HÁ ALGUM TEMPO Maeve não se sentia tão solitária. Ela costumava gostar de passar o tempo inteiro sozinha, mas percebeu que não era a mesma coisa desde que estava fora da Escola do Mal.
Sentada no gramado seco na beirada do lago, depois de almoçar com Merlin após un longo dia de caminhada, Maeve observou a própria mão, sentindo falta de alguém, especificamente um príncipe, para segurá-la.
Tedros sempre segurava sua mão quando estavam juntos, ela até havia se acostumado a isso, apesar de fingir não gostar. E agora eles haviam dado um tempo, apesar dele não saber o verdadeiro motivo.
Maeve não imaginava como poderia ser tão doloroso ficar longe do príncipe, sem ouvir sua tagarelice matinal, suas piadas nem tão engraçadas, os sorrisos amorosos...
- Maeve - chamou Merlin, o velho mago observava a expressão entediada da jovem bruxa. - Estou curioso com a maldição que você lançou no Diretor da Escola. É um feito bastante impressionante para uma jovem da sua idade.
Maeve sorriu orgulhosamente. - Eu sei. É um dos feitiços da minha mãe, estou tentando aperfeiçoar alguns.
O rosto de Merlin ficou sério, demonstrando suas preocupação. - Creio que você sabe as consequências. Toda magia obscura tem um preço.
- Acho que já estou pagando por isso, Merlin - Maeve virou-se ao ouvir os passos de seus amigos chegando no local, atrasados em sua caminhada até o lago.
Hort vinha mais atrás da dupla, cabisbaixo. Ao perceber o olhar de Maeve na direção deles, Sophie chegou mais perto de Tedros, com os braços dados no príncipe.
Merlin bocejou, encostado numa rocha. - Demoraram um bocado. Ah, vejam só, nosso guarda-costas também.
- A casa segura fica dentro desse lago, não fica? - perguntou Tedros, aproximando-se da beirada. - É onde meu pai está enterrado.
Ele jogou uma pedrinha na água e a viu afundar. Sophie franziu o rosto. - Como uma casa segura pode ser dentro de um...
Mas agora, a água estava silenciosamente se revolvendo no local onde a pedrinha de Tedros havia afundado, espelhando o círculo de torres acima.
A água girava cada vez mais depressa, como uma roca em movimento, tão rápido que uma espuma branca se acumulava no meio do lago, moldando uma forma humana...
Uma ninfa fantasmagórica, de cabelos grisalhos e túnica branca saiu flutuando da água, erguendo a cabeça para seus convidados.
Ela tinha a pele branca como giz, um nariz comprido, olhos pretos imensos que se fixaram em Tedros antes que seus lábios vermelhos se curvassem num sorriso.
- Nunca mais consegui fazer outro exemplar igual - disse ela, a voz melodiosa.
Por um instante, Tedros achou que a ninfa estivesse falando dele, mas depois percebeu que ela estava olhando para a espada.
- Excalibur... você que a forjou... você é a Dama do Lago! - exclamou o príncipe, os olhos arregalados de surpresa.
A ninfa sorriu, virando-se para Merlin. - Olá, bonitão. Faz um bom tempo... Deixe-me adivinhar. Você precisa de alguma coisa.
- Perdoe-me se você estiver sentindo falta de visitas sociais, mas eu não viria a menos que fosse um assunto sério - respondeu Merlin.
- Outra espada? Uma poção para prolongar a vida? Ou, dessa vez, um Santo Graal? - bufou a ninfa, parecendo entediada. - Venha até a Dama solitária e ela fará mágica segundo as suas ordens!
- Eu preciso lhe pedir algo que já pedi por outros dois, certa vez - disse Merlin, sério e firme. - Que você esconda essas crianças em seu abrigo, enquanto eles precisarem.
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✓ | DISENCHANTED ━ tedros of camelot.
Fantasía𝕯 𝐈 𝐒 𝐄 𝐍 𝐂 𝐇 𝐀 𝐍 𝐓 𝐄 𝐃 ❪ 𝐚. ❫ alguém que perdeu o encanto ou a magia que possuía, desilusão. Maeve realizará de tudo em seu alcance para seguir os passos da falecida mãe, a lendária Rainha Má, após ser admitida na Es...