Capítulo 4 _ Veras.

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A noite não demoraria a chegar. Logo precisariam fazer uma fogueira, mas com o único com tal habilidade machucado, ficava meio difícil. 

Indo por partes, primeiro acharam um lugar para se abrigar, em seguida, Felix começou a enrolar seu cabelo na mão de Changbin sem muitas explicações a princípio. O que estava deixando o moreno ainda mais apavorado do que já estava.

— Ó, eu tenho certeza que amarrar um lenço seria mais eficaz!

— Cala a boca! To tentando te ajudar... Não vai ser você que vai ficar com sangue no cabelo depois!

— Me ajudar a ficar sem mão só se for. Isso vai inflamar.

— Pronto, Stay? — vendo a mesma se enrolar também. — Ótimo — respirou fundo. — Eu preciso que relaxe... não vá ficar histérico!

— Eu não sou esse tipo de homem! — ajeitando sua postura. — Mas diz aí... o que cê pretende com isso? — receoso.

— Só relaxe — também ajeitando sua postura e respirando novamente para se concentrar. — Onde você vai?... Não deixe fluir.. Deixando-me para trás! Mais, eu quero mais! Agora, mesmo que seja só um pouco... Os ponteiros do relógio não param. Não me deixe sozinho. Não me transforme numa memória antiga, sinto como se fosse o único aqui. Não quero ficar para trás, me leve até você agora...

Seu cabelo brilhou quase que imediatamente, fazendo Changbin arregalar os olhos em choque, mas não querendo demonstrar o quão assustado estava, simplesmente travou. O brilho não demorou a passar por sua mão onde sentiu leves formigamentos que o fez soltar um breve e baixo grito agudo.

— ksks — desconcentrando — Ain kkkk desculpa... Não me aguentei kkkk

— Você também ficaria espantado se desse de cara com um cabelo mágico — puxando sua mão. — E... ué? Está sarada!

— E você minha linda? — recebendo sua amiga nos braços bastante animada — Que bom! — lhe fazendo carinho.

— Tá — tentando ainda processar o que tinha acontecido. — Qual é desse lance aí?? Desde quando ce faz essas paradas??

— Desde sempre eu acho... Pelo menos foi o que papai me contou quando acordei do acidente... — lembrando com certa tristeza no olhar. — Ele disse que nasci especial, e que um dom como esse precisa ser protegido...

— Que adianta se vive trancado ?

— Eu cheguei a perguntar por que não poderíamos ajudar outras pessoas... Mas aí... ele disse que... — puxando uma mecha. — As pessoas iriam querer cortar pra ficar... mas quando corta — revelando um pequeno fio castanho próximo a nuca, — ele escurece e perde o poder...

— Você então chegou a tentar cortar?

— Não, fiz pior... Não é a primeira vez que fujo... Papai disse que o desobedeci e saí escondido para ajudá-las, mas me atacaram e tentaram cortá-lo... foi a história que ele me contou quando acordei. E desde então eu nunca mais... eu nunca...

— ... nunca mais quis sair daquela torre.

— Aí é que tá... acordei completamente sem memória, não lembro nada disso, logo sempre tive muita vontade de sair... Mas tinha medo do que ele iria dizer se tentasse fazer isso de novo... vivia a repetir o quão aqui era perigoso e como ele se arriscava todos os dias para cuidar de nós...

— E quanto tempo faz isso?

— Vai completar sete anos...

– (Sete? Não era esse mais ou menos o tempo que o príncipe sumiu?) — buscando a informação em sua memória.

Enrolados - ChanglixOnde histórias criam vida. Descubra agora