Capítulo 14 | Em todas as vidas

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Benjamin deu duas batidas na porta do quarto de Lumiar.

— Hey, tô passando pra te dar boa noite. Seu pai já arrumou um quarto pra mim.

A advogada estava deitada na cama, toda encolhida e coberta, sentindo um pouco de frio.

Ben se ajoelhou na cama, e deslizou o dedos pelo rosto da loira.

— Te amo, tá? Sei que depois de tudo que aconteceu está um pouco traumatizada. Então vou esperar seu tempo. Te respeito. Dorme bem.

Ele já estava de saída quando foi chamado de volta.

— Ben, deita aqui comigo. Eu amo você. Nós duas precisamos dormir abraçadinhas! — referiu-se à bebê, passando a mão pelo ventre e deitando de ladinho na cama, deixando um espaço para o homem abraçá-la.

Entretanto, Ben não foi. Ficou que nem bobo admirando suas duas mulheres (mesmo que uma ainda estivesse na barriga da mamãe).

— Você não vem? — Lumiar se preocupou e logo ficou chorosa.

— Eu jamais perderia a oportunidade de dormir abraçado com a minha mulher e com a minha filha!

Ele pulou na cama rapidamente e se jogou entre as cobertas, abraçando e e beijando o corpo de Lumiar.

— Ai Ben, você me assustou! Sabe que não pode fazer isso agora, né? Preciso ser cuidada e não assustada.

— Isso é golpe baixo, ein? — ele riu fraco.

— Eu tenho que usar a gravidez a meu favor em algum ponto. Você não tem ideia do que é chorar por absolutamente nada e querer atenção 24h. Eu tô insuportável!

— Eu acho que está mais linda que nunca. Toda sua sensibilidade e seu jeitinho único de ser sempre estiveram com você. Esses sentimentos só foram aflorados.

— Te amo, sabia? — ela segurou o rosto dele com ternura antes de lhe dar um beijo lento. — Mas olha, não pode me chamar de sua mulher!

— Por que não? — ele se surpreendeu.

— Porque eu e você estamos divorciados, lembra?

— Aaah, já entendi tudo! — ele riu bobo. — Filha, sua mãe quer ser pedida em casamento de novo. Será que agora ela aceita? — Ele deslizou na cama até a altura da barriga de Lumiar e conversou com a filha.

A loira riu fraco, envergonhada.

— Quer casar comigo, Lu? Podemos fazer outra festa para comemorar o nosso amor. A Isadora pode trazer as alianças.

— Eu acho que a Isadora vai ser como a minha mãe. Quietinha e caseira. Ela nunca nem mexeu na barriga, por isso fui até a cidade, estava preocupada.

— Não vai responder ao meu pedido?

— Claro que quero me casar com você, Ben. Em todas as vidas eu quero você!

Eles se perderam em mais um beijo, mas dessa vez, na cama, enroladinhos, abraçados.

— Você estava dizendo que a nossa bebê ainda não mexeu… está tudo bem com ela? Me sinto péssimo por não ter acompanhado tudo desde o começo.

— Nossa filha está ótima. Só é quietinha. E espera aí… já sei o que você precisa.

Ela se levantou da cama rapidinho, escolhida pelo frio, e foi direto na cômoda que fica perto da porta.

Quando voltou para a cama trouxe nas mãos um pequeno aparelho de ultrassom, que emitia o som suave e reconfortante do coraçãozinho da sua amada filha, Isadora.

Dra. Lumiar cuidará disso? - BeniarOnde histórias criam vida. Descubra agora