1 - Susan Bolt

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O rapaz suspirou com sono, ficou até três da manhã fazendo poções que umas garotas do terceiro ano pediram. 

Amava fazer poções e precisava de dinheiro pra finalmente poder sair de casa, então porque não ganhar dinheiro fazendo o que ama? Então começou a fazer encomendas de poções, de uma maneira sigilosa que poucas pessoas sabiam do seu negócio, e as mesmas eram clientes fiéis. 

As poções que mais saiam eram Amortentia e...maquiagens. 

Eram quase quatro da manhã quando ele foi dormir, não sem antes tomar sua poção de sono sem sonhos. Capotou tão rápido que nem sequer se cobriu com seus lençóis e tirou seu uniforme.

Não tinha lembranças muito boas da infância...Tobias, um monstro que ele se recusava a chamar de pai, era extremamente tóxico com Elieen, outra mulher que preferia matar um dragão do que chamá-la de mãe, fazia coisas nojentas com ela na frente de Severus, ele o forçava a ver coisas que uma criança de 4-11 anos não deveria ver, batia nela toda vez que bebia, ou seja, todos os dias. 

Mas não era só nela que ele descontava sua raiva, era nele também. Tinha cicatrizes até hoje,  machucado que nunca foram curados, marcas de queimaduras e de objetos. Odiava seu corpo com todas as forças por conta dessas malditas cicatrizes.

Tinha uma silhueta bonita, abdômen trancado e com "entrada em v", cintura consideravelmente fina para um rapaz, ombros largos, braços fortes e musculosos, mãos com dedos longos e pequenas veias, pernas malhadas e proporcionais ao seu pé e corpo, coxas fartas e brancas feito porcelana. Ele era a definição de sensualidade, o problema que era inseguro consigo mesmo. 

Malhava na esperança de se sentir bem consigo mesmo, mas não conseguia se permitir de fazê-lo. Usava roupas largas pra se esconder dentro delas, e até se sentia mais confortável com roupas grandes do que pequenas e coladas.

Lucius sempre lhe dizia que o mesmo era belo e extremamente bonito, e que só um gênio poderia amá-lo, porque um bocó não é digno de um garoto que foi escupido pelos deuses. Severus sempre se sentia envergonhado e não sabia o que dizer, apenas gaguejava e ria de forma nervosa e forçada. O loiro sabia a dificuldade do outro de se sentir bem consigo mesmo, então quando isso acontecia só o abraçava e dizia "vá dormir, pequeno príncipe.". 

"Pequeno príncipe" era uma apelido carinhoso que Lucius lhe deu, mesmo Severus sendo maior que ele, foi pelo fato do nome do maior ser "Severus Prince Snape" que o mesmo ganhou esse apelido. 

Severus se sentia horrível quando não conseguia demonstrar afeto, parecia que Lucius estava lhe dando o mundo e ele devolvia com uma maçã podre. 

Nos seus sonhos todas as suas inseguranças, medos e tudo de ruim que existe na sua mente vem à tona, como se fosse um tiro. As vezes ficava tão cansado mentalmente que só queria ir até um traficante e pedir para ele lhe dar droga, pra ver se aquele medo irracional sumia por um segundo, mas nunca o fazia pois sabia que era loucira. 

No dia seguinte, Severus acordou sentindo-se esgotado, como se toda sua energia tivesse sido sugada por algo. Gemeu descontente com as dores no pescoço, os estralando e ouvindo o barulho agonizante pra algumas pessoas.

Olhou para a cama de Lucius, vendo o loiro dormir feito um anjo. Sorriu de canto sem mostrar os dentes. 

Não se importavam de deixar as cortinas abertas quando iam dormir ou fazer outra coisa. Lucius sempre se "aliviava" no banheiro do quarto, e sempre com a porta trancada, então não ter muito motivo pra deixar a cortina fechada. 

Ambos já tinham visto o corpo um do outro, pois Severus se sentia a vontade com Lucius pois sabia que o loiro nunca o julgaria. O loiro sempre disse que não ligava pra aparência, mas também lhe dizia que seu corpo era belo demais para não ser elogiado todos os dias, então sempre fazia um comentário carinhoso sobre alguma parte do seu corpo, como suas mãos, seu abdômen, braços...

Poção da Autoestima - SnuciusOnde histórias criam vida. Descubra agora