Capítulo 14

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                          Elizabeth

Dois dias depois de a professora passar o trabalho em dupla, Abner sugeriu que fizéssemos nosso trabalho em sua casa no dia seguinte.

E aqui estava eu, em frente a sua casa tentando encontrar coragem para anunciar minha presença ali. Engolindo seco, dei um passo a frente e toquei a campainha, não demorou nem um minuto e uma mulher que eu vira muitas vezes na igreja, saiu à porta para me receber.

— Oi... Aqui é a casa do Abner? — perguntei me sentindo estranhamente nervosa.

— Sim, pode entrar! — Com um sorriso no rosto, a mãe de Abner abriu a porta ainda mais.

— Com licença — entrei na casa e só dei alguns passos, antes de parar na sala de estar — Eu vim para fazermos um trabalho da escola.

Expliquei me virando na direção dela e me impressionei com o quão bonita ela era. Agora eu sabia de quem Abner havia puxado o seu belo sorriso.

— Por favor, sente-se — indicou e assim eu fiz me acomodando no sofá, então ela sentou ao meu lado — Então você deve ser a Lizzy...

Comentou olhando para mim atentamente e com certa curiosidade sobre mim.

— Na verdade, meu nome é Elizabeth, Lizzy é só apelido — falei com um pequeno sorriso — Mas a senhora pode me chamar como preferir.

— Eu sou a Susan — disse simpática — Ouvi muitas coisas boas a seu respeito.

— Sério?

O Abner falou sobre mim para sua família?

Não sabia muito bem o que achava disso, mas senti minhas bochechas corarem.

— Mãe, você viu meu... — Chloe apareceu vindo de outro cômodo, mas assim que me viu, parou e sorriu abertamente — Lizzy!

Ela correu em minha direção e me abraçou com força, fiquei tão surpresa com sua atitude que demorei alguns segundos para reagir.

— Ah, oi... — abracei ela de volta e só então ela se afastou ainda sorrindo.

Pelo visto, todos da família Cooper eram extrovertidos e acolhedores, e eu os admirei por isso.

— Vou chamar o mano! — Chloe disse antes de sair correndo na mesma velocidade que veio.

— Ela gostou de você... — A Sra. Cooper disse me encarando — E ela não costuma gostar de pessoas novas tão facilmente.

— Deve ser porque ela e minha irmã são amigas — sugeri não querendo ser o centro da conversa, mas ela negou com a cabeça.

— Você parece ser uma ótima pessoa, Elizabeth, sei disso porque meu filho não se tornaria amigo de uma pessoa má ou arrogante — afirmou com tanta convicção que não tive como contestar — Sou muito grata a você, querida.

— A mim? — questionei sem esconder minha confusão.

— Sabe, meu filho não teve muitas boas amizades na antiga escola e vivia desanimado por isso... — senti a tristeza em sua voz e foi inevitável ficar triste também.

— Deve ter sido difícil — comentei compassiva.

Como aquele garoto sempre tão alegre e animado, poderia ter passado por algo tão triste?

— Depois que ele se arrependeu de seus erros e mudou suas atitudes, muitos de seus amigos se afastaram dele — ela me olhou nos olhos e o brilho de antes voltou, junto com seu sorriso — Mas desde que nos mudamos para cá, ele melhorou muito, nunca o vi tão feliz como agora! E sei que isso tem a ver com as amizades que ele tem feito aqui.

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