Parte Seis

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O tempo estava passando mais rápido que o esperado. Para Shoyo, tudo parecia um sonho.

Começar a planejar o casamento, a pequena lista de convidados, o local da lua de mel; tudo isso eram coisas com as quais já sonhava há anos. Não foi até que foram ver casas para a mudança que a ficha caiu.

— É uma casa bem grande — murmurou Shoyo, um tanto embasbacado pelo tamanho. E pelo fato de Kiyoomi estar segurando sua mão, os dedos entrelaçados. — Precisamos mesmo de três andares? Quatro, contando com o térreo.

— Eu tinha em mente transformar um dos andares em uma biblioteca. Derrubar as paredes, ou fazer uma porta. Mas podemos procurar uma casa menor — a voz de Kiyoomi pintou sua visão de roxo.

— Só estou pensando que eu com certeza vou me perder aqui, mas parece uma boa mansão. Você disse que tinha um porão e um sótão?

O corretor que os acompanhava sorriu, segurando sua prancheta.

— Sim. Além é claro das piscinas e de alguns móveis de antigos moradores.

— Alguém morreu na propriedade?

— Perdão?

— Parece enredo de filme de terror — Shoyo sorriu. — Tem árvores velhas, um sótão e um porão, além dos móveis antigos. Algum deles deve ser amaldiçoado.

O homem pareceu espantado, já Kiyoomi soltou um risinho.

— Nenhuma pessoa morreu aqui — informou o corretor, talvez suando um pouco demais.

— Que chato. — Shoyo não perdeu o sorriso de Kiyoomi, o que lhe levou a corar. — Então... Vamos ficar com a casa?

— Vamos.

O homem já estava com os papéis preparados. Shoyo não perdeu que Kiyoomi franziu um pouco as sobrancelhas ao ler o contrato.

— Esse não era o orçamento que eu havia passado. Isso ultrapassa e muito o valor inicial.

Ele engoliu em seco.

— Veja bem, essa casa não estava oficialmente na lista.

— E o que levou você a nos mostrar ela?

Kiyoomi conseguia ser muito intimidante, tanto que o homem desatou a falar. Sua voz era de um tom feio de bege.

— Meu chefe me ordenou a colocar itens mais caros na lista, quando soube quem exatamente estava procurando por uma. — Kiyoomi estava prestes a xingar a agência, o chefe e todos os funcionários possíveis quando... — O senhor Hinata.

Shoyo franziu as sobrancelhas, deveria ter imaginado.

— Vamos ficar com a casa — disse.

— Shoyo, eles querem passar a perna em você — constatou Kiyoomi. Sua voz preocupada lançava um roxo escuro em seus olhos.

— Eu sei, por isso que eles vão receber a visita do advogado da família em breve. Mas eu realmente gostei da casa. Eu vi que tem um armário igual ao do filme Poltergeist.

Shoyo corou mais uma vez quando Kiyoomi sorriu e segurou sua mão, entrelaçando seus dedos.

— Só temos o problema que o valor ali ultrapassa o meu orçamento — lembrou gentilmente.

— Mas não o meu. Faz tempo desde a última vez que eu verifiquei, e eu não sou muito bom de contas, mas acho que dá pra comprar umas três casas dessas.

Nesse momento Kiyoomi o puxou para longe do corretor, que olhava nervosamente para eles. Ou melhor, para Shoyo.

— Você tem certeza? Podemos...

Um Ballet de Gatos e Tupperwares (OmiHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora