Capítulo 3

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Ethan

— Fallon...espere...vou com você - falei enquanto corria para a porta de entrada da casa.

Abri a mesma e sai, encontrando Fallon me olhando com impaciência, incrivelmente mais bonita do que a segundos atrás.

Quanto mais brava ela fica, mais eu quero ser dela.

— O que foi? - pergunta se virando em minha direção.

— Ainda pode me dar uma carona para o centro? - pergunto sorrindo.

— Tá, entra - fala de virando para entrar no carro. - Você dirige, meu pé ainda está doendo.

— Obrigado - falo me apressando para entrar no carro.

Não sou bom com carros, mas acredito que todos sejam do mesmo jeito.

— Deixa eu ver seu pé? - pergunto com esperança de conseguir toca-lo.

— Não - responde sem olhar pra mim.

— Eu sou me...- tento falar mas ela me corta em seguida.

— Shiii, em silêncio - fala ainda sem olhar pra mim.

Então me acomodo, colocando o sinto em Fallon que quase me bate e em seguida colocando o meu.

O caminho até o centro é tranquilo, seguimos em um silêncio que seria constrangedor se fosse com outra pessoa, mas com ela não.

Só de estar ao lado dela, ouvir o som da sua respiração e o calor do seu corpo já é o suficiente pra mim.

Não entendi porque ela me mandou embora depois de ter me aceitado como dela.

Eu sou dela.

Só dela.

Pra sempre.

Parei enfrente ao hospital que trabalho, sendo alvo do olhar intenso de Fallon.

— Eu não vou no médico - fala irritada.

— Mas eu vou - falo.

— Hum - fala olhando para o nada.

— Não quer saber o que vou fazer aqui? - pergunto - Posso estar machucado sabia.

— Está machucado? - pergunta.

— Não, eu..- falo e sou interrompido.

— Então vamos - fala sem olhar pra mim.

— Eu trabalho aqui, sou médico - falo.

— Não é não, conheço todos os médicos daqui e nunca te vi - fala com tédio.

— Sou sim - falo sem conseguir pensar em nada que prove, já que roubaram minha carteira.

— E só agora que me fala isso, olha o tamanho do meu tornozelo - fala olhando pra mim pela primeira vez.

— Eu tentei dizer, mas você não quis me ouvir - falo chateado.

— Certo, então me leve para sua sala e resolva isso - fala e eu na mesma hora levanto para sair do carro.

Abro sua porta, e quando ela tenta levantar a pego no colo.

— Me coloca no chão - fala e eu obedeço com relutância.

Mal colocou o pé no chão e quase caiu.

A peguei novamente no colo, a mesma tinha um olhar que poderia matar qualquer um.

Mas segui firme para dentro do hospital com ela no colo, ela pode fazer de mim o que quiser, desde que ela não se machuque.

O CarrascoOnde histórias criam vida. Descubra agora