Capítulo 3 - Oportunidade

3 0 0
                                    

Sinto a claridade invadir meus olhos e abro-os para ver quem abriu a porcaria da cortina.

(Pelo menos você vê a luz do dia, aliás, que horas são?)

Pego meu celular e nada de mais, nem sinal do Pedro.

Me sento na cama e espero meu espírito voltar para o corpo.

Passado praticamente 10 minutos eu me levanto e vou para o banheiro jogar uma água fria no rosto, aproveito e escovo os dentes para acabar com o bafo matinal.

Mesmo de pijama sigo para a cozinha, sinto o cheiro dos ovos sendo feitos e do pão comprado logo cedo.

Vislumbro a pequena mesa em que minha mãe e vó estão sentadas e me junto a elas.

Meu pai pergunta alguma coisa sobre o que eu iria querer e só respondo com um murmuro.

Mal percebo quando ele se senta ao lado da minha mãe trazendo consigo um prato com ovos fritos e farofa.

— Alexa, tem como você ir hoje no banco ver se já caiu o dinheiro da minha aposentadoria e da sua vó? — Ele questiona me encarando e eu apenas aceno afirmativo com a cabeça.

Pego um prato para fazer meu pão com ovo e como no automático.

(Nada mal, mas eu ainda prefiro a comida do seu bofe.)

Como enquanto minha mãe comenta algo sobre a vizinha do lado estar com catapora e coisas que eu mal presto atenção.

Quase finalizando minha refeição, meu celular apita.

Quando entro na mensagem do número desconhecido eu praticamente engasgo.

Tusso com violência, mas nada tira minha felicidade.

— Alexa, tá tudo bem?

— Cof cof, Mãe! Você não vai acreditar!

(Você não vai acreditar que sua filha é uma imbecil até para mastigar! A garganta tá doendo!)

— O que foi?!

— Eu recebi um pedido de uma hamburgueria para pintar o interior dela!

— E quanto você vai receber?! — Meus pais perguntam ao mesmo tempo.

— Praticamente 3.000 reais!

Meu pai olha surpreso e minha mãe praticamente grita de felicidade.

— Graças a Deus! Finalmente recebeu um trabalho depois de tanto tempo!

— Pra quando é esse trabalho? — Meu pai pergunta.

— Bem... Pra hoje.

— Certo, mas passa primeiro no banco então.

— Tá bom, tá bom, vou arrumar meus materiais! — Rapidamente termino de comer e vou arrumar minha bolsa para ir ao Banco.

Tendo tudo comigo eu corro para o ponto de ônibus e sento para esperar o próximo.

Após retirar o dinheiro da aposentadoria e deixar tudo certo eu uso o GPS para seguir a pé até a hamburgueria.

No caminho observo a paisagem urbana que se segue até o final da rua.

Quase virando a esquina vejo um terreno baldio e paro por um segundo para observar melhor.

Tinha alguns pedaços de ferro espalhados e madeiras podres juntas a uma estrutura circular decadente em um canto extremo do terreno.

— Espera aí... — Fixo meus olhos nos pisca-piscas grudados na placa desgastada.

— Esse lugar é...

Além das dimensões: As Variantes da AngústiaOnde histórias criam vida. Descubra agora