Capítulo 9 _ Rapôncios.

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Sempre fora comparado ao sol, mas agora assumira um tom tão pálido quanto o da lua.

— Como... — ficando de pé — Como me encontrou?? — sentindo suas pernas falharem ao vê-lo se aproximar e envolvê-lo em um abraço.

— Foi fácil... foi só sentir o cheiro da alta e completa traição e chegar até aqui — alisando seu cabelo.

— ... — contraindo os lábios em culpa.

— Vamos pra casa, Felix! — o puxando.

— Não, espera — soltando seu braço. — E-eu preciso lhe contar as coisas que aconteceram comigo enquanto estive fora... Eu to tendo uma viagem incrível, papai. Vi e aprendi tanto... — com brilho nos olhos. — Até conheci uma pessoa — falou sem jeito.

— Um ladrão procurado, estou muito orgulhoso. Agora, vamos! — largando o sarcasmo e o puxando novamente.

— Não... — largou-se outra vez. — Eu... ele... acho que gosta de mim!

— Gostar de você? Kkk Está vendo por que fugir foi uma besteira?? — não contendo os risos.

— Que? — confuso.

— Isso só prova o que eu disse, você é completamente ingênuo e indefeso. Esse romance só existe na sua cabeça, Lix — respondeu simples. — Ou acha mesmo que impressionou o rapaz? Hum?

— ... — desviando o olhar por um instante.

— Não seja tolo, meu bem — falou em tom doce. — Venha com seu pai... Afinal, eu...

— Não! — soou firme.

— Não?

— Exato. Não! — repetiu.

— Mas o que é isso agora?? Deu uma voltinha e acha que sabe mais? Se acha tão maduro agora ao ponto de me responder???

— O senhor mentiu pra mim... E não precisei dar muitos passos pra descobrir isso — com seu coração a mil.

— Se eu menti, o que é que seu namoradinho está fazendo de diferente?? Ou acha mesmo que a única razão dele estar aqui, é porque gosta de você? E não por algo realmente interessante e valioso — mostrando a coroa.

— Como descobriu?

— Não tem importância. E se tem tanta certeza do que está fazendo... Vai, entregue isso pra ele — devolvendo à mochila e jogando aos pés alheios. — Assim que ele pôr as mãos nisso, vai sair correndo sem explicação alguma.... Faz o teste! Vamos ver quem realmente está mentindo — dando as costas.

— Mas, pai!

— Na-na-não — virou-se brevemente. — Se ele mente... não me venha lamentar depois — dando um último sorriso antes de continuar seu caminho. — Seu pai sabe mais, Felix! — sumindo dentre as árvores.

Novamente sozinho, ficou a tentar processar a aparição inesperada. Como ele o encontrou? Por que não o simplesmente o arrastou consigo? Por que parecia mais preocupado do que zangado? Será que só não o queria protegê-lo de fato? E... Existia alguma chance dele estar certo quanto ao...?

— Será? — apanhando a mochila; pensativo.

Oh Lixie!~

— (Droga! Preciso esconder isso!) — olhando para os lados, desesperado.

~Assim, é perceptível o quão bonitão e forte eu sou... — cada vez mais perto. — Mas tem alguma chance de eu ficar mais forte ainda por conta da magia do seu cabelo? — finalmente se tornando visível.

Enrolados - ChanglixOnde histórias criam vida. Descubra agora