Narração Daniele
📍Equador
4 dias para a final de libertadoresAgradeço mentalmente por ter dormido durante do o voo. Sendo cardiologista do time, tive que vir junto com o pessoal no avião, e pior ainda JUNTO COM ELE.
Após desembarcar e pegar nossas malas, fomos até o ônibus que nos esperava na porta do aeroporto.
— Animada dra? - Peguntou Vidal.
— Mais do que vocês. - sorri fraco para o jogador.
— Dani, senta comigo lá trás? - Perguntou Éverton que só agora percebeu a minha existência.
Concordei com a cabeça e fui auxiliada pelo técnico para colocar minha mala no bagageiro.
Após pegar minha bolsinha de mão, subi no ônibus escutando um verdadeiro caos.
Esses caras não dormem mano?
— Eita como parecem animais. - falei alto.
— Eita como parece uma velha centenária. - disse Matheuzinho.
Todos riram inclusive eu.
— Olha como fala comigo em seu moleque. - falei em tom de risada e ele me mostrou a língua.
Passei pela frente de Éverton e me ajeitei ao seu lado no banco.
— Tudo bem? - meu amigo perguntou.
— Você quis dizer, "a existência dele te incomoda"- revirei os olhos. - Sim e não. - torci o lábio. — É muito estranho estreitar relação com alguém que já dividiu a vida com você. Mas por outro lado, eu tô muito empenhada em fazer com ele possa jogar sem se substituído, é o que ele mais quer.
— É o seu trabalho né. - debochou. Dei um tapa em seu braço.
- Palhaço! - mostrei o dedo. — Eu tô falando que, eu podia estar magoada o suficiente pra fazer só o necessário e nada mais. SEM SAIR DO CLUBE. Só no mês passado eu fiz quatro consultas particulares pra ele. Só pra ele poder realizar o sonho de jogar sem ser substituído no segundo tempo.
Éverton suspirou.
— Eu não sei Eve... - olhei pra o lado de fora da janela. — Eu não entendo porque ele não quis tentar de novo. - logo senti lágrimas se formando em meus olhos e pisquei algumas vezes para tentar disfarçar.
— Dani isso é uma merda sabia? Eu não sei o que fazer sendo amigo de vocês dois... - ele olhou para o Gabriel.
Ele estava de olhos fechados, com seus JBLs no ouvido. Seu cachos perfeitamente penteados e o casaco amarelo do Flamengo que caia super bem nele.
Que saudade eu tava de poder ficar perto dele sem ser só pra fazer uns exames.
— Tem um balde lá no banheiro do ônibus, quer que eu pegue pra você? - Brincou Ribeiro.
— Vai se foder calvo!
— Autular mirmã! Ex calvo. - me corrigiu.
[...]
Logo chegamos no hotel e fomos até a recepção fazer nosso cheke-in.
— Senhora Barbosa?
Meu mundo deu um pause.
Senhora Barbosa.
Meus olhos encheram de água novamente, mas como eu venho fazendo nesse último 6 meses, engoli o choro e fingi total controle da minha vida.
O que era uma grande mentira.
— Senhora? - o homem voltou a m chamar me tirando do transe.
— Desculpa, estava detraída. - sorri fraco.
— Então, vi aqui que sua suíte e a master não é? Com duas camas de casal e uma de solteiro.
— Sim. É que minha cunha... Duas amigas minhas vão vir daqui dois dias junto com meus filhos. - quase esmurrei minha cara após quase ter chamado a Dhiovana de cunhada, o que acontecia sempre.
— Ok. Aqui está a chave do seu quarto, tenha uma boa tarde.
Sorrimos um ao outro e logo arrastei minhas malas até o elevador. Os meninos faziam uma espécie de concentração no sagão e eu como estava doida pra deitar em algo que não fosse uma poltrona de ônibus, apertei o botão do elevador esperando que ele chegasse.
Peguei meu celular pra olhar minhas última notificações e percebi uma presença ao meu lado. Casaco amarelo, fone de ouvido.
Gabriel.
Só podia ser brincadeira.
Fechei meus olhos rezando pra ele desistir e pegar o elevador ao lado, mas não. Ele continuou ali esperando pra pegar o mesmo elevador que o meu.
E assim a porta se abriu mostrando o elevador vazio. Respirei fundo e então entrei primeiro pra evitar contato visual e fingi mexer no meu cabelo no espelho.
— Você disfarça muito mal. - ele disse. Com aquele sorriso, porra.
— Eu estou disfarçando? - olhei pra ele.
— Não está? - ele colocou as mãos no bolso. — Está em qual andar?
— Quinto. Quarto 502.
— Hum. O meu é o 504.
Ótimo! Que maravilha.
— Assim fica mais fácil de você ir até o meu quarto. - ele olha o relógio e a porta de abre. — No esquece o eu último exame por favor, quero comparar com os resultado de hoje. — pediu e logo saiu. Eu sai logo atrás, me xingando por não ter agarrado ele dentro daquele elevador.
"Fica mais fácil de você ir até o meu quarto"
Deus sabe como eu queria que isso fosse um convite para eu sentar nele até estremecer as paredes desse hotel. Mas não...
Minha visita era estritamente profissional e sem muito contato físico.
Quero ver vocês comentando hein!!!
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É você - gabigol - Caminhos diferentes
RomanceMesmo longe, o senti-me não mudou. Gabriel e Danielle ainda se amam, só não se tocaram disso ainda...