CAPITULO VINTE

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Gabriel

— Para que você pega irmã de amigo. - brincou João Gomes se referindo ao Neymar.

Todos riram.

— Pior que isso só quem pega mulher de amigo. - foi a vez de Arrascaeta.

— Ih qual foi? O cara não tá nem aqui pra se defender. - Éverton defendeu.

— Você e jogador ou advogado Éverton? - perguntei.

Todos riram novamente e eu desviei minha atenção para Danielle. Tava foda pra caralho seguir em frente sem ela. Ainda mais nas festas entre amigos, a gente sempre ia embora mais cedo pra transar.

— Aceita um balde? - perguntou Neymar.

Revirei os olhos.

— Tá foda né meu mano?

Ele me abraçou pelo ombro.

Danielle estava distraída conversando com as meninas enquanto eu babava ela de longe.

Resolvi chamar a atenção dela passando por elas pra pegar uma cerveja no cooler da Marília.

— Ou! No cooler do Éverton não tem cerveja não? - me repreendeu a loira.

— Calma Marília, é só uma cerveja. - disse.

— Cerveja uma ova! Você queria era a atenção da Danielle, isso sim. - indagou minha irmã mais nova.

Danielle gargalhava enquanto as meninas me escorraçavam.

— Tá rindo é? - serrei os olhos. — Quero ver se você vai rir agora.

Pulei em sua direção e a peguei pela cintura levantando no alto.

— GABRIEL ME SOLTA. - ela gritou e se derramou em gargalhadas. — GABRI...

Ela já estava sem ar de tanto rir e eu também.

Me joguei na piscina ainda com ela em meu colo. Molhando as meninas e um pouco dos caras em seguida por conta do impacto.

Ela estava gargalhando e eu igual um idiota admirando a risada dela.

Ainda abraçados notei passando pela porta do deck Cunha, BH e cebolinha.

Ela ainda não tinha visto ele, mas ele tinha visto nos dois abraçado na piscina.

Me aproveitei do momento para virar ela de costas de onde eles estavam.

— O que foi? - perguntou erguendo o pescoço para trás.

Abracei ela por trás.

— Gabriel, o que você tá fazendo?

Ela juntou as sobrancelhas. Mesmo sem ela saber o que estava rolando, todos olharam como se estivessem surpresos por estarmos de "Love" na piscina.

— Danielle?! - Marília arregalou os olhos e fez menção pra ela olhar pro lado.

Imediatamente os dois se olharam.

Matheus deu uma golada na cerveja com os olhos fixos em mim e eu soltei ela. Por dentro eu estava me sentindo o vitorioso, só por fazer ele sentir um pouco de ciúmes.

Ela saiu da piscina e seguiu em direção aonde os meninos estavam.

Todos estavam em silêncio observando aquele clima que pra ele era pessimo, mas pra mim estava bem engraçado.

Eles estrearam, ela foi na frente e ele seguiu e ainda levantou da cadeira me olhando.

Foda-se, fura olho do caralho.

Danielle

— Tava bem legal com o Gabriel na piscina né? - ele de branco estava vermelho.

— Ele me jogou na piscina antes de você chegar, eu nem sabia que você ia vir. - cruzei os braços.

— Então se eu não viesse você ia ficar com ele?

— Não vem querer me cobrar nada não, até porque vc também tá no erro. - deixei escapar na hora da raiva.

— Erro? Que erro? - Matheus franziu a sobrancelha. E depois passou a mão na cabeça como se já soubesse. — você olhou meu celular? E por isso que tá me evitando esses dois dias? Eu sabia que tinha alguma coisa errada.

— Eu não tenho moral nenhuma pra falar sobre isso, é muito menos podia ter visto as mensagens, mas o seu celular tava tocando eu fui olhar pra ver se era importante e acabei vendo a mensagem na tela de bloqueio.

— Puta que pariu Danielle, eu ia te contar. - ele apoiou no balcão. — Desculpa...

— Quando? Quando o bebê nascesse?

Cruzei os braços.

— É complicado tá? - ele suspirou. — As contas batem, ela ficou de fazer o teste pra confirmar, mas eu não sabia que ela mandaria mensagem naquela hora.

Ele passou a mão na lateral do meu corpo e me puxou pelo braço.

— Oh preta, não queria ficar nesse clima com você. - Ele colocou o rosto na curva do meu pescoço me fazendo arrepiar.

Ouvir ele me chamar de "preta" desbloqueou lembranças...

— Eu só queria que tivesse me contado antes né?

— Não é uma notícia tão fácil de contar né Danielle? E também não é fácil de ouvir. Eu ainda tô processando isso... - ele me deu um beijo no braço. — Eu vou assumir meu filho, arcar com a minhas responsabilidades, mas as coisas entre eu e você não vão mudar.

Eu estava de braços cruzados e com o corpo entre suas pernas. Matheus ainda estava com o rosto na curva do meu pescoço.

— A internet não vai perdoar quando isso vazar. - fiz uma careta. — So não seja babaca comigo, me conte o que tiver que contar mesmo se for doer.

— Tudo bem... - ele tirou o rosto mas antes depositou um beijo de leve. — Vou falar com o Gabriel hoje.

Juntei as sobrancelhas.

— O que?! Não! - me separei dele. — Chega de brigas Matheus.

— E quem falou que vamos brigar? Só quero ter uma conversa de homem pra homem, apenas. - ele bebeu um pouco da cerveja. — Não quero mais esse clima de "rivalidade" entre a gente, não tem porque ficar assim.

— Você já sabe como o Gabriel é, vai mesmo pagar pra ver?

Ele deu de ombros em resposta.

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