O pau de Ret batia fortemente dentro de mim, fazendo a cama ranger.
Filipe desfere um forte tapa em minha bunda e continua socando forte em mim. Reviro meus olhos quando ele começa a ir mais rápido.
Não tenho tempo nem de raciocinar, só sei que acabei de gozar pela terceira vez só hoje.
Sinto minhas pernas tremendo, sensíveis. Respiro fundo algumas vezes, tentando recuperar o fôlego.
O platinado joga a camisinha fora e volta a se deitar na cama, ainda pelado.
Uma música aleatória tocava ainda na televisão.
Eram duas horas e nem a carne a gente assou. Fui arremessada na parede sem mais nem menos e não consegui fazer mais nada além de aceitar que eu queria transar com ele até não aguentar mais.
- Eu vou tomar um banho gelado... - Tento me levantar, mas sou puxada de volta e Filipe me agarra.
- Fica um pouquinho aqui, pô.
Esse menino é um grude, entendo não! Não vou negar que gosto, mas assim vou acabar me iludindo e eu não quero isso...
- Tô toda melada, Filipe. - Argumento, tentando me levanto, mas sem sucesso.
Ele dá um sorrindo de lado, e logo em seguida me dá um beijo curto.
Ele fica um bom tempo olhando no fundo dos meus olhos, e fazendo um carinho em meu rosto.
- Acho que eu quero namorar com tu, baianinha.
Quase que eu coloco meu próprio coração pra fora, assim que ouço a palavra "namorar", saindo da boca dele.
Meu coração estava palpitando, e eu o olhava, com os olhos arregalados.
- É brincadeira, fia.
- Idiota! - Finalmente consigo me levantar. - Não faz mais isso, satanás!
Grito, entrando no banheiro, com as pernas ainda bambas.
Ele não deveria fazer esse tipo de brincadeira, não comigo. Eu já não ando bem da cabeça ultimamente pensando nele, e ele fala um negócio desses?
Que vontade de matar esse homem!
- Eu corro o risco de você aceitar? - Ele pergunta do outro lado da porta, rindo.
Não respondo e entro de baixo do chuveiro.
Depois de um banho gelado de alguns minutos, eu saio totalmente refrescada. Coloco um shortinho e uma blusinha de alcinha. Amo roupinhas que me deixam confortáveis assim.
No momento em que eu saí do quarto, eu senti o cheiro da carne assando. Minha boca logo saliva.
Chegando na cozinha, ouço um funk desconhecido tocando e vejo Ret comendo e tomando cerveja, enquanto usava o celular.
- Voltou, fia.
Afirmo, enquanto coloco um pedaço da carne na boca.
Amo a gordurinha da alcatra!
A gente começa a conversar um pouco, e se divertir. Eu gosto da presença do Filipe. Ele só é fechado quando quer mesmo. É um cara muito bom de papo e engraçado. Acho que ele é um agro só quando você não o conhece, igual quando eu o vi de longe da primeira vez.
Marrento demais!
- Mariana. - Ele interrompe minha fala e me encara sério, depois de guardar o celular que estava apitando toda hora. - Vão tentar pacificar o morro hoje. Não sai de casa de jeito nenhum depois das cinco.
Ele se levanta e começa a andar pra sala. Aparentemente já estava indo embora.
Me assusto com a possibilidade da polícia subir o morro. Desde que eu cheguei, nunca houve nada, mas eu sempre via nos jornais que pelo menos dez pessoas, sejam bandidos, moradores ou até a própria polícia, morrem.
- Minha mãe vai ficar aqui contigo. - Fala, abrindo a porta.
Ele se vira novamente para mim.
- Por favor, não sai daqui. Se acontecer alguma coisa, qualquer coisa que for, com você ou com a minha mãe, me liga na mesma hora!
Não pude dizer nada, já que os lábios dele se chocam com os meus.
Ele me beija devagar, aproveitando o momento.
- Não morre, por favor... - Peço, ficando já emotiva.
Ele sorri pra mim e vai embora, sem me responder.
Sinto que vou é desmaiar!
Momentos depois, a mãe do Filipe subiu com uma mulher, que era nossa vizinha e um neném de colo, para ficar comigo.
Que Deus nos proteja essa noite...
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Baianinha - Filipe Ret [ Morro ]
Romance"Você e a favela, baianinha, são minhas prioridades."