Capítulo - 6

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Ethan

Faz muito tempo que não dormia assim tão bem, estar com Fallon em meus braços é o paraíso pra mim.

Falando em braços, onde ela está.

Começo a procurar seu corpo com as mãos, não quero acordar ainda, então não abri os olhos.

Enfim, não vai ter jeito, começo a abrir os olhos devagar, tentando localizar Fallon na cama.

Não a encontro, nem na cama e nem no quarto.

Me visto rapidamente para procurá-la pela casa, desço as escadas correndo, porém nada dela.

- Fallon - começo a chamá-la, porém quem aparece é a Dona Ângela.

- A senhorita saiu a algumas horas - fala a mulher - Precisa de algo?

- Ela está doente, não pode sair sozinha - digo.

- Ela não está sozinha, o Sr Charles veio buscá-la - diz a mulher e meu sangue ferve de ciúmes.

- Quem é Sr. Charles? - pergunto pensando no pior.

- Um funcionário - responde, mas não fico mais tranquilo.

- Obrigado Sra Angela, pode voltar para seus afazeres - digo a mesma que volta para a cozinha de onde veio.

Como ela pode fazer isso comigo, ela não pode sair sem mim, não pode me deixar assim.

E quem é esse tal de Charles, se ele também ficar a olhando com luxúria como o outro cara da outra noite? Eu vou mata-lo se fizer isso.

Ninguém pode olha-la, ela é minha, minha dona e de mais ninguém, não quero que ninguém a toque ou sinta seu perfume ou olhe seus profundos olhos.

Eu nunca senti isso de amor antes, mas o que sinto por Fallon é mais que isso, muito mais, sinto todo meu corpo responder quando ela está por perto e ar me falta dos pulmões quando ela me deixa.

Não consigo respirar.

Eu a quero tanto, não existe um caminho pra mim longe dela.

Nunca tive nenhuma pessoa que amasse antes, minha mãe fugiu quando eu nasci, meu pai, um médico renomado nunca esteve presente.

Como resultado da fuga de minha mãe ele ficava cada vez mais tempo fora, e quando voltada estava completamente embriagado, e me batia para descontar o ódio que tinha dela.

Queimava cigarros em mim por diversão e brincava comigo de tiro ao alvo, mas usando facas.

E é claro que eu era o alvo.

Quando parei de me importar se morria ou vivia, simplesmente perdeu a graça para ele me machucar, eu não sentia mais a dor que ele queria me fazer sentir.

Naquele mesmo ano fui aprovado na universidade e sai de casa.

Escolhi ser médico legista, porque sempre senti que tinha uma vocação para isso.

Desde criança sentia curiosidade sobre o que formava a vida e como tudo funcionava.

Abri muitos animais procurando entender o que os movia, foi fascinante, porém já havia entendido tudo que tinha para entender sobre animais.

Então tirando a profissão de veterinário da lista, me sobrou médico, como médico aprendi na teoria e um pouco de prática como funcionava o corpo humano.

Porém eu precisava de mais, eu queria ver por dentro, queria ver tudo, entender tudo.

Então me tornei médico legista, e desde então me senti completo.

O CarrascoOnde histórias criam vida. Descubra agora