Capítulo 13

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                           Abner

Quando Chloe e eu voltamos do parque, minha mente ainda divagava sobre o momento que eu tivera com Lizzy e as descobertas feitas naquela tarde. Minhas suspeitas sobre os sentimentos dela em relação à Henry estavam certas.

Fiquei muito contente ao ver que ela confiava em mim o suficiente para contar algo tão importante, mas suas confissões me fizeram sentir emoções que eu ainda não sabia o que eram. Tudo o que sabia é que não gostei nem um pouco de saber que ela ainda sentia algo por ele.

Eu queria que ela fosse feliz e estivesse rodeada de pessoas que a fizessem se sentir assim. Mas aquele Henry...

— Filho, aconteceu alguma coisa? — minha mãe perguntou com uma expressão preocupada — Você mal tocou na comida.

Estávamos na mesa de jantar, mas não conseguia parar de pensar no quanto aquilo era injusto.

Por que a Lizzy tem que gostar de alguém que não dá a mínima pra ela e não se importa de verdade com ela?

Apertei o garfo em minha mão em total frustração, então respirei fundo e forcei um sorriso.

— Está tudo bem, mãe, só não estou com muita fome — respondi com uma meia-verdade.

— Deve ser por causa do sorvete que comemos no parque — minha irmã sugeriu em sua inocência com um sorriso — Ah, eu esqueci de contar. Eu encontrei minha amiga lá!

— Que legal, querida — Robert disse participando da conversa.

— Sim, nós brincamos e conversamos. Foi muito divertido! — ela então olhou para mim — A irmã mais velha dela também estava lá e o Abner conversou com ela.

— Sério? Ela é sua amiga? — minha mãe perguntou de repente muito curiosa.

— Sim, o nome dela é Elizabeth e nós estudamos juntos — resumi de forma simples.

— E ela é bonita? — Susan insistiu cruzando as mãos e apoiando o rosto nelas com os cotovelos apoiados na mesa.

— É sim — falei com o rosto corando e tratei de acrescentar — Mas ela também é muito inteligente, gentil, educada e se tornou minha melhor amiga.

— E quando você vai trazê-la para a conhecermos? — A essa altura, minha mãe já estava tão animada com essa idéia que esqueceu completamente de sua comida.

Nesse ponto eu puxei à ela, pois quando estava animado também esquecia de tudo à minha volta.

— Bem, não sei se é uma boa idéia — comentei para sua total indignação.

— E por que não?

— Ela pode ser bem tímida com pessoas novas — informei lembrando do quanto ela era reservada nos primeiros dias em que nos conhecemos — E você provavelmente vai deixá-la constrangida com essa sua empolgação.

— Não exagere, Abner, e eu sei me controlar! — falou ofendida e olhou para o marido em busca de auxílio — O que você acha, Robert?

— Não vejo problema em trazer a garota aqui, Abner — disse lançando um olhar rápido para mim — Se ela é sua amiga, então é normal que nós demonstremos interesse em conhecê-la.

— Tá bom... — respondi de forma vaga e minha mãe sorriu satisfeita — Assim que tiver uma oportunidade, eu a apresento a vocês.

Resolvida a questão, voltamos a comer e Chloe tratou de preencher o silêncio com informações detalhadas de como tinha sido o seu dia.

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