''Quando você foi embora eu finalmente pude ter reação.
Eu tenho força.
Eu tenho voz.
Ele não pode te usar pra me coagir. Eu agora eu posso. Você não é mais refém. E eu não sou mais vítima.
Do outro lado da sala ele me encara. Buscando em mim o que achava em você, mas agora, tudo o que ele ver é um semblante odioso. Não tem lágrimas nos meus olhos, não tem medo na minha feição. Eu cresci.
Sou tão diabólico, mas sorrio com o mais puro brilho enquanto encaro a santa imagem de nosso pai, tão puro.
Céu e inferno não se misturam, por isso, entre nós a um grande abismo. Tão longe e ao mesmo tempo tão perto.
Escrevo nesse papel toda minha lamentação e vou queima-lo, para nunca mais ser lembrada ou sentida por mim. Fragmento minha memória nessa folha e espero que meus sorrisos a partir de hoje não sejam mais atuação de uma peça sádica.
Se eu pudesse, arrancaria a pele das minhas costas, dos braços e pernas e queimaria como esse papel para nunca mais lembrar. Queimaria ele também, queimaria todos.. Me queimaria. Mas por você, sempre por você, me limito a assistir queimar esse papel e sorrir maquinalmente uma última vez.
Espero poder te vez em breve. Eu estou cumprindo o que você me pediu, então espero que também esteja cumprindo a sua parte. ''
Fragmento 67- 2011
— Fragmento 67- 2011. Veja que curioso, Morfel.
Um homem ruivo vestido com roupas góticas e uma soqueira no punho direito lia a carta parcialmente queimada e mostrava uma frase do texto para o outro em pé encostado na parede.
— ''Mas sorrio com o mais puro brilho enquanto encaro a santa imagem de nosso pai''. Se a gente ignorar quem escreveu fica filosofo.
— Onde vocês acharam isso?
— Calado! Você não acha que já falou demais? 67 fragmentos é palavra pra caralho!
Dois homens de na média 26 anos, um está encostado na parede a esquerda, loiro e vestido socialmente e o outo ruivo em pé de frente para um jovem com mechas descoloridas amarrado em uma cadeira. Ele foi espancado ao nível que seu rosto escorria sangue e suas roupas violadas e suja com o líquido seco. Apenas uma luz, pendurada no teto, balançava de um lado para o outro iluminava-os. A sala não tinha janela, apenas um pequeno vitro norteava o tempo ali dentro. As paredes mofadas e cheias de arranhões, sangue, pichações e frases desconexas.
— Aaaah, eu deveria te socar por mais três horas. Que ladainha é essa? Adolescente revoltadinho é isso? Ow neném, seu papai não gostava de você? Quem gostaria né?
— Eu quero saber como você acharam isso ?! Seus putos!
E mais uma vez o ferro choca contra o maxilar de Kazutora. O ruivo o pega pelos cabelos levantando o rosto dele na altura que os olhos amarelos encarassem os próprios azuis.
— Quem é o outro? Diz! Onde tá outro, seu verme?!
— No seu cu, desgraçado!
Kazutora começa risadas sinistras que aumentam ao ponto de serem gargalhadas. Seus dentes sujos de sangue completamente visíveis dão a ele um ar mais descontrolado e assustador ainda. Seus olhos inchados e aberto até o possível, seu nariz quebrado e escorrendo sangue. Sangue, sangue, sangue, ele só via sangue.
— No meu cu...Rã...no meu cu... No seu, arrombado.
Ele aponta o dedo indicador para o outro.
— Sai de perto, Daiki. É a maldição Hanagaki, são tudo um bando de loucos psicóticos.
— Eu queimei. Eu. Eu queimei. Não deveria lembrar. Não devo lembrar. Não. Não.
Fala pausadamente enquanto ofegava pelas risadas que não se cessavam. Os homens se olham confusos, o ruivo se afasta enquanto ria.
— EU QUEIMEI! EU QUEIMEI ELE! EU QUEIMEI TUDO! ONDE VOCÊ ACHOU ESSA PORRA?! DESGRAÇADOS!
Ele já não só ria, também chorava, mesclando tudo em gritos cheios de ódio e desespero. Se debatia e se impulsionava pra cima dos homens enfurecido e completamente descontrolado. Como se sua mente ao mesmo tempo que se destruía estava se reconstruindo, reconstruindo um passado queimado. Se perguntava como aquelas memória voltaram do fogo do inferno para o enlouquecer. Como seu pai saía daquela parede a sua frente com o mesmo semblante de anos.
Então o homem loiro no ato de impulso ou desespero pelo barulho que o Hanagaki estava fazendo dá um último soco derrubando a cadeira e definitivamente apagando o garoto.
— Puta que pariu! Que cara louco!
— Filha da puta. Quase me matou do coração, susto do caralho.
Daiki caminha até a porta massageando o peito, ofegava enquanto sorria. Morfel levanta a cadeira, apaga a luz e sai também.
Embora esteja em silêncio, a mente de Kazutora estava um barulho infernal, uma onda de memórias refletiam em espasmos pelo corpo, mesmo inconsciente ele murmurava coisas inaudíveis e seus olhos escorriam descontroladamente.
Algumas horas depois
Sons de sapatos se aproximam. A consciência aos poucos voltando. A porta se abre revelando sapatos sociais pretos entrando, lentamente Kazutora levanta o olhar, calça social em tom claro de amarelo param de frente para ele, mais um par de sapatos entram, um terno cinza escuro para ao lado do de amarelo. Ele não levanta mais a cabeça, sentia uma dor aguda que escurecia um pouco a visão, como uma enxaqueca chata.
— Vejo que cheguei na hora certa, você está acordado. Como vai Kazutora?
Ele não responde. Como iria responder se quebraram sua boca?
— Não espero uma resposta. Só de olhar já entendo. Mas quero ver os seus olhos, olhe diretamente pra mim.
Então uma mão levanta o seu rosto e não leva nem dois segundos para ele reconhecer quem era. Olha para o cara ao lado e também o reconhece.
Que...desgraça!- Kazutora pensa.
— Kisaki? Hanma?
🍓
Opa, opa, opa. Que capítulo em. Muitos mistérios ainda estão para se desenrolar e eu estou muito ansioso!
Espero está agradando vocês.
Não vou apelar por estrelinha dê se vc quiser, blz?
É isso! Obrigado pela leitura e até o próximo capítulo!
😗
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Dançando Com a Morte [ MiTake ]
FanficTakemichi buscou por sua independência desde muito cedo. Já não suportando mais os abusos do pai ele sai de casa indo morar com seu melhor amigo. Anos depois ele recebe uma ligação desesperada. Era sua mãe. Em prantos ela lhe conta que seu pai esta...