III

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— Você não entende Tigas, não suporto mais viver com ele. Acho que vou pegar minhas coisas e ir embora. — em uma mesa de bar, Kaveh desabafava com Tighnari.

— Isso pode ser difícil mas tenha calma cara. Ele sempre foi assim. — o Amurta sorria das mesmas reclamações de sempre.

— Não, não é não. Ele tem um problema comigo...— o loira agora perdia o olhar em seus sapatos.

Muito embora não parecesse, Tighnari sabia muito sobre Alhaitham e se consideravam até amigos próximos. Não era a primeira vez que o Arquiteto o procurava para expressar suas lamentações e mesmo que estivesse disposto a sempre estender o ombro para Kaveh, se sentia mal por ver o amigo vivendo em um campo minado. Ser emotivo e irracional era e sempre será a ruína de qualquer um que tenha que conviver com o escriba.

— Eu só queria saber de qual buraco aquele cara saiu.

— Espera, oque? — as orelhas do pesquisador se sacudiram em atenção. — ficou especulando o passado dele ?

— Não Tigas... talvez eu tenha tentado mas não foi por mal, aí ele foi grosso comigo. Ridículo.

Aquilo mudava a situação. Kaveh se sentia até um pouco irritado de lembrar da cena enquanto o amurta só conseguia imaginar a catástrofe. Por mais receoso que estivesse, não conseguia se controlar a respeito do que sabia, jogar o amigo nos confins do passado de outra pessoa poderia trazer sérias consequências, mas por um segundo, talvez o mais fatídico, ele realmente visualizou a melhor das hipóteses de um entendimento entre os dois. O mesmo respirou fundo e procurou o olhar do amigo

— Voce conhece a lenda do Santuário de Surasthana, certo ? Você é um estrangeiro, não deve saber como ele surgiu.

— Bom... Eu sei onde fica mas como assim "surgiu" — O loiro riu. — só falta você falar que em um dia ele não existia e depois de um piscar de olhos apareceu.

O pesquisador levantou as sombrancelhas como se dissesse "ei, tenho uma surpresa pra te contar"

— Ah, para de conversa pra cima de mim seu porra. Mesmo que isso fosse verdade ou sei lá, oque isso tem haver com aquele mono-bola do Alhaitham?

Tighnari riu enquanto puxava uma cadeira para se sentar na mesa do bar.

— se você estiver disposto a ouvir, irei te contar oque eu sei. — disse o Armuta vendo Kaveh balançar a cabeça positivamente.

O moreno respirou fundo e buscou todas as palavras certas para inciar a narração ...

[•••]

O fato aqui descrito, ninguém o sabe completamente. Apenas Nahida e a eternidade.
Muito antes de Alhaitham sequer saber que um dia viria ao mundo, uma pessoa já o esperava ansiosamente. Uma das bruxas da associação secreta de magia de teyvat, conhecida também como o "lua nova" entre as mitologias do mundo e nas histórias literárias de sua amiga Alice, dariam início aquilo que o escriba chamara de existência.
Nicole era a mais forte das bruxas e a mulher a qual forjou de sua própria magia o famoso catalisador Sonhos Flutuantes das Mil Noites, sendo ela uma das mais importantes aliadas na guerra dos arcontes. "Sejas meu cavalo e com minha espada lhe defenderei" Ali se iniciava a mais bela amizade de Sumero .

Agora, Nahida era vitoriosa pois havia recebido a ajuda pura e sincera que partia unicamente de um sentimento de companheirismo e gentileza. Com o decorrer dos anos, Sumero tomava forma e Nahida, com sua fiel amiga e braço direito, a moldavam para a população que a habitaria um dia.

"Jogue-me na escuridão e eu a dominarei. O sol deve brilhar mesmo se a lua o cobrir" khaenri'ah havia deixado grandes níveis de magia negra a se espalhar de forma autônoma por Teyvat; com determinação e sabedoria, Nicole se tornou responsável por aprender e controlar o ocultismo e garantir que a Deusa Dendro continuasse a iluminar sua nação. Em centenas de anos, as duas mulheres viram as primeiras chuvas, as primeiras flores, as primeiras casas e o decair de cada noite.

•Nimbostratus•  enemies to loversOnde histórias criam vida. Descubra agora