Carina e Amélia

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Arizona pov's:

Quando você pensa que agora vai dar certo, a vida vem e te dá uma rasteira.

Desperto com o corpo extendido no chão e as costas encostada num jardim vertical. Desorientada, olho ao meu redor tentando reconhecer o local.

Noto que estou em um beco estreito, cumprido e escuro. Mas, de cara, não faço ideia que lugar é este ou a quem ele pertence.

Então, apoio as mãos no piso de pedras tentando me sentar para me situar. Só que, de imediato sinto um queimor ardente nas palmas das mãos e no instinto, as olho para entender o porque dessa dor.

Nesse momento, arregalo os olhos vendo grandes e profundos cortes e o sangue correndo por entre os dedos.

Vou deslizando meus olhos assustados por meus braços e vestes. Minha pele exibe diversos cortes, hematomas e arranhões. Já minhas roupas encontram-se rasgadas e sujas de sangue, de terra e de uma poeira cinzenta.

Óh Deus! Pelo que ou por quem fui atropelada? Porque estou tão machucada assim? Me pergunto tentando entender o porque do meu estado lastimável e doloroso.

Me sento com dificuldade voltando a encostar minhas costas no muro de plantas.

A cabeça dói, o nariz arde e em minha boca sinto sabor de sangue... Fecho os olhos tentando puxar da memória lembranças e acontecimentos que me fizeram chegar até aqui, porém, o único fato que recordo vagamente é de ouvir uma voz dizendo Ari Ari Ari apressadamente e depois alguém me carregando e me deixando nesse chão dizendo que aqui eu estou segura.

Ari... Será que me chamo Ari? Qual é meu nome? Óh Deus! O que houve comigo? Porque minha mente está vazia? Porque não consigo lembrar de nada?

Levanto confusa e caminho cambaleando por entre fumaça e poeira. Tropeço várias vezes devido as muitas pedras de gesso e de tijolo com cimento estarem espalhadas por todo o local, mas não caio.

Saio do beco notando ao longe um aglomerado de pessoas e diversas sirenes tocando ensurrecedoramente ao mesmo tempo em frente a uma grande entrada destruída.

Passo alguns segundos procurando por algum letreiro que me ajude a identificar onde estou, mas como só vejo um amontoado de escombros, pessoas gritando e chorando, pessoas feridas como eu e muito muito barulho, resolvo sair dali.

Ando sem rumo por um longo tempo. Até que já muito cansada, tremendo de frio, com fome e cede, entro numa rua bastante movimentada por carros e pessoa e me sento encolhida com a cabeça entre as pernas e os olhos fechados num degrau de uma escadaria. Ergo minha mão aberta para que o latejo reduza.

De repente, sinto um tecido quentinho ser posto sob meu corpo desprotegido.

___ Obrigada. É tudo que digo sem me mexer.

Minutos depois, ouço passos próximos e na sequência, sinto uma pessoa se inclinar e depositar primeiro algo em minha mão e depois colocar algo sob meus pés.

Nesse momento, sinto vontade de levantar a cabeça para ver quem fez isso e o que deixou para mim. Só que a fraqueza do meu corpo não me permite. Então, permaneço na mesma posição. E o único movimento até por um certo instinto, é de fechar a mão quando senti algo sob ela.

___Tomara que a você ele te dê sorte. A pessoa fala baixinho se afastando. Sua voz faz meu coração acelerar e então ergo a cabeça de imediato e olho para trás. É quando vejo uma morena de costas entrando num lugar. Que lugar é esse? Me pergunto ainda olhando para a entrada.

A UsurpadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora