Insurgente - Tobias Eaton

Introdução..

Está tudo tranquilo dentro do trem e começo a cochilar um pouco e ...

" Will!" Tris grita me assustando. O que estará acontecendo em seu sono. Não posso permitir que isso continue... Além do mais, temos que sair do trem. Me agacho em sua frente e seguro seu ombro a chamando carinhosamente. Ela abre os olhos em espanto e olha ao redor.

"Tris, vamos lá. Nós temos que ir."

Fora do trem estava muito escuro para ver onde estávamos, porém eu já estava muito acostumado aquele lugar. Estamos indo para cerca.

Eu ajudei Tris a ficar de pé, e a guiei até a porta. Peter pulou primeiro, em seguida, Marcus, então Caleb. Eu peguei a mão de Tris. O vento nos pegou e

ficamos próximo a porta do trem, com uma mão me empurrando para trás, em direção à segurança. Mas nós nos lançarmos na escuridão e na terra dura do chão. Nos ajuntamos e fomos andando o restante do caminho até chegarmos a cerca.

"Não era suposto haver guardas da Audácia aqui", diz Marcus. "Onde eles estão?"

"Eles provavelmente estavam sob a simulação, e agora estão ..." Faço uma pausa. "Quem sabe onde, ou fazendo o que? "

Paramos a simulação e o peso do disco rígido no bolso de Tris, faz ela se arrastar um pouco, já que está machucada. Isso me fez lembrar. O que aconteceu com nossos amigos, nossos colegas, nossos líderes, nossos facções? Não há nenhuma maneira de saber.

Me aproximo de uma pequena caixa de metal, no lado direito da porta e a abre,

revelando um teclado.

"Vamos esperar que a Erudição não tenha mudado esta combinação",digo, enquanto digita em uma série de números. Eu paro no oitavo, e o portão faz um clique abrindo.

"Como você sabe disso?", pergunta Caleb. Sua voz soa grossa com emoção, tão grosso que eu estou surpresa que não tenha engasgado ou não saído nada.

"Eu trabalhei na sala de controles da Audácia, no monitoramento do sistema de

segurança. Nós só alteramos os códigos duas vezes por ano ".

"Que sorte", Caleb diz me olhando desconfiadamente. E também, não estou nem aí para o que ele pensa ou deixa de pensar em mim.

"Sorte não tem nada a ver com isso. Eu só trabalhei lá porque eu queria ter

certeza de que eu poderia sair."

Não acredito que acabei revelando meu real motivo.. Minha vontade sempre foi escapar, apenas adiei por causa da chegada de Tris. Eu me sentia aprisionado com esse sistema de facções. Eu estava cansado de me sentir excluído por ser divergente. Eu quero ser reconhecido como Tobias, e não como divergente.

Caminhamos em um grupo pequeno, Peter embalando seu peito do braço ensanguentado pelo tiro que Tris deu e Marcus com a mão no ombro de Peter, para manter-se estável. Caleb enxugava seu rosto cada poucos segundos, e eu sabia que ele estava chorando.

Me surpreendi ao Tris assumir a liderança, eu fiquei em silêncio ao seu lado, e embora eu não a tocasse, eu me sentia estabilizado perto dela. Eu me sentia acoado por Marcus ali, mas ela me dá toda a força que preciso.

Alfinetadas de luz faram o primeiro sinal de que estamos nos aproximando da sede da Amizade. Então os quadrados de luz se transformaram em janelas brilhantes. Em um conjunto de edifícios de madeira e vidro.

Antes que pudéssemos alcançá-lo, tivemos de andar através de um pomar. Meus pés afundavam no chão, e acima de mim, os ramos cresciam em uma outra, formando uma espécie de túnel. Frutas escuras pairavam entre as folhas, prontas para cair. O cheiro afiado e doce de maçãs podres se mistura com o cheiro de terra molhada no meu nariz.