou para dentro quase saltitando pelo caminho, eu nunca o vi tão feliz quanto naquele momento e tudo que podia fazer era lamentar por não ser eu o motivo da sua alegria. Quando finalmente estava sozinha, encarei o céu estrelado por alguns segundos em silêncio.

Senti as primeiras lágrimas descerem por meu rosto e por mais que eu tentasse pará-las, elas eram mais rápidas do que eu.

— Ah, meu Deus, por que dói tanto? — questionei desconsolada — O Senhor sabe o quanto eu o amo, então por que não pode ser eu?

Meus ombros caíram e sem conseguir mais me segurar, deixei que as lágrimas vinhessem e logo meu rosto estava todo molhado. Quando o choro cessou, encarei o chão sem saber o que fazer.

Foi então que um versículo decorado me veio à mente: "Mulheres de Jerusalém, eu as faço jurar: Não despertem nem incomodem o amor enquanto ele não o quiser. "

Enxuguei meu rosto e respirei fundo por alguns instantes, quando estava mais calma e tinha certeza que meu rosto não estava mais tão vermelho, olhei novamente para o céu, mas desta vez sentindo uma paz em meu coração.

— Sei que não vai ser fácil, mas... — dei um sorriso sincero — Eu escolho confiar e esperar em Ti.

Finalmente voltei para dentro da casa e fingi que nada tinha acontecido.

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