Hoje era minha folga então decidi sair pra me divertir um pouquinho.
Me arrumei toda e fui deixar meu filhote na casa da vovó, sempre que eu saio carrego meu lindinho comigo mas tem lugar que não é bom levar criança, ainda mais que eu quero sair de noite, criança nesse sereno? Sou mãe jovem mas não sou desnaturada.
— Léia abre aqui!– gritei para minha mãe abrir o portão.
Faz mais de 6 anos que eu não chamo minha mãe de mãe ela que cuidou de mim muito bem e graças a ela sou a mulher que sou hoje em dia.
Há um tempo quando eu estava nos seis meses de gravidez do meu filho a gente teve um atrito muito grande ela tava no pico da separação com o meu pai, eu quis me meter no meio não queria briga naquela casa, queria sair de lá mais rápido possível, mas ouve um acidente, ela me jogou da escada, quase perdi o meu filho, ela se sentiu culpada até demais a ponto de parar no hospital numa maca junto comigo, depois daquele dia ela foi diagnosticada com "coração fraco".
Não queria cortar relações de imediato é nunca mais olhar na cara dela, afinal ela era minha mãe então só continuamos a vida, como se fossemos velhas amigas e não mãe e filha.
—Oi cacau,Oi lindinho de vó–disse assim que abre o portão meu filho de imediato abre os braços em direção dela
Cacau é o apelido que eu ganhei no colégio pelo fato da minha pele morena e dos meus olhos castanhos falaram que era parecido com chocolate que tinha na época.
Sempre foi assim a relação deles, eles se amam tem um carinho especial um para o outro.
—como é que a senhora tá?–digo reparando na camisola azul que ela tava usando com um paninho na cabeça.
—tô bem, tô bem, vem cá você vai vir pegar ele amanhã de manhã ou na parte da tarde? porque de noite eu tenho culto–perguntou e eu confirmei que iria buscar ele na parte da tarde.
Minha mãe nunca foi uma mulher religiosa mas depois do incidente ela entrou para igreja todas as noites ela pedia perdão pelo que tinha feito.
Dei um beijo na testa do meu filho e dei um tchauzinho para ela e desci a rua já dou um de cara com a minha colega e com a minha irmã sentadas no banco da praça batendo papo.
—depois eu chamo de falsas e eu que tô errada, suas piriguetes vivem esquecendo de mim.—digo um pouco alto me aproximando delas.
—a cacau para de drama né, e uma que você inesquecível.–diz Eduarda.
Conheço Eduarda não é de hoje essa menina estudou junto comigo no nono ano do fundamental até o último ano do ensino médio nossa relação já não é nem mais de amigas de escola e sim irmãs as coisas que eu sei da vida dessa garota a mãe não sabe nem metade
—saudade que eu tava de você– digo abraçando ela.
Na mesma hora eu dou uma entrada na minha irmã ela não tava olhando para gente nem se preparando para dar uns escândalo por eu não ter entrado e muito papo com ela ela tava de cabeça baixa e de casaco com capuz eu quero um pouco estranho já que o clima tava fresco e não frio a perna dela tava tremendo toda hora e ela não queria olhar no meu rosto.
—ei dormiu comigo?—e você botou na mão na cintura e com a outra mão levantando a cabeça dela para que ela possa ver o seu rosto– porque essa deve ser a única razão para você não falar comigo.
—e cacau para,só tô com a mente avoada, para até isso que eu tava falando com a Eduarda eu tenho que ir para casa ou até mesmo para outro canto para esfriar minha mente é isso que eu vou fazer agora tchau—disse se levantando numa pressa e acelerando cada vez mais o seu passo em quanto distancia da gente.
—iii nesse angu tem caroço hein! Pode me falando!–disse me sentando do lado do Eduardo dando um tapa na coxa dela.
—eu? Cê tá doida? em briga de família eu não boto pilha.—disse apontando para si mesma.
—Ah não vai me contar não? Jae então, eu descubro do meu jeito.– disse me ajeitando direitinho no banco—esse assunto já me deixou nervosa preciso tomar uma para relaxar.
— epa cachaça? é comigo mesmo bora minha filha, o barzinho tá cheio de delícia–de se esfregando uma mão com outra e lambendo os lábios enquanto levanta.
—delícia com fuzil atravessado? Tô fora— disse me levantando também a gente começou a seguir a caminho do bar.
—bom que sobra para mim!— diz jogando o cabelo cacheado curto, dei uma risada de sincera mas parei assim que eu olhei para frente e percebi a pessoa que estava sentada na mesa do bar me encarando.
Lobo.
Passei por ele sem nem olhar para o lado, ficamos sentar um pouco esperando as caipirinhas.
Logo logo vem um garotinho perto da gente me chamando.
—tia o tio ali pediu pra você sentar com ele— disse apontando para uma mesa.
Logo meus olhos percorrem para mesa quando vejo o lobo tá virado um pouco para direção onde a gente estava sentado esperando ele ergue o copo e encosta na boca olhando diretamente para mim.