Novo Normal(AU)

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Meu nome é Lauren, Lauren Michelle, quem escolheu meu nome foi minha mãe, Clara, eu não conheço ela, apesar de ela ter me colocado no mundo quem me criou desde sempre foram meus avós.

Eu nunca senti falta dos meus pais, como poderia sentir falta de algo que nunca tive? Minha vó e meu vô sempre foram mais que suficientes.

Mas nesse momento estava na cidade dos meus pais, na rodoviária para ser mais exata, meu avô faleceu a três anos e minha avó a duas semanas, o estado custeou o enterro dela e me manteve segura até localizarem meus pais, e aqui estou eu no auge dos meus quatorze anos indo para a casa de dois completos estranhos.

O que eu sei sobre eles consiste em seus nomes e suas designações, nada além, em todos esses anos eles nunca fizeram questão de ser presentes, mas como já disse não me incomoda e se não fosse por essa fatalidade eu viveria o resto da minha vida sem vir atrás deles.

Mas infelizmente muitos ainda me consideram criança e eu estou tentando ser positiva e acreditar que será bom esse recomeço.

Seguirei sentindo falta dos meus avós, mas terei meus pais comigo, isso é bom, na verdade eu espero que seja.

-LAUREN? Escutei alguém me chamar, acredito que seja eu já que tem poucas pessoas por aqui, respirei fundo e coloquei meu melhor sorriso.

-Sou eu! Falei me virando, era uma mulher bonita, mas parecia cansada.

-Venha! Fez sinal com a mão me chamando, okay não é como se eu tivesse esperando que ela me desse um abraço demorado e dissesse o quanto cresci ou algo assim, mas ela mal me cumprimentou, estranho. -Precisamos ir, meu senhor gosta que o jantar esteja servido quando ele chega em casa.

Sua postura meio curvada e encolhida deixava muito nítido qual era sua designação, além de sua coleira, balancei a cabeça e a segui.

O caminho para sua casa foi silencioso, nenhuma pergunta sobre mim ou minha vida, nenhuma palavra sobre a morte da minha vó, não é como se ela realmente se importasse, ela nunca foi nos ver, nem quando eu adoeci, ou quando meu vô morreu e nem agora quando minha vó se foi, Clara me parece o tipo de pessoa que não se importa.

Ao chegar em casa ela me mostrou o meu quarto, era simples, um guarda-roupas e uma cama, as paredes cinzas, nada parece com meu outro quarto.

-Tem uma lista de regras coladas no seu guarda-roupas, seguindo-as tudo funcionará bem! Ela avisou antes de sair.

Que coisa mais estranha.

Decidi checar a tal lista, e as coisas escritas ali me pareciam absurdas, isso nem ao menos parece uma casa, tá mais para uma prisão juvenil ou algo assim.

[Dois Anos Depois]

Dois anos que eu vivo com os meus genitores, me nego a chamar aqueles...monstros de pais, o monstro na verdade é o Michael, mas o fato de Clara ver tudo e apenas se calar a torna meio que um monstro também.

Nesses dois anos não me lembro de um dia que eu tenha passado sem apanhar ou estar com fome, com medo.

Michael é o pior domn que já existiu e as vezes sinto pena de Clara, uma vez tentei convence-lá a denunciar ele por seus castigos exagerados, mas ela apenas me dedurou e eu tomei a pior surra da minha vida.

Hoje é meu último dia de aula, pelo menos esse ano e o próximo é meu último ano, e pensar que em poucos dias receberei minha designação e eu só espero de coração que não seja submissa ou pequena, depois de tudo que vi e vivi nesses últimos dois anos não sei se seria capaz de abrir mão do controle e deixar que alguém o assuma por mim.