- VOCÊ SÓ PODE ESTAR BRINCANDO - disse Tedros, enquanto ele e Maeve estavam de olhos arregalados para a equipe anciã.
Maeve contou quatro homens e quatro mulheres, dois deles estavam em cadeiras de rodas, e três usavam bengalas.
A Liga dos Treze piscava e olhava, como peixes em um aquário, também esperando que algo acontecesse.
- Eu disse que eles não nos reconheceriam - resmungou uma senhora de cabelos brancos, enquanto se olhava em um pequeno espelho.
- Estou bem certa de que jamais a vi, ou nenhum de vocês, em toda minha vida - afirmou Maeve, com um tom seco, ainda observando o grupo.
Ela se virou para Tedros, torcendo para que ele tivesse visto algo neles, mas seu príncipe estava vermelho como um pimentão, prestes a explodir.
- Isso é o que supostamente irá nos levar até o Diretor da Escola? - ele rugiu, com os olhos azuis percorrendo os sofás com estampa floral, as cortinas comidas pelas traças e treze colchões finos e duros, divididos em duas fileiras. - Uma casa de repouso?
O gnomo Yuba o puxou de canto.
- Como se atreve a falar desse jeito com a Liga?! - ele chiou, espiando para ter certeza de que os outros não ouviriam. - Tem noção do trabalho que eu tive para encontrá-los? E você age como se eles precisassem se apresentar a você, um menino que não tem qualquer realização sob seu nome...
Tedros bufou. - Diga isso a um futuro rei.
- Seu estúpido arrogante! Do jeito que você é descuidado, não vai viver nem mais alguns dias, muito menos até sua coroação! - Yuba disparou em resposta, arrancando um sorriso de Maeve, que observava a discussão de ambos.
- A primeira coisa que eu farei será banir velhos gnomos! - retrucou o príncipe.
- Chega - Maeve apoiou uma mão no ombro de Tedros, antes que ele pudesse continuar a retrucar. - Apenas aceite que está errado e fique em silêncio.
- Até você, Eve?!
- Ouçam-me, vocês dois - interrompeu Yuba. - Quando nosso décimo terceiro membro regressar, vocês terão suas perguntas respondidas.
- Eu só contei oito - Maeve olhou a sala mais uma vez. Então, ela notou o Coelho Branco, no canto, cortando cenoura num prato, com o cisne prateado sobre o coração, reluzindo sob a luz das tochas. - É... Nove.
- Na verdade, dez - disse Tedros, e a bruxa seguiu os olhos dele, até o cisne prateado no casaco verde de Yuba.
- Um membro fundador da Liga - o gnomo estufou o peito orgulhosamente. - E claro que Uma completa onze, e... Minha nossa! - ele se virou para a princesa petrificada num canto. - Sin! Sin, onde está você?
Algo roncou ruidosamente atrás de Tedros e ele se virou para ver uma fada despertando e caindo de um sofá sujo.
A fada olhou para cima, grogue; ela tinha cabelos bufantes grisalhos, asas surradas, usava um vestido verde e um batom rosa extravagante. Seus olhos percorriam à direita e à esquerda, como se ela soubesse que deveria estar acordada, mas não tivesse ideia do motivo.
Ela avistou a princesa Uma paralisada no canto e resfolegou, batendo as asas e resmungando em sua direção, como uma abelha.
Então a fada enfiou a mão no vestido e pegou umpunhado de algo que parecia fuligem mofada e despejou em cima da cabeça de Uma.
Tedros viu a princesa levitando a três palmos acima do chão, com a pele voltando à cor habitual, passando de branco pastoso ao belo tom moreno. Uma alongou os braços esguios ao bocejar, sorriu para a fada com o olhar vidrado e novamente despencou no chão, voltando a adormecer.
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✓ | DISENCHANTED ━ tedros of camelot.
Fantasia𝕯 𝐈 𝐒 𝐄 𝐍 𝐂 𝐇 𝐀 𝐍 𝐓 𝐄 𝐃 ❪ 𝐚. ❫ alguém que perdeu o encanto ou a magia que possuía, desilusão. Maeve realizará de tudo em seu alcance para seguir os passos da falecida mãe, a lendária Rainha Má, após ser admitida na Es...