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Meus olhos sentiram-se incomodados com os raios presentes no quarto. A manhã cantava em meus ouvidos, e surpreendentemente ainda sentia um peso ao meu lado naquela cama. Sorri, ele manteve sua promessa. Mas meus pensamentos estavam ridiculamente errados, era Salem que ali estava. Minhas mãos, eu estava sonhando ainda. 

Oliver estava naquele quarto, Alia e Luke também ali estavam. Oliver vestia roupas espalhafatosas e em seu rosto brilhava uma maquiagem em cores roxas e azuis, provavelmente saíra de alguma boate ou coisa do tipo. Alia era como um bailarina de tempos antigos, sapatilhas de ponta e um coque muito bem preso a entregaram. Luke trajava algo como uma toga branca junto de espécie de coroa de folhas douradas no topo da cabeça.

Parecíamos ter saído de realidades distintas, cada um de uma diferente. Nos olhamos sem conseguir dizer nada, tantas eram as perguntas que acabamos por nos perder. Mantive a cabeça no lugar tentando lembrar-me do que Morpheus me dissera sobre vórtices.

- De onde vocês vieram? - mantiveram-se em transe - Os três. - disse com firmeza - Onde estiveram antes daqui?

Cada um ditou situações as quais se assemelhavam a sonhos, e realmente eram. Claro estava, nossos sonhos se interligaram de alguma forma.

- Parecia um sonho - disse Alia - Eu dançava majestosamente em um palco, cujo fundo fundo era uma noite estrelada. E todos me aplaudiam sem se mexer.

Suspirei aliviada - Alia querida, era sim um sonho. - os fitei - Estamos todos sonhando.

Oliver virou-se em minha direção. - E o que devemos fazer? O que Sonho lhe disse?

Ia lhe dar uma devida resposta, mas um ruído largo me cortou. E o chão aos nossos pés se rachou, era uma grande e extensa rachadura. A qual aumentava a cada vez que sequer respirávamos. Com um miado agudo de Salem, tudo pareceu desabar. E mais nada foi visto.

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Era meu quarto, acordei com calor. Suava frio, e minhas mãos tremiam assim como meus pés.
Observei a janela de meu quarto, ainda era madrugada, mas cama ainda pesava. Ele estava ali, porém sentado me observando. Eu tive medo por um momento, antes que sua voz invadisse meus ouvidos com suavidade.

- Fire. - num ato de falta de consciência eu pulei em seus braços. Quentes e macios, pareciam me engolir. Eu poderia apreciar isso por eras. Me apertavam com força, sem querer me largar. - Está tudo bem. Nada nem ninguém vai te machucar enquanto eu estiver aqui.

Estas palavras, tão belas poderiam ser ditas. Mas tampouco pareciam ser sinceras, pensei só. Por qual motivo ele não intervira no recente acontecimento. Como mágica.

- Pode estar assustada. - começou - Mas precisava que entendesse - o encarei em dúvida - Não, eu não fiz isso. Mas sabia que aconteceria, talvez somente assim você pudesse perceber o perigo que você representa. O perigo que você é.

- E o que tudo isso significa? - questionei-o

- Significa que você atrai os sonhos e pesadelos alheios até você. Assim como enfraquece o reino dos sonhos e a barreira que separa o meu mundo do seu.

Tão pequena um dia foi minha angústia com isso, que agora era uma maré de sentimentos os quais não desejava por nada nesse mundo sentir. Mas era inevitável e sem sentido não entender a situação por completo.

- Ou seja? - arrisquei-me por uma vez. 

- Ou seja, se eu não te matar você destruirá o mundo. - não, não era possível que fosse verdade. Algo simples como tudo que acontecera, poderia destruir o mundo. Seria ele capaz? - Droga Walker. Se ao menos não feito com que eu- ele impediu-se de completar a frase.

Sandman - Bring Me A DreamOnde histórias criam vida. Descubra agora