03

2.8K 320 40
                                    

S/n Fury Point Of View

Eu havia acabado de entrar na cozinha, eram cinco da manhã e eu estava vestida com uma roupa de corrida, apenas esperava pelo Capitão aparecer, peguei uma maçã para comer, não era bom correr de barriga vazia. Escutei um barulho na entrada da cozinha e me virei pensando ser Steve, mas não era, era uma mulher com cabelos castanhos e olhos verdes.

- Bom dia - falei e ela me olhou, seus olhos estavam profundos e um pouco vermelhos.

- Bom dia - sua voz era baixa e rouca, desanimada e ela parecia um pouco fraca.

Eu conheço bem esses sintomas, senti todos eles após a morte de Amélia, era o luto tomando conta de seu corpo, era compreensível, Wanda Maximoff havia perdido o irmão, a única família que ela ainda tinha, deve estar sendo bem difícil para ela.

- O que faz acordada a essa hora? - perguntei me aproximando dela que estava colocando cereal em uma tigela pequena.

- Não consegui dormir - o sotaque dela veio um pouco forte demais, eu sorri e a observei se sentar à mesa.

- Quer correr um pouco? - propus sorrindo e ela soltou uma risada rouca.

- Não, mas obrigada - ela falou e eu fiz uma careta, ela acabou rindo, o que me fez sorrir.

Ficamos ali na cozinha sem falar mais nada por um longo tempo, até que o Steve chegou e eu fui obrigada a me despedir. O Capitão me levou ao parque, é, parece que vou ficar dando voltas, e foi exatamente isso que ele me mandou fazer. Eu corri em volta do parque umas dez vezes e já estava cansada, e isso junto a dor em minhas costelas não me trazia uma sensação boa.

Mas apesar da dor eu continuei a correr, eu faria isso, treinaria com eles apenas para dar ao meu pai um gostinho do controle que ele acha que tem sobre mim, ele acha que eu não sobreviveria sem ele, mas eu tenho feito isso a minha vida inteira, desde sempre eu soube que podia contar apenas comigo mesma, esse fardo amenizou um pouco quando conheci Maria Hill, mas eventualmente ela também me abandonará e seu ponto de vista em relação a mim vai se tornar igual a do meu pai.

A garota egoísta que só liga para ela mesma, que se envolve em confusão e conta com o papai para salvá-la, mas sabe o que é engraçado? É que eu nunca pedi a ajuda dele, se ele me tira da cadeia não foi porque eu liguei e sim porque ele é tão controlador que busca por qualquer coisa relacionada a mim, e fica me vigiando, mas para o azar dele eu aprendi a fugir dos agentes dele a muito tempo.

Depois de correr mais dez vezes e cair no chão exausta, Steve me mandou fazer flexões, eu o olhei incrédula, ele sabe que eu não tenho soro do super soldado correndo pelas minhas veias, né? Bom, ele parece não ter se importado com isso, fiz vinte flexões e ele me deixou descansar por um tempo, mas logo voltou pedindo por mais quarenta, esse homem quer me matar, tenho certeza.

···

Ao chegarmos a Torre eu ao menos tive tempo de ir tomar um banho, pois fui arrastada pela Romanoff até a sala de treino, eu joguei água na aminha cabeça e fechei os olhos enquanto sentia meu lado esquerdo latejar fortemente, Natasha não parecia estar com uma cara muito boa, eu ainda respirava um pouco ofegante quando ela veio para cima de mim, eu desviei por pouco, arregalei os olhos e me recompus.

Natasha não cansava e apenas desferia chutes e socos na minha direção, ela pareceu surpresa por eu conseguir me defender da maioria, mas ainda assim levei um soco na cara e um chute na perna que quase me fez cair, ela não me deu abertura para um contra ataque então eu apenas me defendia, eu já estava me cansando novamente quando ela desferiu um soco no meu lado esquerdo, que ainda estava machucado da luta que tive.

Almas Gêmeas | Wanda MaximoffOnde histórias criam vida. Descubra agora