A única coisa que Cassidy sabia, era que não queria ser aquele saco de pancadas naquele momento.
Sam parecia terrivelmente sério golpeando o objeto com toda sua força, humana e mágica. Ela podia ver uma fraca camada dourada sob seus braços desnudos, o que sempre acontecia quando o jovem esforçava sua magia. Com um último golpe, o tecido do saco se rompe, e então o baixo som de areia escorrendo chega ao seus ouvidos.
— Ele chutou sua mãe? — ela pergunta do lado do rapaz.
— Quem me dera — ele sorri saindo da frente do aparelho de treinamento agora quebrado, indo para o próximo — Sua vez, donzela.
— Sabe, Sammy, o papel de Instrutor sério não combina nem um pouco com você.
— Sabe, Cassy, eu discordo. Anda. — Samuel entrega as luvas de boxe para a garota, que encolhe os ombros e se rende.
Cassidy gostava de quase todas as atividades do Instituto, menos as que envolviam treinar em público. Todos ao redor pareciam ser maiores, mais fortes e mais rápidos do que ela, e de fato eram.
Com as luvas postas, a garota ajeita sua postura e começa a desferir socos no saco de areia em sua frente. Por mais que entendesse, ela ainda achava meio idiota treinar luta corpo a corpo quando poderiam treinar suas habilidades especiais. Em sua mente, ela conseguia ouvir a possível resposta que o Sr. McCoy daria: "Em um campo de batalha, não são só os poderes que contam. Se você não luta, você morre."
— Está tentando derrubar seu adversário ou que ele te mate?
Cassidy engole um palavrão, se limitando apenas a encarar Samuel, voltando sua atenção para o saco de pancadas. "Céus, como eu odeio isso". Seus braços ainda estavam doloridos e moles pelo treino de ontem, isso sem contar suas costelas. Samuel estava pegando pesado nos treinamentos desde que ela havia se envolvido naquela briga. Ele dizia que era um castigo, mas ela sabia que era pelo fato de ela ter apanhado feio. Sam queria se garantir de que na próxima vez ela ganharia.
— Está difícil aí, Hazelwood? — a voz fina, angelical e irritante de Eloise chamava por Cassidy, enquanto a garota se aproximava dela
— Ignore ela. — Sam sussurra, se colocando entre as garotas — Ela está ocupada agora, Coldwell.
— Estou vendo — a loira dizia contornando Samuel, passando a mão pelas suas costas, parando em sua frente flertando descaradamente — Se quiser, eu posso te ajudar — ela sorri cinicamente se voltando para a garota
— Dispenso. Você deveria oferecer essa sua ajuda para a sua Primária, Instrutora Coldwell. — Cassidy diz entre dentes, voltando a bater no saco de pancadas, dessa vez com mais raiva.
— Bem, você é quem sabe. Mas uma dica de amiga. Não vai conseguir matar nenhum Sombrio assim. Não que você precise não é, afinal, são da sua laia.
Cassidy se vira para a loira. Ela podia sentir seu rosto ardendo mas não sabia dizer se era de raiva ou vergonha, afinal a Sala de Treinamento agora estava em silêncio absoluto, com todas as cabeças presentes viradas em direção a discussão que se iniciara.
Ela não precisava ser uma telepata para saber o que todos ali esperavam, que ela surtasse, mandasse as sombras decapitarem Eloise Coldwell ali mesmo e depois se banhar com seu sangue. Afinal, era isso que eles esperam dela.
— Eloise. — a voz grave de Samuel ecoava pelo local
— O que? Eu menti? Não sei como o Diretor Diggory permitiu uma Cria das Sombras aqui! Ela é perigosa!
— Se ele permitiu ela aqui é por sabe que ela não representa perigo para nós, e se você está tão disposta a questionar as decisões do Diretor Diggory é melhor levar suas reclamações direto a ele, não acha?
A loira encara Sam se aproximando dele. Eloise não estava acostumada a ser desafiada, mas também sabia que Samuel era um dos poucos no Instituto que tinha poder para fazer isso, afinal, estava lá a tanto tempo quanto ela.
— Ela vai atrair os Sombrios para o Instituto e eles matarão todos nós, espero que você perceba isso a tempo, Sam. — Eloise sai sem olhar para trás sendo seguida por sua Primária Marlee Baron, sabendo que havia criado o show perfeito.
Cassidy se vira para Samuel com as postura reta e as braços estendidos do lado do corpo, mas não conseguindo o olhar nos olhos. Ela odiava aquilo, ser a atração principal. A mais odiada entre os odiados por algo que ela não controlava.
— Instrutor Lewis, permissão para me retirar para meus aposentos. — sua voz era baixa, mas mesmo assim ecoava pelo Salão ainda em silêncio.
— Permissão concedida. — ela sai tomando o caminho contrário ao que Eloise foi, sentindo os olhares a seguindo até a porta.
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golden blood ── original
Science Fiction𝗦𝗔𝗡𝗚𝗨𝗘 𝗗𝗢𝗨𝗥𝗔𝗗𝗢 | Até onde você iria para parar com uma guerra centenária? As lendas citam esses objetos como poderosos, letais. Cinco objetos forjados a partir do Fogo Primário, esculpidos pelos primeiros Sangues Dourados, dando para...