Capítulo 6 | O pior pesadelo

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— Eu quero falar sobre o Benjamin, disse ele. — Eu sei que vocês dois estão juntos e eu não gosto disso. Eu tenho algumas pendências para resolver com ele e se você não me ajudar, você vai se arrepender. Então tenho uma proposta para você.

Lumiar se encheu de coragem e tentou se libertar novamente. 

— Eu não vou ajudá-lo a machucar ninguém! — ela disse, com a voz firme. — E eu nunca vou me juntar a alguém como você."

Theo deu uma risada cruel. 

— Então você quer brincar de durona, é? Já se esqueceu dos nossos momentos românticos cantando no karaoke, pintando  a casa, vendo cinema? — ele disse. — Bem, vamos ver quanto tempo você aguenta. Fiquei sabendo que você anda meio louca, né? O pessoal no ICAES tá comentando ein…

Ele puxou Lumiar ainda mais para perto e segurou seu rosto com a mão livre, apertando suas bochechas com força. Lumiar gritou, mas ele a ignorou.

— Você vai fazer o que eu quero, ou quem vai pagar as consequências é o Benjamin. Você sai de perto dele e eu esqueço de tudo que ele me roubou. — disse Theo, com um sorriso sádico nos lábios.

Lumiar fechou os olhos, sentindo as lágrimas escorrerem pelo rosto. Ela estava sozinha e com medo, mas se recusava a ceder às ameaças do vilão nojento diante dela.

A advogada resistiu com todas as suas forças enquanto Theo a puxava em sua direção, tentando beijá-la à força. Ela se debateu e tentou empurrá-lo, mas ele a segurava com muita força contra o carro.

— Não, para! — ela gritou, mas Theo ignorou seus apelos.

Ele finalmente a beijou à força, segurando sua cabeça com uma das mãos enquanto a outra segurava seu corpo, enfiando a mão dentro de sua saia justa e tocando em sua intimidade. 

Lumiar tentou mordê-lo, mas Theo a manteve presa com a força de suas mãos.

O beijo era nojento e repugnante, e Lumiar sentiu um arrepio de nojo percorrer seu corpo. 

Ela odiava estar tão vulnerável diante desse vilão, mas ela se recusava a mostrar qualquer fraqueza.

Finalmente, Theo a soltou, satisfeito com sua vitória. Lumiar se afastou dele, limpando a boca com as costas da mão.

— Você é um monstro. — ela disse, com a voz tremendo.

Theo riu. 

— Eu sou um homem que sabe o que quer. — ele disse. — E eu quero você. E se você não fizer o que eu quero, eu vou fazer coisas muito piores com você e com o seu amado Benjamin.

Lumiar sentiu um nó em sua garganta e um medo terrível tomou conta de seu corpo. Mas ela sabia que não podia ceder a esse vilão nojento. 

Ela tinha que encontrar uma maneira de se libertar e salvar Benjamin de sua ameaça.

Inesperadamente, Theo a jogou dentro do carro, no banco traseiro. Também trancou portas e janelas, e começou a tirar o cinto da própria calça.

Lumiar não conseguiu reagir ao entender o que estava prestes a acontecer, não conseguiu gritar ou pedir socorro.

— Agora eu vou te mostrar o que um homem de verdade faz. Na verdade, te relembrar! — disse em tom assustador.

— Seu nojento! Seu MERDA! Sai de cima de mim! — ela finalmente gritou, tentando chutá-lo e de alguma forma, afastá-lo.

Theo não perdoou. O crápula deu um tapa tão forte na cara da loira que ela desmaiou.

Quando Lumiar acordou, estava completamente nua, machucada e sozinha no carro.

O pior pesadelo de uma mulher tinha acabado de acontecer com ela.

Fraca, ensanguentada e muito abalada, ela foi criando forças para se levantar e se arrastar até o elevador.

Enquanto subia os andares, Lumiar chorava desesperadamente. A sensação de estar presa apavora o coração dela. 

Finalmente no apartamento, ela saiu tirando a roupa na sala mesmo, deixando tudo no chão.

Lumiar fechou a porta do banheiro e encosta-se na parede, sentindo as lágrimas brotarem em seus olhos. 

Ela tentou contê-las, mas a dor em seu peito era forte demais. Ela abaixou a cabeça e deixou as lágrimas caírem livremente, soluçando baixinho. 

O som de suas lágrimas ecoavam no banheiro, enquanto ela tentava processar seus sentimentos, sua dor.

Ela se sentiu vulnerável e perdida, se sentiu suja, e não sabia o que faria com toda informação, não sabia o que fazer em relação às emoções conflitantes que estava sentindo. 

Ela respirou fundo e tentou se acalmar, mas a dor ainda era forte, não só em sua mente, mas em sua intimidade também.

Lumiar tomou banho, quietinha, tristonha, envergonhada.

Enquanto isso, Benjamin, o grande amor de Lumiar, estava ansioso para finalmente pedi-la em casamento pela segunda vez. Ele havia preparado tudo com carinho, comprou presentes, comida japonesa e tudo o que ela gosta. Ele mal podia esperar para vê-la.

Quando Lumiar finalmente saiu do banheiro e entrou pela porta do quarto, Benjamin se aproximou dela, com um sorriso no rosto e um buquê de flores nas mãos.

Ela vestia uma camisola linda, preta, delicada, fina. E, como sempre, os olhos dele se encantaram ao vê-la com o cabelo molhado, a pele hidratada e extremamente cheirosa.

— Ben! — Lumiar correu para os braços do homem, ele caiu sentado na cama, e ela sentou-se em no colo dele, sem nem perceber todos os presentes. — Eu precisava tanto do seu abraço, do seu aconchego. — ela chorou emocionada. 

— Tá tudo bem, Lu? O que aconteceu? Vi sua roupa jogada no chão da sala… 

— Só me abraça, tá? Eu quero ficar ouvindo o seu coração, a minha mãe me ensinou que isso pode me acalmar.

— A dona Dora estaria orgulhosa de você. Tão forte, tão…

— Não, Ben…

— Lumiar, eu preciso te dizer algo. —  ele disse, nervoso. — Eu tenho pensado nisso por muito tempo, tenho admirado essa sua nova versão, a sua força e principalmente a sua coragem para assumir seus erros e lutar pelo o que sente... E eu… eu quero saber se você aceita voltar a ser a minha esposa.

A advogada entrou em choque completamente. 

Benjamin ficou confuso, sem entender o que estava acontecendo. Ele olhou para Lumiar, esperando uma resposta, mas ela permaneceu em silêncio.

Após algum tempo, finalmente Lumiar conseguiu falar. Ela olhou para Benjamin com tristeza nos olhos.

— Eu não posso aceitar, Ben. — ela disse, com a voz embargada. — Eu sinto muito, mas agora não é um bom momento.

Benjamin ficou chocado, sem entender o que estava acontecendo. Ele olhou para Lumiar, com o coração partido, sem saber que ela estava sendo ameaçada por um vilão nojento.

Dra. Lumiar cuidará disso? - BeniarOnde histórias criam vida. Descubra agora